Com ritmo recorde, Brasil já tem mais de 13% da área de soja da safra 2018/19 plantada, diz AgResource Mercosul

Publicado em 04/10/2018 11:23
Matheus Gomes Pereira - Analista de Mercado da AgResource Mercosul
Chuvas chegando mais cedo, investimento em tecnologia e boa renovação da frota de maquinário agrícola criou ambiente para esse bom início da semeadura, que está bem acima dos 6% registrados no ano passado, nesse mesmo período. Paraná lidera os trabalhos de campo, seguido pelo Mato Grosso.

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Entrevista com Matheus Gomes Pereira sobre o Plantio da Soja no Brasil e Colheita no EUA

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Nesta quinta-feira (04), Matheus Gomes Pereira, analista de mercado da AgResource Mercosul, conversou com o Notícias Agrícolas para discutir a safra de soja 2018/19 do Brasil, bem como a colheita nos Estados Unidos, que é ameaçada pela questão climática neste momento.

As condições têm sido favoráveis e o Brasil começou bem o plantio nesta temporada, em ritmo recorde. São 13,2% de soja plantada até o momento, contra 6,2% de 2017 e uma média de 8,3% dos últimos anos.

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Isso se deu porque as chuvas plantadeiras vieram e deram um pontapé inicial para os trabalhos. As projeções continuam favoráveis para toda a região Sul e para o Centro-Oeste: chuvas regulares e significantes que devem manter os níveis de umidade do solo em patamares adequados.

Os estados de Mato Grosso e Paraná se destacam no plantio - apenas o Paraná tem 42% da soja plantada até o momento. Entretanto, os resultados surpreendem em todo o país, com destaque para Santa Catarina, que tem 13,1% da área plantada, contra 1,6% em 2017 e Rio Grande do Sul, com 13,2%, contra 0,2% em 2017.

O El Niño tem sido confirmado para novembro. Contudo, Pereira lembra que não é a simples presença desse fenômeno climático que é capaz de trazer um efeito positivo ou negativo para a safra brasileira. Seriam necessários três meses consecutivos para surtir algum efeito.

Ele ressalta que os números das feiras agrícolas mostram que os produtores investiram em novos maquinários e tecnologias para este ano, embora o tabelamento dos fretes tenha exonerado bastante o poder de barganha dos produtos a serem levados para o interior do Brasil.

Na comercialização, os produtores trabalham com a mentalidade de que preços melhores já foram observados e aguardam novos patamares. A questão do frete também trava a comercialização futura, mas o fato de existir uma guerra comercial entre Estados Unidos e China favorece a soja brasileira, já que os asiáticos concentram as compras no Brasil.

Colheita dos Estados Unidos

Os mapas climáticos para a primeira quinzena de outubro mostram chuvas excessivas para o cinturão agrícola norte-americano. Por mais que haja uma limitação de altas na Bolsa de Chicago (CBOT) por conta da guerra comercial, há um potencial de ameaça para a oferta por conta desse cenário climático.

Sendo assim, poderão ser vistas altas sustentadas na CBOT decorrentes da questão da oferta.

Safras projeta exportação recorde de soja em 2019/20, a 79 mi t

SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de soja do Brasil deverão repetir no ano comercial 2019/20, que vai de fevereiro de 2019 a janeiro de 2020, os mesmos 79 milhões de toneladas do ciclo anterior, um volume recorde, projetou nesta quinta-feira a Safras & Mercado.

"Sem um acordo entre Estados Unidos e China, as exportações brasileiras de soja devem continuar muito fortes na nova temporada (safra 2018/19). Tal fato irá 'enxugar' a oferta do mercado interno, apertando os estoques, mesmo com a tendência de uma nova safra recorde", explicou em nota o analista Luiz Fernando Roque, referindo-se à temporada em fase de plantio.

A disputa comercial entre EUA e China se acentuou neste ano, desembocando na aplicação por Pequim de uma taxa de 25 por cento sobre a soja norte-americana. A medida levou importadores chineses a intensificarem as compras da oleaginosa do Brasil, o maior exportador global da commodity.

Conforme a consultoria, em meio à forte demanda chinesa, os estoques finais do Brasil em 2019/20 deverão cair 31 por cento, passando para 98 mil toneladas, volume ínfimo perto do tamanho da safra brasileira, projetada na temporada que está sendo semeada em cerca de 120 milhões de toneladas.

A Safras projeta ainda um esmagamento de 40 milhões de toneladas de soja no ano comercial 2019/20 e de 41,8 milhões em 2018/19, representando um recuo de 4 por cento entre uma temporada e outra.

DERIVADOS

A consultoria estima uma produção de farelo de soja de 30,47 milhões de toneladas em 2019/20, 4 por cento menos na comparação anual. As exportações do derivado deverão cair 22 por cento, para 13,5 milhões de toneladas.

A produção de óleo de soja deverá ficar em 7,96 milhões de toneladas, enquanto as exportações do produto, em 620 mil toneladas, disse a Safras.

(Por José Roberto Gomes)

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Por:
Carla Mendes e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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