Preço do suíno não subiu o esperado para o início de junho no RS; exportação em maio pode ter segurado queda

Publicado em 08/06/2020 15:31
Valdecir Folador - Presidente da ACSURS
Segundo liderança do setor, se não fosse o recorde de exportações no mês de maio, os preços para o animal estariam em forte queda; custos de produção devem seguir desafiando setor até dezembro, pelo menos

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Entrevista com Valdecir Folador - Presidente da ACSURS sobre o Mercado do Suínos

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De acordo com o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, a expectativa do setor era de que o início do mês de julho traria altas de R$ 0,10 a R$ 0,15 por quilo de suíno vivo no Estado. Entretanto, nesta segunda-feira (8), em pesquisa de preços da entidade, foi detectato um aumento de apenas R$ 0,03, após três semanas de estabilidade, chegando aos R$ 4,29/kg do suíno vivo.

Folador afirma que, apesar de a alta não ter sido nos valores esperados, ainda que pequeno, este aumento mostra que não há força para puxar os preços para baixo. Um dos motivos foi a exportação recorde da proteína suína brasileira em maio, passando das 100 milhões de toneladas. 

"Se não fossem as exportações com resultado tão positivo, com certeza os preços do suíno estariam despencando. A expectativa é de que o segundo semestre, que tradicionalmente é de grandes volumes embarcados, siga escoando parte da produção interna", disse.

Outro ponto que Folador ressalta é que que não há sobreoferta de animais para abate, o que também ajuda a segurar os preços. Apesar dos valores não terem subido tanto no início do mês, mesmo com entrada da massa salarial, o presidente da Acsurs afirma que os suinocultores estão vendendo lotes em volumes normais.

"Na negociação, há a alegação por parte dos frigoríficos de que estão com dificuldade nas vendas. No caso das pequenas e médias agroindústrias, que atentem apenas o mercado interno, a gente entende que é real este cenário, mas quelas que exportam estão com melhores condições, o que deveria melhorar a negociação", explica.

Apesar da melhora dos preços em maio e da leve alta neste início de junho, Folador afirma que os custos de produção seguem sendo um desafio, já que, para se fabricar 1kg de suíno, o custo é em torno de R$ 4,30, R$ 4,40, puxados pelos preços altos do milho e farelo de soja.

"Tendo em vista que o preço de R$ 4,29/kg do suíno vivo aqui no Rio Grande do Sul esta semana é para o posto indústria, isso significa que o preço pago pelo animal na granja, ao produtor, é de em torno de R$ 4, o que aponta para margem negativa", afirma. 

A perspectiva do setor é de que até dezembro, pelo menos, os custos com milho e farelo de soja para alimentação animal sigam onerando o produtor gaúcho, já que o Estado sofreu quebras significativas nas safras do grão e da oleaginosa. 

O setor sunícola já opera as compras dos insumos com prospecção de redução de volumes ofertados dentro do Rio Grande do Sul e com a possibilidade de ter que adquiri-los fora do Estado. "Mesmo que a saca de milho de 60kg saia por R$ 35 no Mato Grosso do Sul, por exemplo, para trazer para cá tem o custo do frete e do ICMS, o que acaba elevando os valores para os patamares que já temos hoje, perto dos R$ 50/saca".

 

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Por:
Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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