DA REDAÇÃO: Governo acena com possibilidade de colocar até R$ 100 mi no mercado do feijão

Publicado em 23/06/2014 13:05 e atualizado em 23/06/2014 16:32
Feijão: Governo anunciou compras dos estoques por meio da AGF (Aquisição do Governo Federal), mas ainda não traz impacto nas comercializações. Ritmo de consumo está muito baixo devido a Copa do Mundo e as férias escolares.

O governo federal – através do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) - acena com a possibilidade de colocar até R$ 100 milhões no mercado de feijão para segurar os preços. Isso deve ser feito através de compras por meio de AGF (Aquisições do Governo Federal), que providenciarão um estoque do produto. Até o momento, foram liberados R$ 20 milhões, resultantes de AGFs anteriores. 

Essa medida poderá tirar do mercado mais de um milhão de sacos, no entanto, a burocracia em relação aos agentes desse dinheiro faz com que os produtores acreditem que terão acesso a essa verba daqui a 60 dias. Como o feijão faz safra a cada quatro meses, esse valor pode não dar sustentação ao mercado. 

“Eu acredito que na medida em que isso seja implementado no interior do Brasil nós tenhamos alguma reação, afinal um milhão de sacar é um pouco mais representativo”, afirmou Marcelo Lüders, analista de mercado da Correpar. “É claro que o  produtor demora para receber, mas na atual conjuntura não existe outra saída, pois não há como exportar e não consumo para esse feijão comercial”, disse o analista.

A medida poderá afetar o mercado na medida em que o pico da segunda safra já aconteceu no mês de maio e início de junho. Com a entrada desse montante, o consumo – que está parado – volte a ocorrer. As férias escolares aliadas à Copa do Mundo deixou o mercado lento. “A expectativa é de que até o final do mês, com a intervenção do governo do mercado, comecemos a ter alguma reação”, acredita Lüders.

A chegada ao mercado desse dinheiro do governo pode causar um efeito nocivo, que é a diminuição da área de cultivo da terceira safra, pois há um vazio sanitário para ser respeitado no Distrito Federal, em Goiás e em Minas Gerais. Isso deve diminuir um pouco o plantio aliado às sementes de milho que tomam conta de diversas áreas, além dos preços desestimulantes. “Mas o Brasil produziu uma grande safra, com uma grande quantidade de feijão carioca, o qual não há para quem exportar. Isso precisa ser discutido e resolvido”, falou o analista.

Embora retirado um pouco do mercado, o feijão está em um patamar de R$ 60 e R$ 70, ou seja, abaixo do custo que ficaria acima dos R$ 100. Para evitar essas alterações no mercado do feijão, é necessário, na opinião do analista da Correpar, um acompanhamento do que é a área plantada, que é apenas estimada. “Com esses números, seria possível criar mecanismos de estímulo, como a maior produção do feijão preto e do rajado e menor do carioca. Além de avisar o produtor que ele não terá mais o amparo do preço mínimo porque o excesso de oferta irá acontecer”, explicou Marcelo Lüders.

 

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Por:
João Batista Olivi // Fernando Pratti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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