DA REDAÇÃO: Federarroz prevê redução de área cultivada no RS

Publicado em 22/08/2012 10:31 e atualizado em 22/08/2012 13:57
Arroz: Levantamento da Federarroz aponta deficiência hídrica de 43% no RS, com isso área cultivada com arroz pode diminuir até 22% no Estado. Concorrência com a soja também deve favorecer decréscimo na área de arroz. Por outro lado, menor oferta deve favorecer preços firmes para o grão em 2013.
 Um levantamento realizado na última semana pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) com amostragem de 32 municípios produtores de arroz indica um déficit hídrico de 42,81% (366.600 mil/ha) no estado e forte indicativo de queda na área cultivada para a safra 2012/13. O presidente da Federarroz, Renato Rocha, reconhece que a situação torna-se ainda mais preocupante com o rebaixamento da expectativa de intensidade do fenômeno climático El Niño previsto para a primavera, de intermediário para fraco. “O El Niño costuma ampliar o volume de chuvas no Rio Grande do Sul, o que poderia ajudar a recompor os mananciais, apesar do risco de atrapalhar o plantio. A previsão de um fenômeno fraco e chuvas dentro da média ou abaixo, preocupa”, afirma.

Com a soma destes fatores, a Federarroz passou a trabalhar com uma expectativa de área cultivada entre 800 mil e 900 mil hectares de superfície semeada na safra 2012/13, uma redução projetada entre 22,7% e 13,1%, respectivamente, sobre 1,036 milhão/ha cultivados no ciclo 2011/12. “É o quadro para o momento, que pode ser alterado nos próximos 60 dias se chover tudo o que não choveu no outono e no inverno”, comenta. Para Renato Rocha, entre 80% e 90% da área que deixará de ser semeada com arroz será utilizada para o cultivo de soja, alternativa que está dando certo nas várzeas no Rio Grande do Sul em anos mais secos.

O dirigente chama a atenção dos arrozeiros para algumas recomendações técnicas para a cultura da soja em várzeas nesta safra, como: utilizar variedades que possuam bom potencial produtivo, aliado a resistência a umidade e doenças, priorizar o cultivo em coxilhas, descartar o cultivo em várzeas alagadiças, ao se cultivar em várzea, priorizar aquelas áreas que possam ter um bom sistema de drenagem.   

O levantamento realizado entre os dias 1º e sete de agosto de 2012,  apontou que os 32 municípios consultados cultivaram 856.187 hectares no ciclo 2010/11, quando as barragens estavam cheias. Para a próxima temporada, há disponibilidade de água para plantar só 489.586,72 hectares, ou 57,18% da dimensão cultivada naquele ciclo e um déficit de 366.600 há, ou 42,81%. As regiões mais criticas são a Fronteira Oeste, Campanha e Depressão Central. “Há municípios com apenas 10% da disponibilidade hídrica nas barragens e açudes”, assegura. Na Campanha, Bagé e Dom Pedrito aparecem com 20% da capacidade de irrigação, São Gabriel com 23% e Rosário do Sul com 25%.

 Na Depressão Central, Agudo tem 10% de reserva hídrica nas barragens, Formigueiro 25%, São Sepé 27,5% e Cachoeira do Sul e Restinga Sêca, 30%. Na Fronteira Oeste, Itaquí e São Borja têm 40% de disponibilidade hídrica, enquanto Quaraí só 50%. O maior produtor arrozeiro do Brasil, Uruguaiana, tem água atualmente para cultivar 55% da área, em razão do inverno seco. “A previsão é de aumento do volume de chuvas na primavera, mas não tão acima da média como se esperava inicialmente e no verão a tendência é de normalidade”, diz Alexandre Aguiar, climatologista da MetSul.

Faltando cerca de 30 dias para o início do plantio da safra de arroz 2012/13, os produtores vivem um período de indefinição por causa do clima e da expectativa de repactuação das dívidas do setor, que chega a R$ 3,1 bilhões. Na semana que passou, o assistente-técnico de arroz da Emater-RS, José Enoir Daniel, explicou que seriam necessários volumes pluviométricos de no mínimo 600 milímetros, em 60 dias, para regularizar as condições nos reservatórios de 35% das áreas cultivadas, que recebem irrigação de barragens artificiais. Segundo ele, dificilmente a área plantada será maior do que 900 mil hectares no período 2012/2013. O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) deverá divulgar uma estimativa preliminar de área a ser cultivada nos próximos dias. No setor, é grande a expectativa a cerca destes dados.

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Por:
Ana Paula Pereira + Federarroz
Fonte:
Notícias Agrícolas

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