DA REDAÇÃO: Expectativa de bons preços para o boi gordo frente ao vácuo de ofertas
Neste momento já é claro o posicionamento de final de safra e entrada de entressafra, apesar desse comportamento depender da demanda, o estoque de boi gordo no pasto já é menor. Há ainda fundo de boiada, que talvez fique para o próximo ano ou para ser vendido depois como reposição. Existem também animais para serem suplementados, mas nenhum animal pronto no momento, o que começa a gerar um vácuo na oferta de boi gordo.
O sinal mais claro de que o estoque de gado está bem mais curto é a falta de chuvas há um mês na região Centro-oeste do país, o que implica na menor qualidade das pastagens. A reação do mercado quanto à questão climática é direta com a diminuição da oferta.
De acordo com a analista da FCStone, Lygia Pimentel, o grande problema agora é a carne que está sobrando no mercado, que pode fazer a margem dos frigoríficos piorarem. “Temos frango e suíno que caíram e ainda continuam caindo, então isso pode diminuir a competitividade da carne bovina, diminuindo a margem dos frigoríficos e, consequentemente, diminuindo o potencial de alta do boi”, afirmou Lygia.
No entanto, enxugando a oferta, entra menos boi, mas também entra menos carne no mercado varejista, o que pode enxugar o mercado e manter os níveis de preço. O patamar atual de preço em São Paulo é R$ 97,00/@ e existem negócios sendo fechados acima do valor de referência.
A falta de boi se deve a um confinamento de primeira etapa muito baixo e de uma finalização um pouco antecipada da própria safra. “Temos demanda maior dos frigoríficos pelos animais, enxugando a oferta e pulverizando as compras no começo do ano ao invés de concentrar apenas em maio”. A demora na queda dos preços do milho atrapalhou os pecuaristas que retardaram a colocação do animal no cocho, o que faz com que haja um vácuo de oferta neste momento e aumente a expectativa de bons preços para o boi gordo.