Milho: Colheita da safrinha entra na reta final em GO e negócios seguem pontuais

Publicado em 17/08/2018 11:13
Cristiano Palavro - Analista Técnico do IFAG
Com 85% da área colhida, a perspectiva é de queda de 14% na produtividade nesta safra. Cerca de 70% da produção já foi negociada até o momento. Saca é cotada ao redor de R$ 30,00, bem acima do registrado no mesmo período do ano anterior, de R$ 19,00. Tabelamento do frete ainda mantém negócios da safra futura travados.

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Entrevista com Cristiano Palavro - Analista Técnico do IFAG sobre o Acompanhamento de Safra do Milho

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No estado do Goiás, a colheita do milho safrinha já está na reta final com 85% da área colhida. Contudo, as negociações estão pontuais em função dos estoques para o curto prazo dos compradores e os produtores rurais estão retraídos.

De acordo com o analista técnico do IFAG, Cristiano Palavro, nesta temporada foram cultivados 1.230 milhões de hectares no estado com uma pequena queda se comparada à safra passada. “Em relação ao ano anterior, houve uma queda na área cultivada de 2,5% e também temos uma perda de produtividade de14%  em função da estiagem”, afirma.

Até o momento, a expectativa é que as rentabilidades das lavouras de milho fiquem próximas de 88 sacas do grão por hectares. “É importante ressaltar que é uma perda ao potencial produtivo e acaba gerando perda de lucratividade, mas não é um cenário tão grave quanto o visto no Mato Grosso do Sul e Paraná em que as perdas foram mais intensas”, comenta.

Diante das perdas de produtividade, alguns produtores rurais precisaram acionar o seguro agrícola para a safrinha de milho.  “Por conta do risco, o seguro para o cereal é muito alto e é bem limitada a área segurada no nosso estado, porém tivemos casos isolados em que foi preciso acionar o seguro”, pontua.

Comercialização

Atualmente, as referências para o milho estão ao redor de R$ 30,00 a R$ 33,00 a saca dependendo da localidade, sendo que os valores estão muito acima dos praticados no ano passado. “Na safra anterior, os preços estão próximos de R$ 19,00 a saca para as cotações atuais é um diferencial muito grande que tem como fator principal a forte queda na oferta”, destaca.

Nas últimas semanas, as negociações estão em ritmo lento devido aos estoques para o curto prazo dos compradores e os produtores rurais estão retraídos. Isso porque, as expectativas mostram que os preços podem continuar aumentando.

Custos de produção

Os patamares de preços atuais com a atual produtividade não cobrem os custos totais de produção, apenas os gastos operacionais na propriedade. “Em Rio Verde/GO, os preços médios de venda gira em torno de R$ 27,00 a saca e com a produtividade de 85 sacas por hectares fica muito ajustada a margem de custo com a rentabilidade”, diz o analista.

Logística

O atraso na entrega dos insumos para a próxima safra tem preocupado os agricultores, sendo que em alguns casos já falam em renegociar os contratos de compras. “O tabelamento dos fretes vem impactando de forma muito agressiva as vendas antecipadas e são poucas empresas que estão divulgando indicativo de valores futuros para 2019”, explica.

Antes da greve dos caminhoneiros, as expectativas para a próxima safra de verão eram boas com um crescimento significativo para a área plantada com a soja. “Diante deste cenário, nós não esperamos uma retração, pois dificilmente isso irá acontecer, mas fica complicado planejar quando não tem uma exata noção do que vai acontecer daqui para frente”, finaliza o analista.

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Por:
Fernanda Custódio e Andressa Simão
Fonte:
Notícias Agrícolas

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