DA REDAÇÃO: Crise argentina e feriado no Brasil fazem preço da soja subir no mercado global

Publicado em 18/06/2014 13:44 e atualizado em 18/06/2014 16:59
Soja: Argentina ainda possui 10% da safra para ser colhida e produtores seguram vendas a espera de preços melhores. A situação do câmbio não favorece negociações. No mercado brasileiro também não há muitos vendedores devido a semana de feriado.

Em um momento de escassez da soja no mercado global, o preço do grão apresentou alta no início da tarde desta terça-feira (18), com o produto marcando 1.407,00 por buschel, um crescimento de 8,75 na CBOT (Bolsa de Valores de Chicago) e prêmio de +18 no porto de Paranaguá para os contratos com vencimento em julho de 2014. Para agosto/2014, o valor fica em 1.357,00 (alta de 8,50) e o prêmio passa para +68.

O milho e o trigo, que estava há duas semanas em queda, também se recuperaram. Um dos motivos que favoreceu o momento de altas no mercado global é a política argentina e a expectativa de um possível calote do governo do país vizinho, que, se confirmado, deve provocar uma desvalorização do peso argentino frente ao dólar. Com a instabilidade econômica, os produtores da Argentina estão segurando a venda da soja no mercado, aguardando um momento mais favorável. Atualmente, ainda falta-se colher 10% da safra no país. “Houve perdas na safra neste final da colheita devido ao clima. Tem muita soja ardida na Argentina, já que praticamente toda a colheita aconteceu durante as chuvas”, disse Vlamir Brandalizze, analista de mercado.

Diante desse cenário, os produtores estão segurando as vendas, esperando por preços melhores. Nas últimas semanas, a instabilidade do valor da moeda norte-americana no país também provocou temor entre os produtores. “Se ele (produtor) vender nesse câmbio, um pouco acima de 8 pesos por US$ 1, e realmente acontecer o dito calote ou algo parecido, a chance do dólar ir a R$ 10 a R$ 12 é real. Assim, ele venderia a soja em um dólar barato e teria de comprar os insumos a um preço elevado. Isso faz com que não tenha vendedores na Argentina”, analisou Brandalizze.

Enquanto os argentinos enfrentam problemas, o Brasil tem uma semana com baixa movimentação devido ao feriado de Corpus Christi na quinta-feira e a realização dos jogos da Copa do Mundo de Futebol. Com a baixa oferta, os principais mercados, com o norte-americano e o chinês, não estão encontrando o produto no mercado, fato que provocou alta nos preços.

Crise iminente

De acordo com o analista, o mercado brasileiro está muito próximo de um período de crise. “O governo não consegue administrar a economia e nós vamos entrar em um ano no qual as commodities agrícolas, com exceção das carnes, vão ter faturamentos menores porque terão cotações menores em dólares. Nós vamos ter menos divisas no setor agrícola e isso vai pressionar ainda mais a economia, provocando déficits ainda maiores na balança comercial”, disse ele.

Outro aspecto citado é a questão da escassez de investimentos públicos, por se tratar de um ano eleitoral, o que causa maior cautela entre os investidores do agronegócio. “Nós vamos passar por vários meses com grande pressão sobre a economia. Estamos preparados para continuarmos a ser competitivos, mas passaremos por um período de crise”, acredita Brandalizze.

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Por:
João Batista Olivi // Fernando Pratti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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