DA REDAÇÃO: Milho – Colheita atinge 80% da área projetada em Palotina (PR) e preços estão abaixo do mínimo
A colheita do milho safrinha já atinge 80% da área projetada para o município de Palotina (PR). No entanto, as chuvas excessivas na segunda quinzena do mês de junho, entre os dias 14 a 30 de junho choveu 391 mm na região, comprometeram a qualidade do cereal. Frente a esse cenário, o índice de milho avariado chega próximo a 6%, que é o número limite de ardidos para a comercialização.
Além disso, os preços também preocupam os produtores paranaenses, as cotações seguem em patamares mais baixos. A saca do cereal é negociada a R$ 16,70, valor abaixo do preço mínimo fixado em R$ 17,46 a saca. O gerente comercial da CVale, Valentim Squisatti, explica que apesar dessa situação a safra é considerada satisfatória, com produtividade média de 5.400 kg por hectare, porém o milho não tem qualidade para exportação.
“Neste momento, o mercado está bastante pressionado. Em Chicago, o contrato dezembro/13 é negociado a US$ 4,81 por bushel, nesta quinta-feira (8), e o clima nos EUA é considerado normal. Por outro lado, na próxima segunda-feira tem o relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), mas a expectativa do mercado é que o país colha uma safra ao redor de 355 milhões de toneladas de milho”, afirma Squisatti.
O mês de agosto será decisivo para as lavouras de milho norte-americanas, já que houve um atraso no plantio. E caso a safra dos EUA seja cheia, os preços futuros da commodity, negociados na Bolsa de Chicago, podem ficar abaixo de US$ 4,50 por bushel, situação que pode tirar a liquidez do produtor brasileiro, conforme acredita o gerente comercial.
“Agora, a estratégia do mercado consumidor é acreditar e confiar em safra cheia nos EUA e as condições das lavouras mostram isso. Segundo o USDA, 64% das plantações estão em boas e excelentes condições. Ano passado, cerca de 29% das plantações de soja estavam em condições boas”, ressalta Squisatti.
Logística – Com a falta de infraestrutura logística, a perspectiva é que somente no início de setembro a produção de milho comece a ser enviada ao porto. “Onde inicialmente o período de exportação via contrato com a multinacional era para o mês de julho. Em Paranaguá, o clima tem sido favorável às exportações, mas há uma concentração de navios. A situação logística é desagradável e faz a gente perder o sono”, finaliza o gerente.