CNA alerta: com tabela obrigatória de fretes não tem acordo

Publicado em 25/04/2019 13:47
Elisangela Pereira Lopes - Assessora Técnica da CNA
Desde sua implantação em maio de 2018 até agora, tabela de fretes teve reajuste de 6,12% contra 3,9% de inflação no mesmo período

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Entrevista com Elisangela Pereira Lopes - Assessora Técnica da CNA sobre o Tabela dos fretes

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O Notícias Agrícolas dá sequência à discussão a respeito do posicionamento dos caminhoneiros em relação ao Governo Federal. Para ouvir o outro lado - que é a cadeia do agronegócio - nós conversamos com Elisângela Pereira Lopes, assessora técnica da CNA.

Com mais um aumento confirmado pelo Governo, corrigindo a tabela de fretes anterior, Lopes visualiza que alguns impactos devem se fazer presentes para o produção rural. Ela ressalta que os "prejuízos são inúmeros" e "já conhecidos pelo setor".

O aumento dos fretes, segundo estudo da CNA, considerando um transporte de Sinop (MT) ao Porto de Santos, reflete nos lucros de alguns produtos essenciais, como o milho. Com a manutenção da tabela, fica insustentável produzir milho no Brasil, como ressalta Lopes.

Caso a tabela seja cumprida, os produtores terão de buscar outras alternativas. No ano passado, essa situação também chegou a inviabilizar a negociação, perdendo competitividade tanto no mercado interno como também no mercado internacional.

Desde maio de 2018, o aumento de preços foi de 6,12% - ou seja, eles foram reajustados acima da inflação, impactando diretamente no produto final.

Linha do BNDES para caminhoneiros deve demorar até 45 dias, dizem fontes

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A linha de financiamento com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para caminhoneiros só deve estar disponível entre maio e junho, disseram fontes próximas ao assunto.

Segundo as fontes, que falaram em condição de sigilo, a adequação dos sistemas do banco aos dos bancos de varejo que vão repassar os recursos deve levar de 30 a 45 dias. Como o BNDES não tem agências, repassa os recursos para terceiros.

"A adequação de sistemas não é algo automático. Leva um tempo entre o anúncio, a adaptação e a adequação dos sistemas do BNDES e dos agentes financeiros", disse uma das fontes. "Perto de meados do ano parece ser um prazo razoável. Há bancos que são muitos rápidos nessa adaptação e outros nem tanto".

A linha de financiamento de 500 milhões de reais prevê um teto de 30 mil reais para cada motorista que pode usar os recursos para manutenção e troca de pneus.

O programa foi lançado em meio a especulações de uma nova greve da categoria que estaria insatisfeita com os preços do diesel. No ano passado, uma greve dos caminhoneiros parou o país e provocou uma baque na economia brasileira.

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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4 comentários

  • elcio sakai vianópolis - GO

    Como a entrevistada comentou, no que esta tabela de frete ajudou os caminhoneiros no decorrer de quase um ano após a greve? Na minha opinião acho que ajudou muito os fabricantes de caminhões e carretas, ajudou também o governo, pois com a venda destes equipamentos houve uma maior arrecadação de impostos, os bancos também agradecem, pois muitos destes bens foram financiados. Agora pensando o que realmente mudou de fato. Um ajuste de mercado, com isso uma diminuição do frete, um aumento das peças de reposição ( ICMS não perdoa), uma estrada pior (herança dos antigos governadores), mais insegurança, menor receita no final do mês. Se uma greve no ano passado ajudou tanto assim a classe dos caminhoneiros, recomendo que façam anualmente uma nova greve. A primeira greve teve um êxito enorme, com certeza uma segunda e terceira greve geraria mais benefícios pros caminhoneiros do que as anteriores.

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    • Lougans Reis

      A tabela de fretes nunca foi paga aos caminhoneiros e eles nunca se beneficiaram desses frete, neste momento o frete nunca esteve tao baixos

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  • Valdemir Santos

    Mas não vi a CNA criticando o alto preço do combustível, que é o maior responsável por toda essa polêmica.

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  • Paulo Teodolindo

    Os carreteiros alertam, sem piso não haverá transporte.

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    • elcio sakai vianópolis - GO

      Uma vez vi uma palestra onde exalta a diferença entre os bolas murchas e os bolas cheias, em todo grupo há sempre estes dois tipos, os bolas murchas nunca fazem mais que o necessário, estão sempre reclamando, são acomodados e acham que os bolas cheias serão sempre seus adversários, gritam, esperneiam, ameaçam e sempre tentam fazer aquele bola cheia se tornar um bola murcha num futuro próximo. Já os bolas cheias por convicção são melhores profissionais, não abaixam a cabeça, traçam estratégias pra serem mais eficientes e não desistem nunca.

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    • Ricardo Menarim Castro - PR

      Sr Paulo Teodolindo, entendo que os caminhoneiros autônomos possam estar passando por dificuldades, mas, os agricultores também estão. Tivemos quebra de produtividade em nossas lavouras este ano, e os preços dos grãos estão abaixo do ano passado. Se não estiver satisfeito com o preço que podemos pagar pelo transporye de no produção sugiro que venda seu caminhão e mude de profissão, pois nós não iremos pagar frete além de nossas possibilidades. E, lhe digo mais, já os apoiamos diversas vezes, não terão nosso apoio novamente em uma possivel greve de caminhoneiros.

