Com falta de luminosidade e excesso de chuvas, plantas de soja apresentam coloração verde claro e têm estatura menor no Sul do país

Publicado em 08/12/2015 09:49
Com falta de luminosidade e excesso de chuvas, plantas de soja apresentam coloração verde claro e têm estatura menor no Sul do país. Vigor das sementes também está menor nesta temporada. Cenário pode afetar a produtividade das lavouras, mas planta tem alto poder de recuperação. Agricultores devem estar atentos ao aparecimento de doenças e pragas. Monitoramento deve ser feito de 2 em 2 dias.

O clima tem sido uma das principais preocupações dos produtores rurais de soja nesta temporada 2015/16.  No caso do Sul do Brasil, a apreensão é decorrente do excesso de chuvas, influência do El Niño. Além disso, a ausência de luminosidade também tem comprometido o desenvolvimento das lavouras da oleaginosa. Todos os fatores são observados, pois podem impactar o rendimento das plantações.

De acordo com o fisiologista, Elmar Floss, o problema desta safra começou com o baixo vigor das sementes. “Sabemos que as condições de armazenagem nas propriedades não são boas. Não lembro o ano em que implantamos uma lavoura com qualidade tão ruim. E há um estudo que aponta que, a cada 1,5% de perda de vigor, se perde um saco de soja”, explica.

O especialista ainda afirma que, as plantas emergem desuniformes, com menor capacidade de enraizamento e de crescimento. “No Rio Grande do Sul, em média, o vigor das sementes está entre 60% a 65%, porém, nesta safra acreditamos que a média fique abaixo de 50%, com vigor entre 30% a 35%”, completa.

Além disso, as precipitações expressivas não permitiram a semeadura do grão na época certa. Segundo o último boletim da Emater/RS, até a semana anterior, cerca de 77% da área esperada para esse ciclo havia sido plantada. “E com os longos períodos de chuvas temos dois grandes problemas, o primeiro é o excesso de água que expulsa o oxigênio do solo. E o sistema radicular só cresce se tivermos o oxigênio no solo. O sistema radicular está menor, a soja fica mais preguiçosa e se tivermos um veranico mais adiante podemos ter um impacto nas plantas”, diz o fisiologista.

Paralelamente, a falta de luminosidade afeta a fotossíntese da planta, o que tem ocasionado a coloração verde claro, ou até mesmo amarelada nas folhas. “Ainda assim, notamos que em até três dias de sol voltamos a ver uma folha verde mais escura. Isso por conta do potencial de recuperação da cultura”, acredita Floss.

Clima

Por enquanto, as previsões climáticas indicam a continuidade das chuvas para o Sul do país. As precipitações já devem retornar ao estado gaúcho já nesta quarta-feira (9), com a chegada de uma nova frente fria. “Não queremos que pare de chover, pois se tivermos um déficit hídrico no período mais importante da cultura, quando a flor se transforma em vagem, podemos ter uma queda das vagens. E o principal componente da produtividade da soja é o número de vagens por plantas. E segundo lugar temos o peso dos grãos e depois o número de grãos por vagens. Esperamos que janeiro e fevereiro tenhamos chuvas, mas também dias de sol, uma vez que a soja precisa de temperaturas entre 28ºC a 32ºC”, ressalta o fisiologista.

Doenças e pragas

Os produtores também devem estar atentos ao aparecimento de doenças e pragas nas lavouras. O clima úmido mantém o ambiente propício ao surgimento das doenças. “Nunca tivemos a ferrugem asiática tão cedo no RS e as lagartas já estão atacando a soja com três folhas. Temos a preocupação com as novas pragas como é o caso das lesmas, mas, principalmente os agricultores devem olhar a lagarta nos baixeiros e fazer aplicações preventivas”, orienta Floss.

Diante desse quadro, é indispensável que os produtores façam o monitoramento das áreas de 2 em 2 dias. “Isso porque todo o cenário pode refletir no rendimento das lavouras. Pela minha experiência, sei que não é um ano de recorde de rendimento, as previsões da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) até o momento são muito otimistas”, finaliza. 

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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