Após tarifação da China sobre os EUA, prêmio para soja do BR já chega a US$ 1,30

Publicado em 04/04/2018 09:32
Confira a entrevista com Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado
Cotações despencam no pregão desta quarta-feira (4) na Bolsa de Chicago após anúncio da medida, mas prêmios compensam e preços no Brasil podem ter impacto amenizado. Além disso, demanda pela soja brasileira deve se intensificar ainda mais.

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Ontem (03), a China trouxe uma nova lista de retaliação de produtos norte-americanos, na qual está inclusa a soja e outros produtos agrícolas. Com isso, as cotações da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) sofreram fortes perdas ao longo desta manhã.

Vlamir Brandalizze, analista de mercado da Brandalizze Consulting, destaca que a China demorou alguns dias, mas tomou uma atitude para pressionar os Estados Unidos. Este fator promoveu uma corrida de liquidez em Chicago, com um dia de forte liquidação e suportes próximos aos US$10/bushel.

Para ele, o mercado deve trabalhar nesses patamares nos próximos dias até que essas informações se acomodem na China e também nos Estados Unidos.

O mercado brasileiro, por sua vez, conta com prêmios que compensam um pouco dessas perdas. Ontem, o prêmio girava em torno de 112 pontos positivos, enquanto na manhã de hoje já se falava de um patamar entre 120 a 125 pontos positivos, podendo chegar nos 130. Parte do que está sendo perdido em Chicago acaba sendo corrigido desta maneira, embora o preço já tenha sofrido uma queda de R$1,50, com a soja sendo vendida a R$81,50 nos portos.

A pressão chinesa, contudo, ainda pode fazer com que o produtor norte-americano caminhe para um plantio de soja menor, como o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponta. A China, na visão de Brandalizze, pode comprar mais em outros países, deixando as compras nos Estados Unidos para o final do ano ou começo de 2019. A médio prazo, o país também poderá adotar uma medida como cotas de importação com redução de tarifa.

Como a China já comprou perto de 20 milhões de toneladas da safra nova norte-americana, o país asiático já possui estoques para garantir o abastecimento e pode trabalhar, por alguns meses, sem a necessidade de novas compras.

O milho também estava na lista de retaliações. Contudo, a taxação chinesa não interferiu a bolsa: o cereal foi afetado diretamente pela soja, até porque as compras asiáticas se concentram na Ucrânia. A demanda chinesa tende a crescer para o milho norte-americano.

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Por:
Carla Mendes e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Anderson Hidalgo de Lima Sapezal - MT

    Vlamir, bom dia.

    O produtor/pecuarista pode sofre algum tipo de retaliação de outros mercados devido à alguma condição melhor que seja ofertada à China, uma vez que o aumento de volume de negócios aumente consideravelmente?

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