Soja recua quase 30 pontos em Chicago após relatório de estoques do USDA e reforça viés de baixa para cotações
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Entrevista com Marcos Araújo - Analista da Agrinvest o Fechamento de Mercado da Soja
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O mercado da soja na Bolsa de Chicago reagiu forte aos números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quinta-feira (30) e encerrou o pregão perdendo quase 30 pontos na Bolsa de Chicago, ou mais de 2%, entre as posições mais negociadas. O contrato novembro/21 terminou o dia com US$ 12,56 e o maio/22 com US$ 12,78 por bushel.
Os estoques trimestrais de soja dos EUA em 1º de setembro, foram reportados pelo USDA em 6,97 milhões de toneladas, contra expectativas variavam de 3,95 a 5,5 milhões, com média de 4,74 milhões de toneladas.
Apesar de acima do esperado, os estoques americanos são bem menores do que em 1 de setembro de 2020, quando vieram reportados em 14,29 milhões de toneladas. Em 1º de junho de 2021, o número era de 20,87 milhões de toneladas.
A demanda forte pela soja americana, em agosto, tanto nas exportações, como no esmagamento norte-americanos deveria ter resultado em estoques menores do que os que foram reportados nesta quinta pelo USDA, porém, como explica o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest Commodities, a revisão para cima da safra 2020/21 dos EUA trouxe os estoques pra mais "e foi um balde de água fria para o mercado".
Assim, o mercado vais buscar entender como estes estoques - que são os iniciais da safra 21/22 - resultarão nos estoques finais desta temporada e, considerando uma safra de 119 milhões de toneladas, poderiam ficar na casa de pouco mais de 8 milhões.
E ao lado destes números, vai seguir acompanhando o clima na América do Sul, o ritmo de plantio e como deverá se desenvolver a safra brasileira. "Lembrando que temos uma alta histórica para a soja em Chicago no mês de outubro", diz.
CHINA
A inicial melhora no cenário de oferta poderia impactar nos planos de compras da China, que neste momento compra soja da mão para a boca. No entanto, as incertezas e os riscos sentidos com a crise energética no país traz algumas incógnitas sobre seu comportamento demandador daqui em diante.
"Por mais que a oferta esteja 'garantida', há uma margem de esmagamento na China, principalmente com a soja brasileira, muito positiva. Só que não sei até onde podemos afirmar hoje até onde a China tem capacidade de formação de estoques com todo esse apagão logístico.
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NEGÓCIOS NO BRASIL
Os sinais que trazem não só os fundamentos deste mercado, mas também o andamento da economia global são fortes o suficiente para que o produtor brasileiro faça suas contas e entenda que o atual momento pode ainda lhe oferecer oportnuidades importantes de comercialização, contanto que a as faça de forma segura e estruturada.
E isso vale não só para a soja 2021/22, como também para a 2022/23. No vídeo acima, veja os cálculos de Marcos Araújo.
1 comentário
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anderson boff missal - PR
Eu entendi certo? Os EUA aumentaram a produção de soja da safra passada, que já faz quase um ano que foi colhida, agora ficou difícil de entender!
Sim, houve uma revisão da safra passada. segue o link
https://downloads.usda.library.cornell.edu/usda-esmis/files/xg94hp534/cz30qs59p/nk323d258/grst0921.pdf
Eu estou desconfiado que a China compra menos dos americanos justamente porque o mundo segue as cotaçoes daquele pais---