Embrapa e Basf conseguem unir o biológico (bactérias) com o químico (inseticida/fungicida)

Publicado em 29/11/2018 11:51

A união da fixação biológica do nitrogênio em gramíneas (no caso, cana-de-açúcar) com produtos químicos foi anunciada ontem, em São Paulo, num lançamento comercial da Basf juntamente com a Embrapa Agrobiologia, de Seropédica (RJ).

O Muneo BioKit é formado pelo Muneo (da Basf) junto com o Aprinza (solução biológica da Embrapa) e tem significado mundial ao superar a condição limitante para as duas tecnologias, pois o uso de tecnologia química impedia a ação biológica disponível no solo para as plantas. Com o lançamento da união dessas duas tecnologias, a dificuldade foi superada.

Esse é o segundo passo no sentido de ganhos de produtividade na agricultura mundial depois que a dra. Johanna Döbereiner (já falecida) conseguiu, nos anos 60, estimular as funções dos rizóbios na disponibilidade do nitrogênio para a soja. Agora sua aluna, a Dra. Verônica Massena, também da Embrapa de Seropédica, conseguiu a adição das bactérias "nitrospirilum amazonensis" na forma de inoculante para a cultura da cana-de açúcar.

Abaixo você acompanha as entrevistas da dra. Verônica Massena Reis, da Embrapa, e do eng. agrônomo André Matiello, da Basf, sobre a união das duas tecnologias, que ganhou o nome comercial de Muneo BioKit.

A Dra. Verônica Massena Reis, da Embrapa Agrobiologia, mostra o enraizamento espantoso conseguido com a ajuda das "bactérias do bem"

A pesquisadora Verônica Macena Reis, da Embrapa Agrobiologia, conversou com o Notícias Agrícolas para destacar uma novidade para a produção de cana-de-açúcar no Brasil: a junção das ferramentas biológica e química resultaram em um novo produto, o Muneo Bio Kit, que promete ganhos de até 18% na cultura.

A técnica de utilizar bactérias que habitam as plantas e que pegam o nitrogênio que está no ar já é usada para o cultivo da soja. Contudo, a pesquisa utiliza uma bactéria diferente, brasileira, isolada da cana de açúcar e selecionada para produzir mais raízes, mais perfilhos, aumentar o estande de plantas, o sistema radicular e fazer com que a planta seja mais resistente a problemas climáticos.

As bactérias foram levadas para o laboratório e tiveram sua eficiência testada. Assim, elas compõem um inoculante aplicado em forma de spray que contém essas bactérias vivas em grande quantidade. Além disso, ele também oferece o controle químico em relação a pragas e outras doenças.


Gerente da Basf diz que o ganho pode ser medido na produtividde de 10 t a mais por hectare

Jato de spray de bactérias no sulco no momento do plantio resulta num aumento de 18% de produtividade e 10 tons de cana por hectare

André Matiello, gerente de desenvolvimento de mercado da BASF, ressalta que o trabalho conjunto com a Embrapa permitiu uma sinergia entre os dois tipos de controle, o que promove todo o manejo fitossanitário da planta. A possibilidade de ganhos no canavial é de 10 a 12 toneladas por hectare.

O produto já está registrado e disponível no mercado para que os produtores possam adquirir e ver os resultados no campo.

Pela primeira vez no mercado, solução da BASF une inoculante biológico e produto químico para cana-de-açúcar

O Muneo® BioKit é uma novidade da BASF que une produtos químico e biológico em tecnologia inédita para o cultivo da cana-de-açúcar. A parte química é composta pelo Muneo®, produto com ação inseticida e fungicida. O produto biológico é o AprinzaTM, inoculante que atua como promotor de crescimento de raízes e parte aérea, além de contribuir com uma maior absorção de nutrientes.

O AprinzaTM é resultado da parceria da BASF com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), com o apoio da Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (ESALQ/USP) e Universidade Estadual de Maringá (UEM). 

