Boi Gordo: Negócios no mercado paulista já chegam a R$ 111/@
Nesta quinta-feira (03), os preços futuros do boi operam com leve queda na BM&F. O recuo nas cotações futuras é um movimento meramente especulativo, já que não há fundamento que aponte para uma baixa no mercado físico, conforme explica o analista de mercado da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
No mercado paulista, os negócios já alcançam o patamar de R$ 111,00 a R$ 112,00 a arroba à vista. Os preços ainda encontram suporte na oferta ajustada frente a uma demanda aquecida no mercado interno e os bons resultados das exportações brasileiras.
Além disso, mesmo com o leve aumento da entrada de animais de confinamento no mercado, os frigoríficos ainda encontram dificuldades em alongar as escalas de abate. As escalas atendem, em média, entre 2 e 3 dias úteis e com a demanda aquecida na primeira quinzena no mês de outubro, os frigoríficos tentam alongar as escalas para atender a reposição do varejo.
“E nesse período há margem para os preços do boi apresentar nova valorização. O que observamos é a demanda para exportação, que ao longo do ano, registra bons resultados. Isso faz com que a disponibilidade interna de carne bovina seja menor e menos carne no mercado interno resulta em preços mais altos”, explica Iglesias.
A expectativa é que essa pressão positiva permaneça do mercado até a segunda quinzena de outubro, já que depois desse período a oferta de animais confinados tende a aumentar. Situação que, na visão do analista, pode pressionar negativamente os preços do boi. A tendência é que as cotações retornem ao patamar de R$ 105,00 a arroba. “Os preços não devem recuar tanto, uma vez que a oferta de animais confinados é menor esse ano”, afirma.
Diante desse cenário, a orientação do analista é que negociem os animais até a segunda quinzena de outubro para aproveitar os bons preços do boi.
Já em relação ao embargo da Rússia a alguns frigoríficos brasileiros, o analista acredita que a medida deve impactar mais o mercado futuro, entretanto, os frigoríficos já informaram que outras plantas irão atender a demanda russa. A perspectiva é que essa situação não afete, de maneira significativa, as exportações brasileiras, segundo destaca Iglesias.