Demanda por soja segue forte e cotações alcançam os US$10,00/bushel em Chicago com fôlego para novas altas
Nesta quarta-feira (19), a soja apresenta sinais de bons momentos na Bolsa de Chicago (CBOT), com vencimentos médios e longos trabalhando acima dos US$10 o bushel. De acordo com Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o pregão deu sinais de que mais um patamar de alta está sendo consolidado, a medida em que a demanda vem em ritmo acelerado e os preços buscam se tornar atrativos aos vendedores.
Passados os números da safra americana, com a colheita 75% já colhida, o foco do mercado neste momento é a demanda. O último relatório de demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontou novas vendas de US$185 mil toneladas de soja. "Os operadores estão vendo que não tem vendedores de soja futura no Brasil e na Argentina, ao mesmo tempo em que o produtor americano também não força vendas", aponta Brandalizze. Os argumentos, portanto, dão sinais de números mais atrativos para os próximos dias.
Brandalizze lembra que patamares acima de US$10,50 em Chicago são fundamentais para que se haja um início de maior volume de ofertas. As cotações também se encontram mais pressionadas pelo dólar mais acomodado em relação ao real, mas a tendência é que, até a próxima semana, os patamares ideais apontados pelo consultor sejam atingidos.
Com o plantio mais evoluído, o produtor brasileiro pode começar a fazer as contas a partir desses patamares para ver se a venda compensa, mas ele lembra também que os patamares de US$11 o bushel em diante são mais atrativos para uma maior margem de lucratividade.
Enquanto isso, a soja que está na mão do produtor brasileiro continua com ritmo lento de vendas, embora as perspectivas de uma melhora na economia possa mudar este cenário. Os maiores negócios estão sendo realizados no Sul do país, onde há a maior parte de soja excedente. As indústrias de biodiesel realizam compras, mas são negócios pequenos e localizados.
Alguns tradings estão colocando mais 1 ou 2 navios nos portos para novos embarques, de acordo com Brandalizze. Isso também pode sinalizar que no mês de novembro as compras voltem ao mercado brasileiro. "Não é normal isso acontecer, pois geralmente, nessa época, a soja já está toda negociada", aponta o consultor.
Também há um outro fator de que, como as negociações americanas estão aceleradas, os compradores podem querer a tranquilidade de um porto brasileiro que ainda se encontra com pouco movimento, escolhendo pagar mais um pouco para ter uma soja chegando mais rápido.
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