O Muneo® BioKit  proporciona aumento de produtividade de até 18%, com melhora no crescimento e no desenvolvimento da cana-de-açúcar. A solução pode ser usada em todas as variedades cultivadas no país. A tecnologia foi testada em campo por mais de cinco anos. 

“A inovação possui performance sem precedentes no mercado, otimiza o potencial produtivo da cana-de-açúcar, auxilia no desenvolvimento do sistema radicular, aumenta a absorção de nutrientes com maior crescimento e resistência, contribuindo assim com um manejo mais sustentável”, afirma a pesquisadora da Embrapa Agrobiologia, Dra. Veronica Massena Reis.

Além de promover o crescimento da planta, o Muneo® BioKit também é eficiente no controle de importantes pragas e doenças. Destaque para as doenças podridão abacaxi (Ceratocystis paradoxa) e podridão vermelha (Colletotrichum falcatum), além de pragas como o gorgulho (Sphenophorus levis) e cupins (Heterotermes tenuis). A solução apresenta efeito supressor em pragas como a broca-da-cana (Diatraea saccharalis) que podem comprometer os canaviais caso o manejo não seja feito corretamente.

“O Muneo® BioKit traz ganhos operacionais ao plantio da cana, devido a sua fácil aplicação que otimiza o manejo no plantio e leva mais segurança ao agricultor. A solução também oferece um excelente controle das principais pragas e doenças que promovem danos à cana-de-açúcar, pois integra manejo químico com biológico, potencializando os resultados nos canaviais”, explica o gerente de Marketing de cana-de-açúcar da BASF, Leandro Pessente.

“O setor sucroenergético é um dos mais importantes para a economia brasileira. A BASF sabe dos desafios enfrentados pela cadeia produtiva da cana-de-açúcar e por isso investe em soluções inovadoras que proporcionam produtividade e qualidade. O lançamento do Muneo® BioKit reafirma o nosso compromisso com a longevidade dos canaviais e contribui para o legado do agricultor”, afirma o diretor de Marketing da Divisão de Soluções para Agricultura da BASF no Brasil, Marcelo Batistela.

Benefícios do Muneo® BioKit

A sinergia entre Muneo® e AprinzaTM potencializa os resultados obtidos com o Muneo® BioKit. A união entre químico e biológico promove uma série de benefícios nos canaviais. Os principais são:

-       aumento de produtividade de até 18%;

-       melhor enraizamento e desenvolvimento da planta com mais vigor;

-       manejo racional de nematóides;

-       ganhos operacionais com a utilzação de dois produtos diretamente no sulco de plantio, no momento da cobrição;

-       maior sustentabilidade, por utilizar produto biológico inédito no mercado;

-       controle das principais pragas e doenças da cultura;

-       aumento da absorção de nutrientes;

-       canavial com maior longevidade, aumentando a vida útil da plantação e consequentemente a rentabilidade do cultivo.

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Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Por que nós, os únicos seres superiores do planeta, que possuímos a consciência, temos tamanha facilidade em detectarmos os seres vivos nocivos a nossa espécie e, ao mesmo tempo desenvolvermos técnicas para controla-los?.

    Quanto aos seres benéficos. Ah! Isto é quase impossível e, quanto às técnicas para produzi-los e nos ajudar a tornar nossa vida mais fácil, também surgem barreiras difíceis de serem vencidas.

    Por que temos tanta dificuldade em usar a vida para promover vida e, tanta facilidade em usar a morte para sustentar vida?.

    No caso, o uso constante de químicos que combatem os seres vivos nocivos às plantas e animais domesticados, que nos servem de alimento.

    Hoje o Brasil é o maior exportador de soja. Imagine se, em vez de usar o Rhizobium na cultura da soja, tivéssemos que usar adubos nitrogenados?. Todo mundo usa o inoculante, mas será que dão o devido valor aos bichinhos que "trabalham de graça" adubando sua lavoura.

    Fica a pergunta: Por que a pesquisa não desenvolveu uma técnica semelhante para as culturas de gramíneas? Já que existem as bactérias fixadoras de nitrogênio.

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