DA REDAÇÃO: Soja: Diante da ausência do grão nos EUA, contratos de mais curto prazo registram altas na CBOT
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago iniciaram a sessão desta quarta-feira (22) sem direção definida, mas ao longo das negociações as cotações passaram para o lado positivo da tabela. Os contratos de mais curto prazo ainda encontram sustentação na escassez de produto no mercado norte-americano. E a demanda pelo grão permanece aquecida no mercado interno e internacional.
Segundo o diretor da CentroGrãos Famato e do SIMConsult, João Birkhan, há uma procura muito grande pela soja em todo o Brasil. Porém, grande parte da produção brasileira já foi vendida para o mercado internacional. Além disso, o diretor acredita ainda que existe a possibilidade dos preços subirem.
“Quem ainda tem soja para vender deve esperar, pois tem possibilidade do mercado subir. Há duas semanas a soja foi negociada dentro dos EUA a US$ 16/bushel. Contando o valor em Chicago mais o prêmio. Então, teoricamente o mercado pode ultrapassar os US$ 15/bushel na Bolsa”, ratifica Birkhan.
Por outro lado, o diretor destaca que com a safra cheia norte-americana os preços futuros podem ficar pressionados negativamente, em função do excesso de oferta. Segundo estimativas do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) a safra nova de soja dos EUA deverá totalizar 92,26 milhões de toneladas.
“Mas imediatamente, após o volume colhido vamos fazer a conta de quanto tempo os estoques vão agüentar até a chegada da safra sul-americana. Em seguida, o mercado vai voltar a esquentar, uma vez que estamos em uma situação em que o aumento da produção é menor do que o aumento de consumo. Então é a lei da oferta e da procura”, explica o diretor.
Já as cotações do milho apresentaram boas altas na sessão de hoje (22). O diretor sinaliza que a demanda por parte da China está aquecida, nesta quarta-feira o USDA reportou a venda de 360 mil toneladas de milho para a nação asiática, e mais 180 mil toneladas para destinos não revelados. Os volumes deverão ser entregues na safra 2013/14. Devido às adversidades climáticas, o país registrou uma queda na produção do cereal. No Brasil, a comercialização do grão segue em ritmo lento, pois os produtores aguardam a decisão dos leilões da Conab, conforme relata Birkhan.