DA REDAÇÃO: Presidente de moinho se posiciona contrário à liberação da TEC do trigo

Publicado em 23/06/2014 19:08 e atualizado em 24/06/2014 09:32
Trigo: Com a anunciada retirada da TEC (ainda falta publicação no D.O.), as importações devem aumentar e os agricultores brasileiros enfrentarão concorrência de trigo mais barato. Além disso a previsão é de uma safra de mais de 7 milhões de toneladas. Conclusão: vai sobrar trigo no campo.

Há uma previsão de uma grande safra de trigo (7,5 milhões de tonelada) para este ano, mesmo com o atraso nos plantios devido às fortes chuvas que atingiram os estados da região Sul do país. No mercado internacional, os preços da mercadoria caem sistematicamente, devido à grande oferta no mundo. A CBOT (Bolsa de Valores de Chicago) registrou nesta segunda-feira (23) U$ 5,84 o buschel, embora o valor já atingiu próximo de US$ 8 o buschel. 

Com a informação, na sexta-feira passada, de que o governo deverá liberar a TEC (taxa de 10%) para a importação do produto estrangeiro, os moinhos deverão buscar o trigo internacional, que estará mais barato, em detrimento do grão produzido no país. Com grande safra e boa qualidade, a tendência é que os produtores cheguem a ter prejuízo com suas produções. 

Para Lawrence Pih, presidente do Moinho Pacífico, não há necessidade da retirada da TEC. “Se o momento retirar a TEC neste momento será um duro golpe para o produtor. O que eu acho um pouco curioso é que o governo estimula a produção do trigo nacional e quando o produtor vai comercializar esse produto , ele (governo) autoriza a isenção de TEC, o produtor ficará novamente com o trigo e terá dificuldade em comercializá-lo”, falou Pih.

A posição do presidente de um dos maiores moinhos do país causou surpresa em muitos produtores. “Se o governo desestimula a produção do trigo nacional, eventualmente, vai ficar mais caro para os moinhos porque nós precisamos do trigo. Para nós, há necessidade tanto do trigo importado quando do nacional. Agora, não é justo o governo estimular a produção e depois puxar o tapete do produtor”, esclareceu ele.

O trigo no mercado mundial vem caindo sistematicamente, sendo que somente o norte-americano já caiu U$ 60 desde o seu ponto mais alto durante o ano. O câmbio do dólar frente ao real é de R$ 2,22. “Quando o produtor for vender sua produção, ela estará abaixo do preço mínimo e aí vai ser um caos novamente. Eu não entendo a política do governo. O produtor tem de ser estimulado e o governo toma medidas totalmente fora de contexto nesse momento”. 

A liberação da TEC, segundo Pih, deveria acontecer em um momento de falta do produto no mercado nacional, que é uma realidade que não se aplica ao cenário atual. Para ele, o governo nunca deve utilizar o produtor como um instrumento de combate à inflação. O que importa aos governantes é estimular a produção e dar condições para que o produtor sustente a produção ano após ano. 

 

 

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Por:
João Batista Olivi // Fernando Pratti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Sr. João Olivi, na seara agrícola os fatores exógenos têm sua relevância.

    Sr. João quero externar que minha visão, de matuto, nada tem contra às pessoas que desempenham as funções no “sistema” criado na cadeia do trigo brasileiro.

    É com certa incredibilidade que enxergo a eleição de um ex-diplomata na presidência da Abitrigo. Esta condição demonstra que profissionais na arte de negociar são mais importantes no meio; enquanto o elo da cadeia dos produtores da matéria prima, quem os representa?

    VAMOS ELEGER O MELHOR NEGOCIADOR DE QUE SE TEM NOTICIA!!

    ....”E VAMOS EM FRENTE” ! ! !....

    0