Produtores de Querência/MT se preocupam com qualidade das sementes recebidas para milho safrinha

Publicado em 12/03/2019 10:44
Osmar Frizzo - Presidente do Sindicato Rural de Querência/MT
Plantio da safrinha foi realizado dentro da melhor janela no município, mas sementes de safras passadas podem reduzir produtividade em até 15%. Preços do milho na região apenas cobrem os custos de produção.

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Entrevista com Osmar Frizzo - Presidente do Sindicato Rural de Querência/MT sobre o Acompanhamento de Safra do Milho

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Toda a área planejada para a safrinha de milho já foi semeada no município de Querência no Mato Grosso. Porém, o cenário que poderia ser de boas expectativas para a produtividade devido a essa antecipação no plantio, se transformou em preocupação para os produtores da região, que dizem ter recebido sementes de safras passadas para este plantio.

“Os produtores estão reclamando que veio sementes de safras anteriores e teve um problema de germinação e falta de vigor nas lavouras. São sementes que até germinam, mas não tem o vigor de sementes da safra nova. Com certeza isso gera em torno de 5 até 15% de quebra na produção, que o produtor só vai ver quando a lavoura já estiver implantada”, conta Osmar Frizzo, presidente do Sindicato Rural de Querência/MT.

Até o momento, 50% da safrinha já foi negociada na região e o mercado apresenta preços atuais de R$ 20/21,00, valores que apenas cobrem os custos de produção.

Já na safra 2018/19 de soja, a colheita já avança para 90% do total cultivado, e os agricultores registram produtividades na casa das 55/56 sacas por hectare contra as 57 de média alcançada no ano passado.

Após registrar vendas antecipadas no patamar dos R$ 70,00, os preços atuais da soja giram na casa dos 60/62 reais, e os produtores seguram as vendas, uma vez que esses valores não são os suficientes para fechar as contas.

Confira a entrevista completa com o presidente do Sindicato Rural de Querência no vídeo.

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Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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3 comentários

  • Valdir Edemar Fries Itambé - PR

    A questão de sementes de milho tornou-se um problema grave. Já venho denunciando há anos, aqui mesmo no site NOTICIAS AGRICOLAS (https://www.noticiasagricolas.com.br/artigos/artigos-principais/187536-incompetencia-do-ministerio-da-agricultura-ou-a-mafia-das-sementes-de-milho-por-valdir-fries.html), e inclusive, enviei denúncia ao Ministério da Agricultura, porém não houve qualquer MANIFESTO por parte do MAPA.

    É a cada ano os problemas se multiplicam, neste ano, particularmente, antes do recebimento de qualquer material, fiz questão de observar o padrão do material, e duas cultivares eu não aceitei o recebimento por falta de padrão de classificação e uma terceira por ser sementes da safra 2017/18...

    Conforme destaca o seu Osmar Frizzo, as perdas de produtividade e certa, tanto da falta de vigor de sementes revalidada, como tambem pela falta de classificação, uma vez que não conseguimos stand de plantas uniforme, não se tem plantabilidade de milho em conformidade com o recomendado com sementes fora de padrão... E neste caso as perdas de produtividade são significativas, conforme registrei todo desembaraço na época (

    https://www.noticiasagricolas.com.br/artigos/artigos-geral/206814-perdas-registradas-por-falta-de-classificacao-das-sementes-de-milho-verdadeiro-descalabro-ao-produtor.html)...

    A partir do momento em que vc recebe a semente, todas perdas aferidas ficam a cargo dos produtores, e por ter sofrido as consequências, desde 2018 NÃO ACEITO MAIS sementes fora de padrão, nem mesmo sementes revalidada. A promessa dos detentores é de que seus Assistentes Técnicos vão acompanhar e ao final fazer um acordo... O acordo que recebi foi a fatura, alegando que a produção que eu tinha obtido era suficiente para cobrir os custos... ou seja, nestas horas, eles pouco importam com o resultado de produtividade...

    Continuo denunciando, acredito que uma hora quando PF divulgar resultado, expondo os fatos, é bem provável que acabaremos ouvindo dos responsáveis pela fiscalização e das autoridades do MAPA, que a culpa é dos jornalistas que divulgaram as irregularidades, como foi o caso da carne fraca.

