DA REDAÇÃO: Pressão continua no mercado do boi, mas virada do mês pode dar fôlego com consumo sazonalmente mais aquecido
Após uma semana de forte tentativa de pressão para baixa por parte dos frigoríficos, o pecuarista manteve seu ritmo de segurar a engorda dos animais nos pastos – aproveitando as boas chuvas – sem dar força para o avanço dos negócios. Apesar de a arroba se manter sustentada entre R$98,00 e R$ 100,00 à vista em São Paulo, o mercado busca agora um novo patamar de preços máximos e mínimos com o início do mês de fevereiro.
Segundo Caio Junqueira, da Cross Investimentos, principal fator que faz as cotações recuarem é o consumo enfraquecido e a sobra da carne bovina no mercado atacadista. Mas, diante da melhor nas pastagens, o produtor ainda escoa novilhos e fêmeas na expectativa de melhorar o cenário de preços para então ofertar a arroba mais pesada dos machos.
Outro importante reflexo baixista para o mercado do boi gordo chega na gôndola dos supermercados a concorrência da carne bovina diante da queda acentuada da carne de frango e de porco para o consumidor que acaba aumentando as compras. O consultor faz o alerta para o pecuarista continuar de olho no consumo nas carnes concorrentes.
Junqueira explica que o ano começou atípico, onde os custos com a engorda se elevaram tanto para a bovino, como para a suíno e avicultura e acredita que dificilmente o milho e o trigo da ração barateie ao longo do ano para derrubar o custo da produção. Resta saber onde vai parar o excesso de carne que o consumidor não escoa do supermercado.
Importante ressaltar que, para ele, o ano de 2012 é promissor para a volta do ritmo acelerado das exportações. Vale lembrar que os Estados Unidos devem reduzir o volume a ser exportado por conta da seca que devastou as pastagens do país. Assim, o Brasil se posiciona como importante player abastecedor do mercado global. Esse cenário já é esperar para começar em fevereiro.