Com término do vazio sanitário, produtores do Paraná iniciam a semeadura da soja da safra 2016/17

Publicado em 15/09/2016 11:12
Temperaturas mais baixas ainda deixam agricultores cautelosos. Área destinada ao grão deverá ser menor nesta temporada em relação ao ano passado. Muitos produtores voltaram a investir na cultura do milho. Ainda na soja, nível de tecnologia foi mantido e cerca de 75% dos agricultores já realizaram negócios antecipados, entre R$ 75 a R$ 84/sc.

Nesta quinta-feira (15), termina o período de vazio sanitário para a cultura da soja nos estados do Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rondônia. Durante o período, os produtores não podem ter em suas lavouras plantas vivas da oleaginosa. A prática é uma das formas de manejo para tentar evitar a ferrugem asiática.

E o estado paranaense é um dos primeiros a iniciarem os trabalhos nos campos. Porém, nesta safra 2016/17, os produtores estão um pouco mais cautelosos devido às baixas temperaturas. “Tivemos registro de temperaturas de até 8ºC graus em algumas regiões do estado, então, mesmo com umidade no solo, os agricultores estão mais receosos. Especialmente em relação à germinação das sementes”, afirma o presidente da Aprosoja Paraná, José Eduardo Sismeiro.

Além disso, a liderança ainda reforça que, a perspectiva é que os trabalhos nos campos ganhem ritmo a partir do dia 26 de setembro, quando as previsões climáticas indicam chuvas para o estado. Paralelamente, Sismeiro ressalta que, em relação à aquisição de crédito, a situação foi perto da normalidade no estado.

“Também tivemos alguns problemas de frustração de safra, mas não temos relato, até o momento, de grande número de produtores que ficaram sem acesso ao crédito. Em outras localidades do Brasil, como no Centro-Oeste e na região do Matopiba, o cenário é mais preocupante, já que os agricultores não têm conseguido honrar seus compromissos devido às perdas na produção”, diz o presidente da entidade.

Já a área destinada ao plantio da oleaginosa no Paraná deverá apresentar leve recuo na safra de verão. Isso porque, diante dos preços atrativos, os produtores voltaram a investir no plantio do cereal na primeira safra. De acordo com dados reportados pelo Deral (Departamento de Economia Rural), a área plantada com a soja deverá ficar próxima de 5,24 milhões de hectares, uma queda de 1% em comparação com o ciclo anterior.

“Acreditamos que o nível de tecnologia será mantido e, se o clima contribuir, a produção de soja deverá ficar entre 15 milhões a 16 milhões de toneladas. Por outro lado, os custos de produção estão mais altos nesta safra, mas tudo irá depender do valor que o agricultor conseguiu fixar o produto. Em torno de 75% dos agricultores fizeram negócios antecipados, com valor de R$ 75,00 até R$ 84,00 a saca de soja”, explica Sismeiro.

Normativa da Adapar

A normativa da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), que restringia o uso de 67 marcas comerciais no controle da ferrugem asiática da soja foi suspensa por uma ordem judicial. A liminar foi assinada no início do mês de setembro pela juíza da 5ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Curitiba, a pedido do SINDIVEG (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal).

Sismeiro ainda pondera que, os produtores do estado realizam, em média, 3 aplicações de fungicidas para o controle da doença ao longo do desenvolvimento da cultura. "Temos que buscar a rotação dos produtos e também custos menores. Não queremos que os agricultores comprem um produto que não funcione, que tenha gastos e não tenha benefícios. Porém, é preciso fazer uma avaliação melhor, testar os produtos e retirar os princípios ativos que não funcionem", afirma.

Com a nova decisão, os produtores estão autorizados a utilizar os produtos na temporada 2016/17. "Até o momento, judicialmente, a Adapar precisa retirar essa normativa. E esperamos que a agência não recorra a essa decisão, caso contrário teremos uma causa judicial prejudicial aos produtores paranaenses", diz a liderança.

No caso da proibição da safrinha de soja, a proibição ainda permanece no estado. “No estado plantávamos muita soja safrinha para fazer sementes, que tinham alto vigor. E tiraram isso dos produtores, mas temos o Paraguai que continua fazendo a safrinha de soja”, finaliza Sismeiro. 

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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