Soja: Oportunidades para o BR geradas pela guerra comercial são limitadas em 2019 pela maior concorrência com a Argentina

Publicado em 07/05/2019 10:28
Steve Cachia - Diretor Cerealpar
Oferta maior no país vizinho mantém espaço menor para reação dos prêmios brasileiros

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Entrevista com Steve Cachia - Diretor Cerealpar sobre o Mercado da Soja

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Depois de um dia turbulento na sessão de ontem (07), o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) tem um momento mais calmo nesta terça-feira (07).

A turbulência veio por conta das ameaças de Donald Trump via Twitter de que as taxações sobre os produtos chineses que entram nos Estados Unidos iriam subir de 10% para 25% já na próxima sexta-feira (10).

Steve Cachia, diretor da Cerealpar, ressalta que o mercado agora busca entender esses movimentos e os novos capítulos da guerra comercial. Ontem houve, ainda, a divulgação dos números do plantio nos Estados Unidos. É preciso observar como esse fator fundamental irá se mostrar nas cotações, mas o foco deve continuar sendo Estados Unidos e China.

Entretanto, há notícias de que a China estaria enviando seu premiê para Washington para uma nova rodada de negociações, o que poderia acalmar os ânimos a respeito dessa situação.

Confira a entrevista completa no vídeo acima. 

 

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Por:
Carla Mendes e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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3 comentários

  • elcio sakai vianópolis - GO

    Nos últimos anos a China adquiriu grandes estoques de soja, na tentativa de ter segurança alimentar..., observa-se que desde a ultima safra este país está consumindo uma grande parcela destes estoques. Será que este país mudou a estratégia, estes grandes estoques serão renovados num futuro próximo? E a segurança alimentar, não é mais viável pra esta grande nação? Tudo bem que vários fatores levaram a esta estratégia, primeiro a guerra comercial e, após isso, a peste africana. Outros produtos similares ao farelo de soja foram acrescentados na ração animal, porém ainda acho a proteína do farelo de soja com a melhor relação custo benefício, ou será que isto mudou também? Quero entender um pouco melhor este mercado, se tiver algum analista que possa me explicar o que realmente está acontecendo, agradeceria. Precisamos mais informações para o médio e longo prazo, pois no curto prazo já virou uma bagunça total.

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    • Liones Severo Porto Alegre - RS

      Caro Elcio, as compras de soja pela China de janeiro a abril somam 24,4 MMT comparado a 26,46 MMT do ano passado, quando ainda compravam soja norte-americana. Em abril as compras foram de 7,64 MMT acima dos 6,90 MMT do ano passado no mesmo mês. Os industriais chineses não anteciparam as compras de soja este ano porque esperavam por um desfecho das tratativas do acordo com os EUA, onde suspeitavam da possibilidade que poderiam ser obrigados a comprar soja daquele país. O fato é que o atraso das compras fez com que a oferta de soja brasileira avançasse sobre um mercado de demanda retraído, e pressionou os preços, porque a grande maioria dos produtores precisam vender na colheita. Pouco ou nada mudou , mas os discursos pouco aferidos atribuem a simples mudança dessa estratégia forçada pela discussão do acordo, a razões utópicas e imaginárias. Atualmente os chineses aceleraram as compras de soja brasileira e o processo entra na normalidade. A propósito, a China não tem grandes estoques, que existem somente nos relatórios do USDA. Toda a soja que importam é aplicada par-e-passo na industrialização/consumo. No milho o aperto é ainda maior porque nos últimos 3 anos o consumo tem superado a produção entre 30 e 40 MMT. abraços

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    • elcio sakai vianópolis - GO

      Obrigado Liones, pela explicação,... se não há grandes estoques na China e um represamento de vendas nos Estados Unidos, então o mercado de soja está totalmente aberto pra safra 2019/2020. Qualquer opinião baixista que tentam nos vender é pura especulação do mercado.... Outra duvida que tenho: Brasil, Argentina e outros países, fora os Estados Unidos, conseguem abastecer a soja que a China precisa? ou ela vai ser obrigada a comprar farelo de soja da Argentina e de outros países? Isso claro, se continuar esta guerra comercial.

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    • Liones Severo Porto Alegre - RS

      A Argentina não é um grande concorrente na exportação na soja em grãos porque a soja com baixa proteína (deles) não atrai muitos comprados do grão. Suas exportações são limitadas a 6 até 8,0 MMT, sendo a maioria destinada à China, que usa esses grãos para fazer blend com a soja brasileira, de melhor qualidade. Recentemente o governo argentino tentou acordar com os chineses a compra de farelo de soja, o que não foi aceito, somente a carne suína. O Brasil tem aumentando suas vendas de soja para outros países fora da China o que tem sido uma constante no volume de 13,5 MMT. Considerando que o Brasil irá exportar no máximo 70,0 MMT, sobrariam 56,5 MMT para os chineses, mais, digamos, 10,0 da Argentina, ficaria muito abaixo da necessidade dos 90,0 MMT que os chineses deverão importar. Como os chineses bloquearam as importações de produtos canadenses, que na soja foram 4,55 MMT e mais 8,0 MMT de canola, eles terão de aumentar a necessidade na importação de soja de outras origens. Muito provavelmente terão que completar seu suprimento com soja norte-americana, mesmo com a tarifa de 25%. Então, muito provavelmente haverá uma forte disputa pela soja brasileira no 2º. semestre. Abraços.

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  • WELLISTON FRANK TEIXEIRA DOUTOR CAMARGO - PR

    A Argentina ainda possui níveis de estoques baixos devido à quebra de safra da última temporada. Deste modo, o poder de exportação do país é limitado e não vai longe. Em 2019 o Brasil tem exportado soja acima da média dos últimos anos, e com a atual safra brasileira um tanto quanto menor quando comparada à safra passada..., podemos concluir que no segundo semestre não haverá soja disponível para atender o consumo do mercado interno.

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