DA REDAÇÃO: Trigo – No RS, temperaturas negativas beneficiam lavouras após preocupação com excesso de chuvas
As temperaturas negativas registradas no Rio Grande do Sul beneficiam as lavouras de trigo. Na região de Palmeira das Missões, a temperatura caiu para 0,1ºC nesta madrugada. Para o presidente do Sindicato Rural do município e também presidente da Comissão de Trigo da Farsul, Hamilton Jardim, o frio é muito importante para a cultura do trigo neste momento.
“O clima com temperaturas mais baixas favorece o perfilhamento das plantas e faz com que não haja o avanço das doenças fúngicas como já estava acontecendo devido ao excesso de umidade, principalmente com oídio e ferrugem da folha”, explica o presidente.
Desde o início do plantio, os produtores gaúchos enfrentam sérios problemas em relação às precipitações excessivas. Inclusive, a área que seria cultivada com o cereal nesta safra não foi totalmente plantada devido à situação. Por enquanto, a estimativa é que tenham sido cultivados entre 1.150 a 1.200 milhão de hectares, número bem abaixo do esperado anteriormente, de 1.300 milhão de hectares.
Comercialização
Além dessa preocupação com o clima, a comercialização do trigo também deixa os produtores apreensivos, especialmente depois da retirada da TEC, para a importação de 1 milhão de toneladas do produto fora do Mercosul até 15 de agosto. “Estamos lutando para que o Governo coloque a visão sobre o mecanismo de comercialização que via utilizar na próxima safra. Nesse momento, é grande a pressão com os ministros para que não haja mais importações do produto”, destaca Jardim.
Também é preciso ressaltar que o estado tem cerca de 500 mil toneladas da safra anterior para ser negociada. Mas, por enquanto, o mercado está parado, uma vez que os moinhos estão abastecidos e adquirem o produto da mão-pra-boca, já os preços praticados são inferiores ao mínimo fixado pelo Governo Federal de R$ 33,45 a saca. Em média, no balcão, o triticultor consegue R$ 28,00 pela saca do cereal que pode chegar a R$ 30,00.
“Temos que ter preços melhores para não entrar a safra nova com preços mais baixos. E que possamos trabalhar com preços próximos da realidade dos custos de produção para que não haja um desestímulo da atividade”, destaca o presidente.