DA REDAÇÃO: Mercado ajusta posições à espera do relatório do USDA e soja fecha em baixa na CBOT
Nesta terça-feira (10), soja e milho encerraram o pregão eletrônico da Bolsa de Chicago com cotações em baixa. Na próxima quinta-feira (12), o USDA divulga um novo relatório de oferta e demanda e nesta semana também há o início oficial da colheita nos EUA.
Frente a esse cenário, Steve Cachia, analista da Cerealpar, acredita que existe um ajuste de posições na espera do relatório do USDA e, principalmente, que o mercado sente a pressão sazonal da colheita, com a chegada de produto novo.
Nesse momento, nem a seca nos EUA é suficiente para manter as cotações em alta, uma vez que o mercado já precificou as possíveis perdas de produtividade na safra e agora aguarda apenas essa confirmação. Segundo Cachia, dependendo dos números que o governo norte-americano divulgar, o mercado tem condições de reagir: “A maioria dos players espera uma queda no número de produção e de estoques em relação à estimativa do mês passado e, dependendo da magnitude dessas quedas, o mercado pode voltar a subir, mas, após absorver esses novos fatores, mais tarde a colheita volta a ter aquele impacto sazonal, já que, mesmo com uma quebra na produção, a safra dos EUA continuará grande e é normal que o mercado reaja negativamente a entrada da safra”.
Por outro lado, se os números vierem dentro da expectativa, com uma queda pequena, o mercado talvez nem reaja a isso e volte a focar na colheita, com isso haverá uma pressão nos preços. Porém, se o relatório do USDA surpreender pode ocorrer um rally, com o mercado talvez testando a marca dos US$ 14,00/bushel. No entanto, mais uma vez absorvido esse fator, com a entrada da safra haverá um movimento de garantia de lucro em cima disso, que deve continuar até, pelo menos, a metade da colheita e, posteriormente, o mercado irá focar na questão da demanda e no ritmo de exportações, que podem fazer com que o mercado volte a reagir.
No mercado interno, os preços também podem ser pressionados com o dólar mais baixo do que há algumas semanas junto à queda nas cotações em Chicago. Cachia afirma que o Brasil começa a ficar na entressafra e talvez algumas regiões não cheguem a sentir tanto esse impacto negativo em função da pouca disponibilidade de soja no país.
“O mercado internacional foca primeiro no que acontece nos EUA, mas a América do Sul também é muito importante, com isso há uma situação em que os EUA está colhendo o que pode ser uma safra recorde e o Brasil, a Argentina e o Paraguai estão plantando uma área recorde de soja, o que faz o mercado sentir uma pressão, que, se não fosse a questão da perda da safra norte-americana, poderia ser bem maior”, diz Cachia.
Milho: A seca nos EUA não atingiu tanto o milho este ano, com isso as perdas não tem um efeito positivo nos preços, porém essa situação de possíveis perdas de produtividade estão, no mínimo, impedindo uma queda maior nas cotações, já que existe uma grande oferta mundial do grão.
No mercado interno, como as flutuações estão sendo pequenas, essa pressão de Chicago não chega a afetar o Brasil, até porque há uma situação de oferta abundante e, enquanto isso não for um pouco enxugado, será difícil ocorrer alguma reação nos preços do milho. De acordo com Cachia, com a demanda pode haver alguma reação nas cotações, mas o mercado de milho ficará em segundo plano e o que a soja fizer, o milho irá acompanhar, uma vez que os mercados estão interligados.
Alin Pedro Itumbiara - GO
Esse cidadão disse que os EUA podem ter uma safra recorde ou eu to escutando mal?? parei de ver a entrevista nesse momento!!!