China compra de 400 mil a 500 mil t de soja dos EUA e puxa preços em Chicago nesta 2ª

Publicado em 11/05/2020 17:03 e atualizado em 11/05/2020 18:59
Eduardo Vanin - Analista de Mercado da Agrinvest
Competitividade do produto americano e menor disponibilidade do brasileiro atraem compradores para os EUA e favorecem cotações na CBOT. No Brasil, dólar permanece como diferencial e motiva negócios até para a safra 2021/22.

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O mercado da soja fechou o pregão desta segunda-feira (11) com leves altas na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa reagiram à novas compras de produto americano pela China, baixa disponibilidade de produto no Brasil e a competitividade da commodity americana que começa a aumentar frente à brasileira. 

A China teria comprado de 400 mil a 500 mil toneladas de soja dos EUA e contribuído para os pequenos ganhos desta segunda na CBOT. 

"O Brasil vendeu muita soja, favorecido pelo câmbio, as tradings fizeram boa margem na originação e a China também está comprando uma soja bem barata em termos de dólares. Foi um ano bom para todos, e com isso crescemos muito e muito rápido, o que provocou uma natural valorização dos prêmios da soja brasileira e aumenta o espaço da soja norte-americana, o que é bom para as cotações da soja na Bolsa de Chicago", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities.

Segundo Vanin, a China - que está com sua demanda por soja coberta até meados de agosto - ainda teria que comprar algo entre 40 e 43 milhões de toneladas da oleaginosa para se abastecer até fevereiro, quando começa a chegada da nova safra brasileira e, desse volume, a maior parte deverá ser adquirida no mercado norte-americano. Algo entre 30 e 35 milhões de toneladas. 

Além da maior competitividade dos EUA, a nação asiática também se adianta para dar andamento á fase um do acordo com os americanos e a soja deverá ser o carro chefe das compras agrícolas. "A China já está com cerca de US$ 6,6 bilhões comprada em produtos americanos e deveria estar em US$ 12 bi. E a soja é o produto que tem maior valor em relação aos outros grãos", detalha o analista. 

O Brasil já tem mais de 80% da safra 2019/20 comercializada e, na análise de Vanin, apenas mais 7 milhões de toneladas ainda para exportar. Assim, com a indústria também na necessidade de completar seu abastecimento, o segundo semestre deverá ser de disputa pela oleaginosa, e de foco maior das exportações no milho. 

Assim, daqui em diante, o que se espera é que o maior volume de negócios se dê para a safra 2020/21 e até mesmo a 2021/22 para os produtores que fazem suas vendas em reais. O dólar alto - que nesta segunda-feira fechou acima dos R$ 5,80 - favorece estes produtores, mas traz um cenário bastante delicado para que realiza sua comercialização com base na moeda norte-americana. 

USDA

Paralelamente, o mercado ainda se ajusta para o novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) reporta nesta terça-feira, 12. 

As expectativas para os estoques finais de soja dos EUA têm média de 13,63 milhões de toneladas, em um intervalo que varia de 12,25 a 15,81 milhões de toneladas. No boletim do mês passado, os estoques foram reportados em 13,06 milhões de toneladas. 

Leia mais:

>> USDA deve trazer elevados estoques finais de soja e milho das safras atual e nova dos EUA

China espera maior demanda por commodities a granel no 2º trimestre, diz Xinhua

Beijing, 11 mai (Xinhua) -- A demanda por commodities a granel na China deve continuar a crescer no segundo trimestre do ano, à medida que a retomada dos negócios está acelerando e as políticas de apoio econômico estão sendo melhor implementadas, segundo a Federação Chinesa de Logística e Compras (CFLP).

O país terá um progresso mais rápido no desenvolvimento de infraestrutura de transporte e conservação de água assim como os projetos de "nova infraestrutura", incluindo redes 5G e centros de dados, que darão um impulso significativo à demanda por commodities a granel, disse a CFLP em uma análise publicada em seu site.

Os governos locais publicaram um lote de projetos da "nova infraestrutura" para estimular a atualização industrial e de consumo e forjar novos motores de crescimento.

A Província de Guizhou, no sudoeste da China, começou a construção de 49 projetos da "nova infraestrutura" com um investimento total de 10,4 bilhões de yuans (US$ 1,47 bilhão) em abril. Shanghai também deve investir um total de 270 bilhões de yuans nos próximos três anos para tais projetos, incluindo 34,000 novas estações base do 5G.

Os indicadores industriais elaborados pela CFLP apontaram um crescimento na demanda a partir de março. O índice de inventário das commodities a granel caiu para 99,6% em abril em meio ao aumento do consumo.

O CFLP disse que o anúncio das datas para as "duas sessões" enviou um sinal sobre o controle efetivo da China sobre a epidemia da COVID-19 e a preparação para reabrir totalmente sua economia, o que permitirá um crescimento mais rápido do investimento efetivo e do consumo interno mais forte.

Conhecidas como "duas sessões", as sessões anuais do legislativo nacional e do órgão consultivo político da China são os principais encontros políticos do ano no país.

A principal legislatura da China anunciou que realizará a sessão anual a partir de 22 de maio, enquanto o principal órgão consultivo político disse que sua sessão anual foi proposta para abrir em 21 de maio.

Em cinco dias, Brasil exporta metade do volume de soja embarcado em maio/19

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SÃO PAULO (Reuters) - A média diária das exportações brasileiras de soja mais que dobrou na primeira semana de maio, ante a média do mesmo mês de 2019, e, com isso, em cinco dias úteis o país já embarcou metade do total exportado em maio do ano passado, conforme dados do governo federal divulgados nesta segunda-feira.

Na primeira semana de maio, o Brasil exportou 5,35 milhões de toneladas de soja, informou a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Em maio de 2019, com 22 dias úteis, o volume total comercializado foi de 10 milhões de toneladas.

Na variação anual, o ritmo de vendas externas passou de 455,1 mil toneladas/dia em maio de 2019 para 1,07 milhão de toneladas/dia neste mês, um salto de 135%.

Em abril, a exportação de soja do Brasil atingiu um recorde mensal de 16,3 milhões de toneladas, segundo dados da Secex, puxado pela demanda firme da China.

Os chineses estão mantendo o alto nível de aquisições do grão brasileiro, ao mesmo tempo em que ampliam as importações da oleaginosa norte-americana em cumprimento à fase 1 do acordo comercial entre China e Estados Unidos.

CARNES

Também impulsionada pela demanda chinesa, a média diária das exportações brasileiras de carne bovina saltou 90% na primeira semana de maio, em relação ao mesmo mês de 2019.

O país embarcou 10,7 mil toneladas por média diária nos cinco primeiros dias de maio, ante as 5,65 mil toneladas por média diária embarcadas um ano antes.

Com isso, as vendas externas da proteína bovina já acumulam 53,5 mil toneladas em maio de 2020. No mesmo mês do ano passado, com 22 dias úteis, os embarques totalizaram 124,3 mil toneladas.

A China voltou a intensificar compras das carnes do Brasil desde meados de março, quando a pandemia do coronavírus começou a dar sinais de controle no país.

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
NotíciasAgrícolas/Xinhua/Reuters

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