DA REDAÇÃO: Estiagem já compromete 40% da safra de milho no RS
Com parte do milho riograndense irrecuperável, os preços do cereal trabalham em um cenário altista. Para Bordignon, “quando há problemas na oferta, também há alegria nos preços, mas não adianta ter bons preços se não temos produto para vender.”
De acordo com Diretor, “em setembro, durante a entressafra do milho os preços eram de R$31 no FOB produtor para uma saca de milho no Estado, em novembro o preço foi caindo e se ajustando ao bom desenvolvimento vegetativo do plantio, chegando aos R$26. Hoje, devido à quebra, é possível ver uma retomada novamente dos preços que operam na ordem de R$30 o milho FOB produtor interior, com um custo adicional média de R$2 de logística para chegar até a indústria. O mesmo movimento foi observado nos preços do milho para o contrato março/2012, que pode ser considerado uma referência para o produtor, da BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros de São Paulo). Em setembro, havia a oportunidade de venda a R$29, no dia 24/11 o contrato teve seu valor mínimo a R$24,50 e com o advento da estiagem e outros fatores relacionados à oferta e procura pelo grão temos hoje o mesmo contrato negociado a R$26,75 por saca. Portanto, o que a gente vê é um movimento muito regular entre oferta, procura e preços nos mercados: físico e futuro.”
Bordignon avalia que o produtor deve aproveitar os bons preços para obter lucros com o milho. “No Rio Grande do Sul temos uma receita resumida a soja, milho e trigo. Então, o produtor precisa estar atento para fazer dinheiro com um desses três produtos. O trigo foi colhido e está no estoque e o produtor está com dificuldade muito grande de comercialização, dependendo de leilões do Governo que atualmente estão atrasados para que o preço fique acima do mínimo. A soja também recuou devido à conjuntura da economia e oferta mundial e para o milho ainda há um bom estoque da safra passada, então, o produtor que tem esse milho estocado deve aproveitar a oportunidade e ter lucro com o milho. Hoje os preços estão em um nível satisfatório. A quebra no Rio Grande do Sul já está consagrada, mas é preciso ficar atento aos outros mercados, observar como virá à safra do Mato Grosso, pois o milho de lá chega mais barato no RS que os R$30 vistos hoje no produto FOB local, portanto o produtor deve estar atento ao mercado e o momento de fazer dinheiro com o milho é agora”, conclui.