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    • Paulo Teodolindo

      A questão não estar ou não satisfeito, a questão aqui é que o custo é maior que a remuneração. Quem sobrevive recebendo menos do que gasta, sem incentivos, sem garantia de nada? Os autônomos vão quebrar em pouco tempo. Talvez não tenham percebido mas os pequenos e médios transportadores e que regulam para baixo o preço do transporte. Os grandes agricultores podem montar uma frota muito grande de caminhões, mas os pequenos e médios produtores podem? O que farão quando descobrirem que o custo de fazer o próprio transporte é maior que usando os pequenos? A situação está ruim pra todos, e ao invés de conversar e chegar a um acordo, o que vejo é um esperneio generalizado. Voltei ao transporte a dois anos apenas por amor, e faço atualmente transporte de produtos siderúrgicos, não sou eu quem vai parar e impedir o transporte dos produtos do agronegócio, mas sei o que está acontecendo, e vejo que com o atual rumo das coisas o futuro será ruim pra todos.

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    • Paulo Teodolindo

      Ricardo, a questão não é se há ou ou dificuldade para os autônomos. A questão é impossibilidade. A conta é muito fácil de fazer, se o valor do custo com diesel passar muito de 40% do faturamento bruto, vc terá problemas pois não só não ganhará nada, como também não parará suas contas. Temos aqui então uma uma situação perde/perde. Se os produtores não podem pagar mais, os transportadores não podem receber menos. Não venderei meus caminhões, mesmo porque não transporto produtos agrícolas, não por falta de vontade, mas apenas por oportunidade. Não sei se você é um grande produtor e tem possibilidade de comprar seus próprios caminhões, mas se o fizer, e também fizer as contas, descobrira que estará jogando dinheiro fora pois com os valores atuais de remuneração o transporte é péssimo negócio. Na questão relação produtor/transportador o que deve ser feito neste momento de crise é achar um meio termo onde os dois sobrevivam. A atual situação vai matar os pequenos transportadores, e tenha certeza, eles são os reguladores dos preços, são quem puxam os preços para baixo.

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    • Paulo Teodolindo

      Sakai, boa questão, no transporte não há mais bolas cheias nem murchas, os pequenos transportadores já perderam suas bolas para os bancos, reduziram os custos ao máximo não fazendo manutenção, não trocando os caminhões por novos, não dormindo e rodando dias a fio assim que carregam pois ficam dias parados esperando carregar, e quando o fazem, tem de sair correndo para tentar pagar a prestação antes que tenham a busca e apreensão de seu caminhão cumprida. O proximo passo é cortar os custos do diesel, só que ai só parando, que é o que já aconteceu uma vez, e está prestes a acontecer novamente.

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    • elcio sakai vianópolis - GO

      Desde a greve do ano passado, sempre expus minha opinião que o tabelamento de frete iria prejudicar todo o setor, e que a luta de toda esta classe estava equivocada. Se quiserem ajudar todos os trabalhadores, temos que começar pelaa desoneração dos impostos do governo estadual..., o ICMS, pra mim, é o grande vilão.... Se o exemplo está vindo de cima (governo federal) é obrigação dos estados e municípios fazerem o mesmo, diminuindo as despesas da maquina publica e diminuir os impostos..., sou realista e sei, portanto, que estas medidas não se fazem da noite pro dia, porém se nós já fazemos isso diariamente com nossos salários ou pró-labore com muito sacrifício é covardia qualquer governo não ter o mesmo respeito pelo dinheiro dos contribuintes. Tenho a esperança que algum governador dê o primeiro passo pra isso acontecer, e que os outros governadores não usem a desoneração como uma guerra fiscal e sim como um exemplo a ser seguido. observação: acho errado dar isenção de impostos pra algumas empresas..., a desoneração de impostos tem que ser feita no geral, sem prejudicar a classe mais carente da população. Direito de todos e não de apenas uma minoria.

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  • antonio jose magalhaes de mello cafelandia - SP

    Não tabela frete e o valor minimo que o transportador pode carregar e não ter prejuízo, os

    produtores não tem preço minimo do milho e outros por que não ter o mesmo para o transporte

    o caro não e o frete caro e os custos para você trabalhar o famoso custo Brasil

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    • elcio sakai vianópolis - GO

      A eficiência caminha a passos curtos, se hoje o frete rodoviário está caro, abre-se caminho pro frete ferroviário.

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    • Paulo Teodolindo

      O frete ferroviário deve ser mais barato por tonelada sim, mas não será implementável a curto e médio prazo, além disso um modal não elimina o outro. A realidade é que há um grande desequilíbrio nas relações, e este desequilíbrio culminou em uma crise quase intransponível. Ao invés teorizar e estigmatizar, é hora de achar soluções que tornem as coisas possíveis para produtores e transportadores.

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