Milho precisa de vazio sanitário para deter as cigarrinhas

Publicado em 22/08/2017 14:38
Milho precisa de vazio sanitário para deter as cigarrinhas

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Diretamente do 50º Encontro de Fitopatologia, em Uberlândia (MG), o Notícias Agrícolas conversou com Fernando César Juliatti, professor em fitopatologia e coordenador do evento, sobre o enfezamento do milho, doença que é provocada pela cigarrinha.

Por conta deste problema, o professor defende que a cultura também tenha um vazio sanitário, concentrando a semeadura em apenas uma época. Como a soja é uma cultura típica do verão, o milho seria plantado apenas na segunda safra, de forma a reduzir a população da praga.

O controle se aplicaria a todo o país e ele sustenta que a discussão deve ser provocada até que se consiga materiais de alto nível de resistência ao complexo. O controle químico sozinho, como visualiza Juliatti, não é suficiente para mitigar a doença.

O inseto se reproduz com rapidez, de forma exponencial. Um vazio poderia barrar a migração e o fluxo de insetos em um determinada região, diminuindo a população. Dentro da propriedade, o manejo deve ser mantido.

Juliatti conta que, no estado do Paraná, há áreas com, praticamente, 100% de incidência. Há epidemias também na Bahia e em Goiás, mas que ainda não foram devidamente quantificadas.

Além do vazio, ele destaca que o plantio de materiais mais resistentes e a concentração de semeadura em uma janela comum a todos em cada região também seriam fatores efetivos para o combate à cigarrinha.

O professor destaca ainda a ferrugem da soja, que ocorreu com maior incidência em lavouras plantadas ao final do ciclo, apresentando queda da resistência das carboxamidas e o mofo branco, que ainda não apresenta resistência, mas que sua aparição está suscetível a todas as plantas.

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Por:
João Batista Olivi e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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10 comentários

  • R L Guerrero Maringá - PR

    Desafio o Dr Sismeiro e toda a pesquisa nacional a primeiro provar que o vazio sanitário do soja funciona.

    Depois venham com novas propostas.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Guerrero, quando começamos a analisar a coisa no seu conjunto (não com uma visão sobre determinado assunto, mas a agropecuária no seu conjunto, com suas instituições, organizações privadas, governamentais, não governamentais, públicas, etc), começamos a ver que há uma unidade por trás do discurso dos seus integrantes, gente de carne e osso. Eles controlam a linguagem de tal forma que muitos produtores, eu mesmo, já cheguei a pensar que não há politica agricola no Brasil. Essa é uma mentira monumental... Se pegarmos os institutos de pesquisa, com seus academicos, verificamos uma unidade impossível nos seus discursos -- a não ser que tudo seja devidamente planejado e executado. Não é possivel que não haja um único academico que defenda a tese contrária ao vazio sanitário, por exemplo. O meio cultural brasileiro está completamente dominado pelo pensamento dos estatistas, que pensam poder organizar a sociedade, que pensam melhorar a sociedade, quando na verdade estão apenas impondo suas vontades sobre a maioria. Reforço o desafio e insisto com os produtores: querem mudar como? Se não participam, não se envolvem, não colaboram, não se comunicam com outros produtores?

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Desta forma é que a politica agricola no Brasil é construida e estabelecida. Nossos politicos seguem as normas determinadas por acadêmicos, e por isso existe essa discrepância entre o que pensam e precisam os produtores e os politicos e burocratas. Eles estabelecem um sistema, por oportunismos ou ignorância, totalmente contrário ao capitalismo, fingindo defender um capitalismo de Estado, um capitalismo distributivista em que o empresário deve trabalhar para a "sociedade". Sociedade deles é claro. Nesse confronto o produtor não tem poder nenhum, a não ser o de aceitar tudo goela abaixo. Nossos politicos participam desse sistema, defendem esse sistema por ser uma forma de se manterem em evidência, determinando tudo até na vida privada dos outros, mortais comuns. Precisamos romper esse muro de concreto e mostrar a eles que podemos ser donos das nossas vidas, sem precisam de "favores" de ninguém.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      A pouco tempo atrás a idéia divulgada pelos estatistas era a de que era preciso colaborar com o governo. Blairo Maggi era um dos que repetia isso a todo momento, afirmando que o governo devia fazer isso e aquilo, de acordo com o pensamento dominante socialista de que só é possivel crescer e enriquecer com a ajuda do governo, e que em teoria esse governo de alguma forma poderia favorecer a todos. Ele e seu grupo foram favorecidos criando uma ilusão de que estavam certos, quando na verdade estavam apenas participando de um sistema que leva inevitávelmente à concentração de poder e recursos financeiros. Chegada a reta final, o que vemos são financiamentos em valores astronômicos para esses grupos, sem que precisem obedecer a lei e divulgar publicamente onde foram os recursos tomados no BNDES. É um sistema de castas, em que os participantes do projeto socialista ficam cada vez mais ricos e o restante, se não mais pobre, no minimo em condições menos favoráveis do que os que aderem e conseguem entrar no esquema. É uma lástima isso, pois promove a mediocridade, condenando os melhores a ficar em lugares mais baixos na escala hierárquica e social.