    A Lei e as normativas em relação a classificação e certificação de sementes são claras, porém tudo Está sendo colocado a venda sem qualquer fiscalização por parte dos responsáveis, ou e incompetencia ou se trata de uma verdadeira máfia.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Valdir, PARABÉNS!!!... ... ... Neste país, sempre buscamos a justiça. Mas ela é um bem em falta, com excesso. ... ... ... O que falta neste país, são homens com caráter. ... Minha posição não significa nada e, esse nada tem enfraquecido minhas "carnes cansadas". ... ... Sempre leio seus comentários e, todos tem sempre grandes conteúdos.... Falta homens dignos na área de tomada de decisões neste país. ... ... A minha passagem, tempo de vida, só tem visto os canalhas vencerem, daí a minha indignação ao que tudo que aí está. ... ... Torço para que você consiga um exército de homens de caráter como o seu e, que combatam para a construção de um ambiente onde a ética e a honestidade seja uma regra e não exceção. ... ... UM BOM COMBATE !!!

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Sr VALDIR o senhor deveria ter informado, "recebi sementes da marca TAL e recusei X sacos", Pois as sementes recusadas pelo senhor com certeza vao despachar para outro colega----

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  • CESAR AUGUSTO SCHMITT Maringá - PR

    Mesmo problema tivemos por aqui. Até pior. Recebi sementes com custo acima d R$ 500,00/60000 sementes, danificadas e até com caruncho, sem falar na falta de uniformidade do material que vai impactar negativamente no stand final e por consequência na produtividade e rentabilidade do empreendimento, que já tem margens muito ajustadas... Sugiro, que se houver algum politico, entidade, órgão governamental, entidade de classe ou que seja lá o que for, que se interesse pela agricultura que questionem essas empresas, inclusive impondo sanções severas contra os conhecidos "picaretas".

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    • geraldo emanuel prizon Coromandel - MG

      O produtor rural por natureza não é um demandante de justiça, até porque se for pretender indenização por cada vez que se sentir lesado não lhe restará tempo para lavrar a terra e produzir alimentos. Assim, penso que o melhor remédio para tais situações passou a ser a mídia.... Façam vídeos (curtos) denunciando o ocorrido e mostrando quais as empresas e marcas que estão agindo em desconformidade com o prometido. Asseguro que nenhuma empresa vai querer ver seu nome associado a este tipo de coisa.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Sr Geraldo ,,Boa ideia,,,simples rapida e eficaz-----Gostaria de acrescentar que existe o codigo do consumidor que permite devolver o produto------Nunca esperar ajuda dos outros----

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  • Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR

    Infelizmente o problema com a qualidade da semente de milho não ocorre somente em Querância, No Mato Grosso. Aqui no Paraná são inúmeros relatos de agricultores com o mesmo problema. Quando compramos ou reservamos nossa semente de milho , lá pelo mês de setembro e outubro, nos prometem o céu, mas na hora de entregar começa o golpe. São sementes de safras antigas, tipo 2017, sementes com peneira de tamanho impossível de achar um disco que sirva. Tem produtor que disse que as sementeiras ficaram sócias das fábricas de plantadeiras á vácuo. Brincadeira á parte, o problema é sério. Eu mesmo senti na pele, quando fui retirar minha semente. Na hora da compra, a cooperativa prometeu semente nova, mas na entrega não havia. Disseram que a sementeira não tinha nada de semente nova e que se eu quisesse, teria que pegar aquela mesma. Me garantiram que estava boa de vigor e germinação. Perguntei se haviam feito teste, mas disseram que não. Então como sabem se está boa ou não? Cometi a burrice de retirar e plantei. Pra começar. existia uma variedade muito grande no tamanho das sementes. Pelo menos 10% delas não eram do mesmo tamanho das outras. Como escolher um disco decente. Feito o plantio, notei que algumas plantas ficavam para trás , com tamanho reduzido e baixo vigor. Pelo menos 10% das plantas estavam assim. Vocês já conseguem imaginar o prejuízo. As plantas mais fracas serão sombreadas pelas maiores e terei perda de produtividade. Todos os agricultores com que conversei e compraram da mesma semente relataram a mesma coisa. Tem um comentário na praça que esta empresa pegou sementes velhas e misturou com algumas mais novas, para não ficar no prejuízo. Se é verdade eu não sei, mas a presença de sementes de tamanho diferente me deixou desconfiado. Ao que parece, as sementeiras estão entregando lotes com germinação próxima do limite, que é de 80%, e com vigor fraco. A cooperativa que comprei a semente me informou que não fazem o teste de germinação e vigor nas sementes de milho como fazem na soja. Fica aqui meu apelo para que na próxima safra, este testa seja exigido das sementeiras, com validade máxima de 3 meses. Poderia até virar lei.

    Já pagamos uma fortuna pela semente, e recebemos uma porcaria . Depois reclamam que o agricultor queira produzir sua própria semente.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Nada impede que o senhor publique a marca da semente---Fizeram isso porque sabem que tem gente que prefere nao brigar e engole o sapo facil----Publique, bote a boca no trombone, mostre as fotos na disparidade das plantas-----Gente, precisamos lutar todos contra as sementeiras irresponsaveis ...

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