Atual momento é ruim para vendas de soja no Brasil e melhor estratégia é aguardar novas sinalizações de dólar e prêmio

Publicado em 09/10/2018 17:45
Carlos Cogo - Analista da Consultoria Agroeconômica
Para Carlos Cogo, queda do dólar foi exagerada e tem possibilidade de se recuperar e prêmios, principalmente para safra nova, tendem a se valorizar ainda mais

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Entrevista com Carlos Cogo - Analista da Consultoria Agroeconômica sobre o Fechamento de Mercado da Soja

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A terça-feira (09) foi um dia negativo para as cotações da soja na Bolsa de Chicago (CBOT), que tiveram quedas de quase sete pontos nos principais vencimentos. No Brasil, houve uma correção negativa do dólar, que se aproxima dos R$3,70 e muda todo o cenário interno de formação de preços.

Carlos Cogo, analista da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, comenta que a CBOT precifica o aumento de produção de soja nos Estados Unidos. Este fator, pré-fixado, se junta com o comportamento errático nas vendas, já que as exportações norte-americanas são afetadas pela tarifa de 25% imposta sobre a China.

Desta forma, questões como o clima e o atraso de colheita não têm sido suficientes para criar um ambiente altista nos futuros de Chicago. A chegada da soja dos Estados Unidos no mercado deve criar mais uma pressõa negativa.

A longo prazo, questões como o câmbio no Brasil e os prêmios nos Estados Unidos devem ser observadas, bem como deve-se fazer uma avaliação do que irá mudar no jogo com a escolha do novo presidente da república por aqui.

Ainda há uma avaliação do mercado financeiro de que a queda de R$3,70 para o dólar pode ter sido exagerada para baixo.

Produção de soja do Brasil em 2019 deve igualar recorde de 2018, diz Abiove

SÃO PAULO (Reuters) - A produção de soja do Brasil em 2019 deverá alcançar 119,50 milhões de toneladas, estável na comparação com o volume recorde revisado de 2018, projetou nesta terça-feira a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), na primeira estimativa para a nova safra.

Até o mês passado, a Abiove previa uma safra de 118,8 milhões de toneladas para 2018, com colheita encerrada há alguns meses.

Por ora, produtores estão no meio do plantio da nova temporada, cuja colheita tende a começar na virada de 2018 para 2019 --o calendário considerado pela Abiove vai de janeiro a dezembro e, portanto, difere do ano-safra 2018/19, de julho deste ano a junho do próximo.

Ainda conforme a entidade, os embarques pelo maior exportador global da oleaginosa devem alcançar 71,90 milhões de toneladas em 2019, abaixo do recorde de 77 milhões no ano anterior.

As vendas brasileiras foram impulsionadas neste ano pela crescente disputa comercial entre Estados Unidos e China, que culminou com Pequim taxando a soja norte-americana. A medida levou compradores chineses a se voltarem com força para o produto brasileiro.

Embarques menores em 2019, contudo, devem contribuir para o aumento dos estoques domésticos. A Abiove prevê reservas de 3,765 milhões de toneladas ao término do ano que vem, contra 1,465 milhão em 2018.

Quanto às importações de soja, a entidade estima compras de 300 mil toneladas em 2019, estável ante 2018 --em 2017, foram 254 mil toneladas.

A Abiove também previu processamento de 43,2 milhões de toneladas de soja no ano que vem, levemente abaixo na comparação com os 43,6 milhões estimados para 2018, um recorde. Em 2017, o processamento somou 41,8 milhões de toneladas.

DERIVADOS

A associação prevê produção de 32,6 milhões de toneladas de farelo de soja pelo Brasil em 2019, queda de 0,6 por cento na comparação anual.

No caso do óleo de soja, a fabricação também tende a recuar 0,6 por cento, para 8,6 milhões de toneladas.

(Por José Roberto Gomes).

 

Exportação do complexo soja do Brasil crescerá 21% em 2018, a US$38,3 bi, diz Abiove

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil, maior exportador de soja do mundo, deverá registrar um faturamento recorde de 38,3 bilhões de dólares com os embarques do grão, farelo e óleo de soja em 2018, um crescimento de 21 por cento ante 2017, com o país sendo beneficiado por forte demanda da China, bons preços e uma safra histórica para comercializar, apontou a associação Abiove nesta terça-feira.

Até o mês passado, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que reúne multinacionais como Bunge e Cargill, previa uma exportação de 37,9 bilhões de dólares para o ano. O aumento na previsão de receita ocorreu em meio a uma expectativa de embarques ainda maiores, para o recorde de 77 milhões de toneladas do grão.

As exportações de soja, o principal produto da pauta exportadora do Brasil, responderão pela maior parte do valor obtido pelo setor, ou 30,8 bilhões de dólares, também aumento de cerca de 20 por cento na comparação anual, segundo a Abiove, que indicou um crescimento de 13 por cento no volume de embarques ante 2017.

O preço médio da exportação de soja do Brasil, que até setembro havia somado quase 70 milhões de toneladas --sendo 55 milhões de toneladas para a China--, foi visto em 400 dólares por tonelada, ante 377 dólares no ano passado.

O faturamento das exportações de farelo de soja deve crescer ainda mais, com aumento de mais de 30 por cento ante 2017, para 6,5 bilhões de dólares em 2018, também com maiores volumes (16,75 milhões de toneladas, alta de mais de 15 por cento) e preços (+11 por cento).

A receita com as exportações de óleo de soja do Brasil deverão recuar para 980 milhões de dólares, ante pouco mais de 1 bilhão de dólares em 2017, com preços mais baixos do produto exportado.

2019

A exportação do complexo soja (grão, farelo e óleo) do Brasil foi vista em 33,7 bilhões de dólares em 2019, segundo a Abiove, em sua primeira estimativa para o próximo ano.

Essa queda na comparação com o recorde de 2018 ocorreria com a associação apontando menores volumes e preços mais baixos para todos os produtos exportados em 2019, com exceção da cotação do óleo, que ficaria estável no próximo ano.

Considerando somente a exportação do grão, o montante ficaria em 27,3 bilhões de dólares, com a associação vendo uma queda de mais 5 milhões de toneladas nos embarques em 2019, após um ano em que as vendas do Brasil foram bastante beneficiadas pela China, que optou pela soja brasileira em detrimento da dos EUA, diante da taxa de 25 por cento imposta por Pequim ao produto norte-americano, em um importante movimento da guerra comercial entre os dois países.

(Por Roberto Samora)

 

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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