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  • Rogerio Nogueira Alvorada - TO

    Vejo que este problema ("Milho precisa de vazio sanitário para deter as cigarrinhas"), como outros mais desequilíbrios fitossanitários, estes foram primeiramente gerados pela nossa ânsia de plantar mais e colher mais. Passou pela indústria do melhoramento genético, que selecionou híbridos para tal, porem foram descartados os materiais genéticos com maior tolerância. Agora chegaram em uma base genetica estreita, e não conseguem reverter em tempo hábil. Surge o vazio sanitário como uma ferramenta necessária, pois já tardia para o ocorrido. Do lado do produtor, o habito de milho de verão já se foi, o mercado acostumou em ter oferta abundante e preços ainda mais atraentes. Não se viabiliza em todas as regiões culturas economicamente substitutas a safrinha. A atitude radical para resolver todos os entraves agronômicos, e econômicos seria pequena área de verão, e uma moratória na safrinha, substitiuindo por coquetel de plantas de cobertura, favorecendo o controle e outras pragas e condicionando o solo para maiores produtividades de soja de verão.

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  • Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR

    Ficaram loucos?!!. Proibir milho no verão e deixar na safrinha? Por que não o contrário? Porque vai vender menos semente e vai dar prejuízo pras multinacionais e revendas. No caso da soja foram rápidos e proibiram os agricultores de salvar semente. Outro dia entrevistaram um cidadão aqui, famoso. Disse que somente pequenos agricultores poderiam salvar semente. Bem, ele é dono de empresa de semente, e o discurso não poderia ser diferente.

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  • Pedro Augusto Brasília - DF

    Com todo respeito ao professor, mas esse plantio concentrado não atrapalharia o sistema de rotação de culturas além de favorecer o aumento da praga já que haveria uma maior quantidade de plantas hospedeiras?

    O vazio sanitário pra mim é uma pratica essencial para a cultura da soja, mas estender para outras culturas não parece na minha opinião a melhor solução para todos os problemas de pragas e doenças que existam ou venha a surgir.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      E' preciso entender a mensagem no seu contesto----A cigarrinha e' praga exclusiva do milho portanto este artigo e' direcionado especialmente aqueles que plantam milho o ano inteiro para fazer silagem--

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  • LAURICIO RIBEIRO DE MORAES Tangara da Serra - MT

    Situação drástica, medidas drásticas. O vazio sanitário é o melhor manejo, já está provado isso por exemplo na Ferrugem Asiática da Soja. Vivemos grande dilema pois novos grupos de inseticidas estão sendo pesquisados, novos híbridos estão sendo pesquisados, mas para safras futuras e bota futura nisso. Lembrando que a Cigarrinha (D. maydis) é uma praga exclusiva da cultura do milho

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  • Angelo Miquelão Filho Apucarana - PR

    Enquanto não se chega a um acordo, vamos vendendo milho e leite a preço de banana! Bom para quem vende sementes, fertilizantes e químicos para combater as pragas e pestes, bom também para a industria que paga o que bem entende para ambos os produtos, e ruim para o bolso de todos os agricultores que perdem dinheiro. Se cada um de nós olhássemos o mercado como ele realmente é, certamente seríamos mais assertivos, estaríamos menos endividados e com um pouco mais de valor perante o mercado consumidor. Somos excelentes produtores, mas péssimos empresários! Não repassamos custos de produção, ao contrário, apenas absorvemos e achatamos cada dia mais a nossa quase inexistente margem de lucro. Nosso maior mal talvez seja o amor à profissão, sabemos que sentimentalismo e razão não andam juntos, pior, sabemos ainda que muitos não fazem as contas de modo correto, não por não saberem faze-la, mas para não saberem, ou por não quererem saber o óbvio. Só receberemos valor no dia em nos valorizarmos, até lá as fábricas de lenços irão progredir muito! Não plantei milho, não semeei um pé trigo..., cansei de trocar seis por cinco...

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    • jonatan murata guaira - PR

      Retificando Angelo...vendendo leite e banana a preço de milho...

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  • SILVANO ROMANO Marechal Cândido Rondon - PR

    Isso é cumulo do absurdo de um ser humano, gostaria de saber qual multinacional o empresa que esta colocando ou injetando dinheiro para esse doutorzinho, para inventar esse absurdo. Como que o pequeno produtor de leite ou a pecuária em geral, vai produzir o alimento para alimentar os animais, sabendo-se que 80 a 95% da alimentação dos animais é silagem e ração de milho.

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  • Ricardo César Machado Braga Patos de Minas - MG

    Concordo que o problema da cigarrinha no milho está chegando num ponto insustentável. Mas fico preocupado com duas questões: a primeira é sobre os pecuaristas que estão em regiões impróprias para segunda safra e dependem da safra de verão para produção de silagem. Como eles farão? A segunda é sobre os estoques de passagem brasileiros, que são insuficientes para "pularmos" a safra de verão. Neste caso vai faltar milho no mercado interno e preços vão disparar...

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  • Gilliard Michels Vilela Mineiros - GO

    Aqui em Goias está muito complicado... Meu vizinho tem milho o ano inteiro (pivo, safra e safrinha)... As multinacionais só vendem milho RR... Já estava oneroso ter de fazer 3 de fungicida com protetor, agora, com a cigarrinha, está tornando o cultivo inviável... Muito ruim essa situação.

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    • Alcindo Pastore Palotina - PR

      Hora de rotacionar então! se não se faz por capricho na hora certa a rotação se faz a força no momento que o caldo engrossa. geralmente esses dois caminhos são opção do agricultor. Se formos pensar somente no lucro e cultivar o tempo todo uma só cultura a tendência de dar páu a longo prazo é inevitável!!

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  • Josino da Veiga Antunes cristalina - GO

    Meus amigos. Aqui na nossa região precisa ser implantado urgente o vazio sanitário, pois se cultiva milho indiscriminado o ano todo (Milho Comercial, Milho Doce e Milho Semente)..., as lavouras estão o ano todo com a cultura presente. Aí a doença se propaga cada vez mais...

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