DA REDAÇÃO: Programa de manejo e uso de controle biológico são necessários para evitar grandes perdas na lavoura
Doenças e pragas continuam a causar prejuízos para as safras de grãos brasileiras. Mesmo com o uso de defensivos agrícolas, o combate não é 100% eficiente. Para Dirceu Gassen, gestor técnico da Cooplantio, o produtor precisa investir em programas de manejo e controle biológico para obter melhores resultados.
Uma das culturas afetadas foi o arroz, a região Sul. “Já temos 30% da safra de arroz colhida, podemos dizer que é uma safra normal, entretanto, com algumas exceções. Nós tivemos duas situações de problemas na safra de arroz. A primeira foi em novembro, na fase de germinação e estabelecimento de planta, tivemos um período prolongado de chuvas e pouca luz, e o arroz perfilhou pouco. Em janeiro, tivemos temperaturas muito elevadas durante 10 dias, situação de floração... Este ano nós perdemos a fecundação o que resultou nesses cachos de cor escura”, explica o gestor técnico.
Para a soja, Gassen afirma que a situação é positiva na região Sul. “Tudo indica que teremos uma safra boa, acima da média”. Apesar disso, as lagartas continuam sem controle, principalmente a falsa medideira. “Estamos usando doses altas de inseticidas e algumas misturas”.
“Nós temos controle perfeito com a soja nova, com biotecnologia, entretanto, com produtos químicos, é necessário fazer uma reavaliação e considerar inimigos naturais como o percevejo, e retomar estratégias de manejo de praga” O técnico afirma que estas medidas são muito importantes para o futuro da agricultura de uma região tropical como o Brasil. “O grande desafio é estruturar um programa de manejo para evitar a seleção de populações resistentes”.
O controle da ferrugem, por exemplo, não está sendo eficiente com o uso de inseticidas. “A rotação de cultura, por exemplo, não é uma opção, é uma necessidade. O planejamento de lavouras, a cobertura permanente do solo e a atividade biológica são necessidades para se sobreviver produzindo alimentos”, explica Gassen.