Soja reage em Chicago diante de confirmação de mais demanda, novos patamares podem estimular movimento de venda dos americanos
Nesta quinta-feira (27), a soja encerra com até 4 pontos de alta nos principais vencimentos, com novembro/2017 se mantendo a US$10,14 por bushel e maio/2017 chegando aos patamares de US$10,36.
O mercado, portanto, consolida uma base de US$10, com fundamentos fortes por parte da demanda, uma vez que a China compra agressivamente - foram 4,1 milhões de toneladas na última semana, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A demanda, portanto, não é somente de curto prazo. De acordo com o analista de mercado Vlamir Brandalizze, a China acredita que as cotações, neste momento, são vantajosas, pois oferece uma boa margem de lucro no esmagamento dos grãos.
Esta demanda por conta do mercado asiático se deve a uma mudança no hábito alimentar do chinês em principal, que passa, dia após dia, a consumir mais proteína animal e visa importar não somente pensando em 2017, mas também em 2018. Além disso, a Ásia passou por problemas climáticos na safra de grãos, fazendo com que a oferta de alimentos ficasse bastante limitada - o que resulta na busca de outras alternativas. Com um grande consumo de fritura por parte dos asiáticos, segundo o analista, a demanda de óleos vegetais têm crescido bastante, sobretudo com a produção do óleo de palma comprometida pelo clima.
O mercado até possui certo fôlego para continuar subindo até o patamar de US$10,70, mas o analista lembra que hoje, baseado somente nessas condições no curto prazo ainda não tem um ambiente para chegar até os US$11. "Precisa ter alguma novidade a mais, como um problema climático na América do Sul", lembra.
Brandalizze acredita que mais uma evolução no mercado já irá começar a atrair o produtor americano - que já está fora dos negócios há certo tempo - para as vendas, a medida em que começam as primeiras movimentações com o mercado acima de US$10. Ele aponta que o patamar ideal para o produtor americano é quando o mercado passar os US$10 com a Bolsa de Chicago adicionada aos prêmios.
O produtor brasileiro, por sua vez, encontra mercados distintos, neste momento. Em estados como o Paraná e o Mato Grosso, a nova safra já está bem negociada, mas Santa Catarina e Rio Grande do Sul caminham em um ritmo mais lento para a venda antecipada. Os aumentos no mercado desta semana, de acordo com o analista, já começam a estimular as posições por parte dos produtores, mas ainda é esperado mais um avanço de Chicago e uma alta no dólar para que o cenário fique vantajoso.
No milho, há demanda, mas muitos produtores ainda se mostram receosos, a medida em que os preços não se mostram expressivos como no primeiro semestre de 2016, quando foram registrados valores recordes. Quanto a isso, o analista aconselha: "temos que voltar à realidade para não chegar ao fim do ano e estar negociando milho abaixo dos R$30".
Ele lembra ainda que, para a safra nova, a conversa mal se iniciou. "Depende da situação do produtor", aponta, citando que alguns fatores políticos e econômicos ainda são incertos para definir os rumos do mercado.
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