Plano safra sem recursos e um sistema ineficiente de financiamento com crédito subsidiado
De acordo com Adeniro Vian, diretor do IBD Agro, "não podemos e não devemos esperar muita coisa no próximo Plano Safra". Segundo ele, o que irá acontecer já está desenhado com informações, como a grande resistência na redução da taxa de juros.
Vian lembra ainda que a redução do limite de crédito geral para R$2,4 milhões, o direcionamento de recursos do RO exclusivamente para custeio agrícola, tirando investimento e comercialização de indústrias e a manutenção de volume de crédito rural somente para pequeno e médio produtor são alguns fatores que irão se tornar realidade.
O diretor atribui isso a uma "falta de planejamento e vontade de criar uma política agrícola para o Brasil". Para ele, o ideal seria adotar um modelo como é feito em outros países, com as políticas agrícolas mantendo seu foco em financiar a comercialização e não o crédito. Nesse momento, quem manda na política agrícola são os bancos, segundo Vian.
Na opinião dele, o "sistema de financiamento agropecuário já se esgotou 100% e produziu os efeitos que tinha que produzir". "Na situação em que estamos, não há alternativa ao crédito oficial", destaca.
Os produtores, portanto, devem começar a fazer suas contas. O momento, para o diretor, exigirá um gerenciamento mais eficiente e um trabalho baseado na realidade de mercado.
Hoje, o cŕedito rural atende apenas 25% dos produtores brasileiros. O modelo proposto por Vian, de financiar a comercialização, atenderia a 100% dos produtores brasileiros - o mesmo dinheiro, de acordo com ele, seria suficiente para tal.
1 comentário
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Luiz Antonio Lorenzoni Campo Novo do Parecis - MT
Também comungo da ideia de que o atual sistema de crédito agrícola subsidiado está esgotado. Custeio, investimento e subvenção subsidiados para commodities só agrada aos amigos do rei. No meu entender, precisaríamos de uma política agrícola voltada para a comercialização e um fundo para catástrofes. Assim, os beneficiários seriam todos os produtores, não apenas alguns privilegiados. Com uma política de comercialização e um seguro agrícola que cobrisse 100% do custo de produção não precisaríamos mais renegociar dívidas e nem nos preocupar com garantias reais para crédito de custeio. O seguro agrícola atual e a subvenção, também foram feitos para beneficiar bancos e os privilegiados de sempre. Mas, a história começa a mudar. Está no "forno" para sair um seguro agrícola pensado para o agricultor e com um inovador conceito: empata ou ganha. E, não precisou da "interferência" dos sedizentes representantes da "catiguria" ou de bancadas políticas. Este seguro agrícola, vai mudar a história do agronegócio brasileiro.