Tarifas impostas pelos EUA aos produtos chineses podem gerar oportunidades aos produtores brasileiros

Publicado em 15/06/2018 11:33
Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado
Nação asiática deve comprar mais de 100 mi de toneladas nesta temporada, com 65 mi de t de origem brasileira e 35 mi de t dos EUA. Preços da commodity estão próximos do suporte de US$ 9,00/bu e podem atrair compradores. Foco será a safra americana, que até o momento apresenta boas condições. Momento não é favorável para os produtores brasileiros negociarem.

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Entrevista com Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado sobre Trump anuncia tarifas sobre os produtos chineses

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Nesta sexta-feira (15), o governo dos Estados Unidos anunciou que vai impor a tarifa de 25% sobre 50 bilhões de dólares nas importações chinesas. Em contrapartida, a China prometeu retaliar do mesmo modo e pode gerar boas oportunidades para os agricultores brasileiros.

O analista de mercado, Vlamir Brandalizze, destaca que o acordo dos Estados Unidos com a Coréia do Norte incentivou o presidente americano a anunciar a tarifa sobre os produtos chineses. “Nós tivemos as negociações do Donald Trump e o Kim Jong-un, em que o ditador coreano acabou se tornando um fã do presidente americano. Na qual, deu argumentos para o Trump se sentir mais valorizado e provavelmente ele vai endurecer ainda mais as relações com os chineses”, ressalta.

Como as intenções dos investidores ficaram voltadas para o impasse entre os americanos e chineses, as cotações dos grãos na bolsa de Chicago (CBOT) ficaram em campo negativo ao longo dessa semana. “Nesses últimos dias, a soja e o milho perderam muito, sendo que o cereal recuou mais de 20 pontos. O trigo que estava valorizado também está operando em queda justamente por conta do mercado que deixou os fundamentos de oferta e demanda e está observando a parte política”, comenta.  

O analista acredita ainda que o governo americano vai impor novas medidas até ter novas negociações com a China em que possa valorizar as comercializações americanas. “Com isso, os chineses podem visitar os Estados Unidos ou então o Trump ir até a China para realizar acordos comerciais que beneficiem os americanos”, comenta.

Diante desse cenário, os produtores rurais devem aguardar a diminuição das cotações para realizar novas negociações. ”O mercado vai sentir essa pressão de redução de oferta de produtos americanos como da America do Sul, sendo que tecnicamente o mercado tem que começar a corrigir para cima nas próximas semanas” afirma.

Se as cotações da soja na Bolsa de Chicago demorar a reagir terá uma elevação nos prêmios das oleaginosas no Brasil. “Não estamos vendo isso agora devido à indefinição dos preços mínimos para os fretes. A partir do momento que resolver essa questão e os transportes começarem a trabalhar em ritmo normal vamos ter uma retomada de alta nos prêmios”, diz.

A expectativa é que a China importe por ano em torno de 103 a 105 milhões de toneladas de soja, sendo que desse volume cerca de 35 milhões de toneladas são compradas dos Estados Unidos e no Brasil por volta de 65 milhões toneladas. “Para os chineses, o Brasil não a soja adicional para atender essa demanda dos americanos. Por isso, a China vai continuar dependendo dos americanos por mais alguns anos”, aponta.

Safra Americana

Conforme o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reportou no último boletim semanal, as lavouras de soja e milho apresentam boas condições. “É um dos melhores momentos da historia da safra americana para o período, tendo em vista que as áreas cultivadas estão em fase final e o clima também tem contribuído”, destaca.  

Leia também:

>> USDA indica queda de 1% no índice de lavouras de soja e milho em boas condições nos Estados Unidos
 
Comercialização

Em relação à comercialização da safra velha da soja já está bem adiantada e os produtos que estão sobrando pode ficar no mercado interno, sendo que esse produto pode ser negociado a partir do mês de agosto. “Até agora tivemos um bom ritmo de negociação da safra nova, pois os produtores rurais fizeram negociações antecipadas e fixou os preços”, afirma.

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Por:
Fernanda Custódio e Andressa Simão
Fonte:
Notícias Agrícolas

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