Prêmios da soja disparam no Brasil neste início de semana frente ao atraso na chegada da nova safra

Publicado em 10/02/2025 16:57 e atualizado em 10/02/2025 18:14
Rafael Silveira - Analista de Soja na Safras & Mercado
Em Chicago, mercado começou a semana de lado, testando apenas leves variações, se ajustando antes da chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA, que chega nesta terça-feira (11).
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Brasil tem prêmios melhores de soja com mercado demandado, mas atraso da chegada da nova safra de soja

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O mercado da soja teve um início de semana lento na Bolsa de Chicago, porém, um pouco mais aquecido no Brasil, com a melhora dos prêmios nos portos do país. O atraso da chegada da nova safra por conta das adversidades climáticas ao passo em que a demanda pelo produto nacional vai se intensificando mexeu com os movimentos no país. 

"Temos visto um mercado que tem se baseado muito no atraso da entrada de safra brasileira, com um janeiro mais fraco nas exportações, o line-up, inicialmente, mostrando bons níveis de embarques, mas muiras cargas tiveram de ser realocadas, justamente, por falta de produto e o lastro disso vem no prêmio. Então, o que vemos é uma disparada dos prêmios, mas tendo ainda alguma volatilidade, até mesmo com movimentos conflitantes", detalha o analista de soja da Safras & Mercado, Rafael Silveira. 

Assim, os prêmios que vinham negativos para estes primeiros meses do ano, já passaram para o campo positivo, testando até algo como 10 pontos acima das referências de Chicago. Isso tem feito, inclusive, com que os preços no interior do país cheguem a superar a paridade de exportação neste momento.

"Essa janela de curto prazo, que tem soja disponível, acaba se beneficiando e conseguindo um preço melhor. Mas, frisamos que isso é no curto prazo, afinal, a safra brasileira, embora atrasada, ainda vai pressionar os preços, principalmente no mês de março", complementa Silveira. "É muito importante olharmos para o timing do preço. Se (o mercado) está dando condição para fechar algum négocio que, pelo menos, mantenha suas margens operacionais, por enquanto, é momento de fazer negócios porque, se olharmos para frente, a condição do preço do físico deve cair bastante, justamente na entrada do pico da safra brasileira", explica o analista da Safras. 

BOLSA DE CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja fecharam o dia com estabilidade no pregão desta segunda-feira. Os dois primeiros vencimentos terminaram o dia sem variação, com o maio valendo US$ 10,65, enquanto os dois seguintes recuaram entre 0,50 e 0,75 ponto, com o julho cotado a US$ 10,80 por bushel. 

Os preços pouco se movimentam com os traders se ajustando antes da chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Dessa forma, perto de 14h55 (horário de Brasília), os principais vencimentos perdiam entre 0,25 e 0,50 ponto, com o maio sendo cotado a US$ 10,65 por bushel. 

As incertezas sobre a escalada tarifária dos EUA pressionam o mercado da soja. Mercado se prepara para divulgação do USDA de amanhã, com atualização da Safra América do Sul. 

O reporte mensal de oferta e demanda do USDA chega nesta terça-feira (11), às 14h (horário de Brasília), e as expectativas indicam um novo corte nos estoques finais norte-americanos de soja e milho, bem como uma revisão nos números das safras da América do Sul, as quais ainda sofrem com algumas adversidades climáticas. 

Paralelamente, o presidente americano Donald Trump continua sinalizando seus próximos passos da política tarifária e esse é mais um ponto de atenção - ainda - dos traders.

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • QUINCAS BERRO D'ÁGUA Rondonopolis - MT

    Carla, eu tenho falado constantemente sobre essa abordagem da demanda, janeiro 25 exportou quase 50% menos soja que janeiro 24...não há oferta. Eu sei que o problema dessa abordagem é a conciliação com os dados da Abiove, conab, etc...Voces nunca falam nos estoques...que segundo a Abiove foram de 7 mi de ton iniciais em 24 com uma produção de 153 mi de ton também em 24. Ora, se esses dados são corretos a exportação mais o consumo interno somam esses 153 de produção, onde estão então as 7 mi de ton nos estoques da indústria? Com os dados de 25 o estoque final vai ser de quase 10 mi de ton segundo a Abiove...só eu estou achando que esses estoques são balela?

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    • Virgilio Andrade Moreira Guaira - PR

      Pessoal sempre escondendo os dados do produtor. Só que os produtores estão ficando bem espertos, de tanto patinar.

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    • CARLO MELONI sao paulo - SP

      De qualquer forma esses premios são um bom indicador, aparentemente está faltando soja na industria apesar de colheita ter iniciado, vamos torcer para 25 ser um ano bom

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    • Nairan Cleber Pereira Abibi Soares Alfenas - MG

      Boa noite. Todo ano a mesma história. Safra recorde após safra recorde. Sou produtor de soja a 10 anos, porém ano após ano, sempre vem a notícia de nova safra Recorde. Até quando os produtores brasileiros continuarão insistindo em aumentar área de plantio? Até quando as vaidades de ter área maior de plantio do que do vizinho será prioridade? Estamos jogando contra nós mesmos. Há cinco anos o Brasil produzia 120 milhões de toneladas de soja . Hoje falam em 170 milhões na safra 2025. Quem vai continuar absorvendo toda esta demanda? A lei da oferta e demanda é soberana desde sempre. Os materiais de soja hoje estão muito produtivos . Somados ao aumento de áreas de plantio anuais, complicam ainda mais a situação. Vejo como solução, redução drástica de plantio de safrinha. Se os produtores passassem a fazer 75% da sua safra de verão de soja e 25 % de milho, e fossem deixando safrinha de lado (ou segunda safra como alguns gostam de chamam) , não teríamos sacras recordes todo ano e talvez assim , nós produtores, conseguiríamos trabalhar com margem positivas .

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    • CARLO MELONI sao paulo - SP

      Eliminar a safrinha seria a coisa mais sensata , porque ela é a mais arriscada

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