Açúcar ganha impulso com retomada da demanda e deve se manter nos atuais patamares, projeta StoneX

Publicado em 18/11/2021 16:05 e atualizado em 19/11/2021 17:13
Rafaela Souza - Analista de Inteligência de Mercado de Açúcar e Etanol da StoneX
Patamar de US$ 20 c/lb foi reconquistado na Bolsa de Nova York nesta semana para o adoçante; no etanol, StoneX não vê risco de desabastecimento

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Entrevista com Rafaela Souza - Analista de Inteligência de Mercado de Açúcar e Etanol da StoneX sobre o Mercado do Açúcar e Etanol

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A alta demanda de açúcar frente à redução da oferta deve manter os preços nos patamares atuais, segundo a analista de inteligência de marcado de açúcar e etanol da StoneX, Rafaela Souza. Nesta semana, o mercado voltou a se ajustar na faixa dos US$ 20 c/lb, na bolsa de Nova York, fechando a sexta-feira (19) a US$ 20,17 c/lb, e em Londres a US$ 512,6/t.

De acordo com Rafaela Souza, o mercado ganhou impulso por conta da expiração do contrato de dezembro em Londres, o que deixou claro uma retomada na demanda. Com a elevação, agora o açúcar opera acima da paridade da Índia, um dos maiores players que ainda tem disponibilidade do produto neste momento, onde o preço é de US$ 20,1 c/lb. Isso deve suprimir a demanda, que tem dado sinais firmes de retomada.

Agora, a tendência é de que o mercado não tenha grandes variações e oscile dentro do patamar atual, segundo a analista. Outro fator importante, conforme ela destacou, é que o etanol no Brasil está remunerando melhor do que o açúcar. Como a safra brasileira está chegando ao fim, a disponibilidade do produto é menor, mantendo o intervalo de paridade dos preços com a Índia. Porém, como disse Souza, tudo ainda depende da safra da Ásia e da Europa.

A previsão é de que a Índia produza 31,5 milhões de toneladas de açúcar. Por outro lado, o direcionamento para o etanal irá crescer e deve ficar em 3 milhões de tonadas. A expectativa é de que o país exporte 6 milhões de tonadas de açúcar. A situação na Tailândia é similar, com a alta e boa remuneração, por uma safra que pode chegar a 10 milhões de toneladas. No Brasil, a produção foi bastante afetada pela seca. Mesmo assim deve haver um crescimento de 5% na produtividade, mas isso ainda depende bastante do clima. O que deve reduzir no país é a moagem, chegando a 565,3 milhões de toneladas, bastante abaixo de anos anteriores, de acordo com a analista.

Portanto, acompanhando a elevação no mercado internacional e a alta do dólar diante do real, as condições são favoráveis para o produtor nacional exportar. Por esse motivo, o preço do açúcar sobe no mercado interno, tudo somado à retomada da demanda e à redução dos estoques após o final da colheita. Situação semelhante ocorre com o etanol, que ganha espaço para se manter sustentado. Atualmente, o hidratado não compensa em comparação com a gasolina, o que deve permanecer assim. Em relação ao anidro a situação é parecida, com ofertas restritas e preço elevado.

Para finalizar, Rafaela comentou sobre a possibilidade de importação brasileira a fim de evitar um desabastecimento. Para ela, é algo que tem sido bastante discutido, principalmente diante da possibilidade do Governo zerar a tarifa de importação, que hoje é de 18% para todo etanol fora do Mercosul. As contas da StoneX apontam que ainda não compensa para o Brasil importar o combustível, pois está mais caro fora do país.

Nos Estados Unidos, mesmo que a tarifa realmente seja zerada, o preço continua mais elevado, pois, ainda que esteja com a produção firme, a demanda está muito alta no território americano. No país norte-americano, a safra de milho começou em setembro e desde então estão sendo vistos estoques muito baixos, o que sustenta os preços. Segundo a analista, os volumes de importação vão se manter brandos, o que só deve mudar caso realmente ocorra a isenção da tarifa. