DA REDAÇÃO: Milho – Produtores brasileiros ainda terão boas oportunidades para negociar o grão, afirma analista
Apesar do recuo nos preços do milho no mercado interno, os produtores ainda terão boas oportunidades para negociar o grão entre os meses de setembro e outubro, conforme relata o analista de mercado da Cerrado Corretora, Mársio Antônio Ribeiro. A valorização dos preços pode ocorrer devido à redução da área cultivada com milho nos EUA na safra 2014/15.
Por enquanto, a comercialização da safra de verão ainda está um pouco mais lenta, já que os produtores estão mais focados na comercialização da soja. Já a negociação da safrinha está bem mais travada se comparada com anos anteriores.
Na safra de verão, ainda não é possível quantificar as perdas devido ao clima irregular, principalmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais. No caso da safrinha, a produção também deve ser menor, uma vez que houve uma redução na área cultivada.
“Parte dos produtores preferiu investir na cultura do algodão ou até mesmo na safrinha de soja, apesar do risco sanitário de fazer soja sobre soja. No Centro-Oeste, principalmente em Mato Grosso e Goiás, cerca de 700 mil hectares foram cultivados com soja safrinha”, afirma Ribeiro.
Além disso, é preciso ressaltar que parte da safrinha foi cultivada fora da janela ideal de plantio, situação que pode afetar a produtividade das lavouras. Outra grande preocupação dos produtores é também em relação ao ataque das pragas nesta safra, especialmente o percevejo de barriga verde, situação que já impacta os custos de produção.
CBOT
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços trabalham do lado negativo da tabela nesta segunda-feira. Após as altas registradas na semana anterior, o mercado realiza lucros, mas ainda assim, os principais contratos se mantêm próximos de US$ 5,00 por bushel.
A tendência é que os preços se mantenham próximos desses patamares até a próxima quarta-feira (9), quando o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga novo boletim de oferta e demanda dos EUA e mundial. “Caso o departamento traga números mais consistentes para as perdas na safra brasileira, poderemos ter uma valorização nos preços futuros”, explica Ribeiro.
Paralelo a esse cenário, os fundamentos continuam altistas para o mercado de milho. A demanda pelo produto norte-americano segue aquecida e a projeção é que haja uma redução na área semeada com o grão no país. Por outro lado, as informações de clima nos EUA começam a ganhar força no mercado, uma vez que o clima irá definir o potencial de produção nas lavouras norte-americanas.