DA REDAÇÃO: Soja – Com clima favorável nos EUA, cotações recuam em Chicago
No pregão regular desta quinta-feira (1), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago operam do lado negativo da tabela. Por volta das 15h56 (horário de Brasília), as principais posições da commodity registravam perdas de dois dígitos. O contrato agosto/13 era cotado a US$ 13,57, com 16,25 pontos de queda.
Para o analista de mercado da Cerealpar, Steve Cachia, as previsões climáticas favoráveis e a perspectiva de uma safra cheia nos Estados Unidos pesam sobre as cotações futuras. “Mas isso não impede que mais para frente voltamos a falar de outros assuntos, inclusive climáticos no país, já que com o atraso no plantio da safra nova a colheita da produção pode coincidir com época de geada precoce, que pode causar algum dano”, afirma.
Paralelo a esse cenário, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou na manhã desta quinta-feira o relatório semanal de exportações do país. Os embarques norte-americanos de soja totalizaram 1.030,900 mil toneladas na semana terminada no dia 25 de julho. O número é maior do que o reportado na semana anterior de 665,2 mil toneladas.
Apesar dos números positivos, o analista destaca que a situação não afeta as cotações, já que há a expectativa de uma grande safra norte-americana. “E sem dúvidas será preciso muito mais para enxugar os estoques nos EUA”, diz Cachia.
Por outro lado, as cotações futuras ainda podem encontrar algum suporte na demanda aquecida, conforme acredita o analista. Alguns países produtores de grãos enfrentam problemas climáticos nesta safra, como é o caso da China, que passa pela pior seca dos últimos 140 anos. Em algumas regiões, a temperatura passou de 43ºC.
“Essa situação deve impactar a agricultura chinesa e esse pode ser um fator para limitar alguma possibilidade de queda maior nos preços futuros. A China é o maior país importador de soja do mundo e agora passou a adquirir milho e trigo também, o que demonstra a necessidade de demanda interna deles. E talvez com essa quebra na safra o país pode importar mais”, ressalta o analista.
Frente a essa situação, Cachia orienta que os produtores brasileiros aproveitem a taxa de câmbio favorável e os preços para ir negociando o soja. “Nós estamos vindo de anos com bons preços e, com isso, os produtores aumentaram a área cultivada e se não tiver problemas climáticos, o aumento na produção não será absorvido pela demanda. E os estoques crescem um fator normal para uma baixa nos preços”, ratifica.
Brasil – No país, a comercialização da safra nova segue em ritmo lento. Até o momento, cerca de 15% da produção foi negociado, enquanto que no Centro-Oeste o percentual é de 26%. Entretanto, o analista sinaliza que caso haja uma melhor nos preços em Chicago, a negociação tende a acelerar.