Soja: para disputar com as indústrias, exportadores teriam que pagar preços acima de R$120,00/saca nos portos
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Entrevista com Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado da Brandalizze Consulting sobre o Fechamento de Mercado da Soja
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Os preços da soja subiram na Bolsa de Chicago nesta segunda-feira (6) e encerraram o dia com altas de 6 a 9,50 pontos nos principais vencimentos, levando o julho a US$ 8,98 e o novembro a US$ 9,06 por bushel. O dólar também encerrou o dia em campo positivo, com alta de 0,59% e valendo R$ 5,35.
Ainda assim, os preços da soja nos portos do país não acompanharam a intensidade da alta, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. A demanda da indústria nacional é forte e os preços pagos no interior do país, portanto, acabam sendo mais atrativos.
Segundo o executivo, para que a exportação leve o restante de soja da safra 2019/20, os portos precisariam garantir preços na casa dos R$ 120,00 por saca. E a semana começa com indicativos próximos de R$ 116,00, garantindo nos melhores momentos algo perto de R$ 118,00. Enquanto isso, há praças do interior do Rio Grande do Sul, por exemplo, pagando atré R$ 114,00 por saca.
Assim, o ritmo de negócios fluiu mais lentamente neste momento ao olhar para novas negociações com a exportação da safra atual. Já para a nova temporada, há algumas fixações ocorrendo, porém, também em volumes um pouco mais limitados.
MERCADO EM CHICAGO
Nesta segunda-feira, o mercado da soja voltou do feriado nos EUA operando com boas altas e chegando até mesmo a testar seus melhores preços em cerca de quatro meses. As preocupações com o clima no Corn Belt começam a ganhar mais espaço entre os traders, que monitoram a possibilidade de dias mais quentes e secos neste mês.
O relatório semanal de acompanhamento de safras divulgado nesta segunda-feira pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostra também que 2% das lavouras da oleaginosa já estão em fase de formação de vagens, contra 1% do mesmo período do ano passado e 4% de média dos últimos cinco anos.
Este é, como explica Vlamir Brandalizze, um momento delicado em ambas as culturas - com o começo da formação de espigas no milho e dos canivetinhos na soja -, com os dois estágios não gostando de temperaturas muito elevadas.
Leia mais:
>> USDA reduz em 2% índice de lavouras de milho em boas/excelentes condições; soja se mantém
E as previsões atualizadas neste início de semana já sinalizam dias mais quentes e secos em partes do Corn Belt, principalmente entre 13 e 19 de julho.
Além da questão climática, há ainda uma retração dos produtores americanos, que esperam preços melhores para voltarem às vendas e uma sinalização de melhoras do lado da demanda. Todavia, seriam necessárias compras mais agressivas da China nos EUA para que pudessem ser um combustível mais forte para o avanço dos futuros da oleaginosa na CBOT.
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