Francisco Turra deixa presidência da ABPA e relata evolução do setor nos últimos 12 anos

Publicado em 19/08/2020 16:55 e atualizado em 19/08/2020 18:06
Francisco Turra - Presidente ABPA
Turra agora fará parte do Conselho Consultivo da Associação, e o ex-diretor executivo, Ricardo Santin, assumiu como presidente

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Entrevista com Francisco Turra - Presidente ABPA sobre a Liderança da ABPA

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Nesta quarta-feira (19) Francisco Turra encerrou sua trajetória de 12 anos enquanto presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O ex-ministro da Agricultira e ex-presidente da Conab agora fará parte do Conselho Consultivo da Associação. O cargo de presidente agora é ocupado pelo ex-diretor executivo da Associação, Ricardo Santin, após solenidade realizada virtualmente na manhã desta quarta-feira. 

De acordo com Turra, os últimos 12 anos foram de união do setor produtivo ao industrial e, principalmente, de profissionalização de toda a cadeia para se adequar às exigências do mercado externo e elevar a qualidade do produto oferecido também no Brasil.

"E ao contrário do que se pode pensar, houve muitas pequenas e médias empresas produtoras que deram saltos de investimento para de adequar e se especializar às preferências de cada mercado consumidor", disse.

De 2008 a 2020, a ABPA foi estruturada com a junção de entidades que representavam avicultores, suinocultores, e também a agroindústria, para atender aos interesses do setor como um todo e ampliar o leque de parceiros comerciais do Brasil. No período, o país passou de 128 importadores para 144 no caso da a carne de frango; para a proteína suína, o número passou de 59 para 73.

Apesar da ampliação dos mercados para as exportações brasileiras, aumento no volume e na arrecadação com as vendas nos últimos 12 anos (confira dados abaixo), houve algumas pedras no caminho do setor durante a trajetória de Turra como presidente da ABPA.

"A operação Carne Fraca foi a mais difícil, porque jogou a imagem do setor de proteína animal brasileira na lama, repentinamente, enquanto conquistávamos mercados, e isso reverberou de maneira negativa por causa da desinformação. Levou tempo para recuperar essa imagem e reconquistar a confiança", relembrou.

Além deste episódio, Turra cita também a Operação Trapaça, relacionada a fraude em emissão de resultados de análises laboratoriais para registro junto ao Serviço de Inspeção Federal (SIF). O ex-presidente da ABPA também aponta a atual pandemia pelo coronavírus como um fator marcante para o setor, ainda que não seja algo diretamente ligado ao mercado de proteína animal.

"Foi uma situação que nos pegou de surpresa, um mundo desconhecido, mas desde o começo a ABPA trabalhou junto dos associados e de autoridades para desenvolver protocolos para garantir a segurança no processo produtivo de ponta a ponta. E funcionou, porque hoje não temos nenhuma planta parada, e seguimos colocando comida na mesa de brasileiros e de famílias mundo afora". 

O futuro para a área de proteína animal no pós pandemia deve ser de crescimento, conforme projeções de Turra, já que o mercado interno deve ter recuperação na demanda e o externo, aumentar a necessidade de proteína animal. 

LINHA DO TEMPO

Em 2008, a ABPA criou um sistema que distribuiu proporcionalmente, por justiça e performance, distribuia cotas para as empresas, diminuindo impactos e custos a quem exporta.

No ano seguinte, 2009, houve a abertura do mercado Chinês para a carne de frango, que hoje é importador 19% de aves e 38% de suínos que são exportados pelo Brasil.

Em 2010 promoveu a união da União Brasileira de Avicultura (UBA), que representava os produtores, com a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (ABEF), que representava a agroindústria, surgindo a UBAEF. Um novo modelo de gestão foi construído, dividida em câmaras temáticas. Houve a intensificação da participação em ações e missões internacionais.

No ano de 2010, a entidade abriu novos mercados para o Brasil, como Malásia, Uruguai, entre outros. 

Em 2014 surgiu a ABPA, entidade intersetorial que aglutinou a UBAEF e a Associação da Indústria Exportadora de Carne Suína (ABIPECS), com sede em São Paulo, e unidades em Brasília, Bruxelas e Pequim, passou de 23 associados para 140 empresas e entidades vinculadas.

AVANÇOS INSTITUCIONAIS

ABPA Data, um sistema inédito de inteligência competitiva para po setor produtivo brasileiro foi criada e dá acesso aos associados a 2,5bi de dados, acompanhando em tempo real tudo o que acontece em vários países. É a diferença da nossa entidade.

Criou Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (Siavs), evento político, técnico e comercial dos setores no Brasil.

Abertura de mercados como México, Índia, Paquistão, Coréia do Sul, Estados Unidos, Japão, Mongólia, Moldávia, Mianmar, vietnã, entre outros.

Ampliação substancial das plantas habilitadas para exportar proteína animal para a China, totalizando 64 unidades.

NÚMEROS

De 2008 até o final do primeiro semestre de 2020 a produção de carne de frango no Brasil passou de 10 milhões de toneladas para 13,7 milhões, aumento de 37% enquanto a de carne suína saltou de 2,9 milhões de toneladas para 4,2 milhões de toneladas em 2020, acréscimo de 44,8%.

No caso da exportação, em 2008 o Brasil embarcava 3,6 milhões de toneladas de carne de frango, montante que passou a ser de 4,3 milhões em 2020, alta de 19,44%. Em relação à proteína suína, o valor foi de 607 mil toneladas para 1 milhão de toneladas este ano, avanço de 64,7%. 

O aumento da receita em reais com as exportações de carne suína de 2008 a 2020 foi de 443,1%, enquanto para a carne de frango, a alta foi de 246,1%. O volume exportado também cresceu em 12 anos: 89% para a proteína suína e 16,5% para a de frango.

A abertura de mercados entre 2008 e 2020 também teve saldo positivo, passando de 128 para 144 para a carne de frango, destacando países como China, México, Malásia e Índia; para a carne suína, o número passou de 59 para 73 países, citando China, Coréia do Sul, Japão, Índia, África do Sul, Estados Unidos, entre outros.

 

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Por:
Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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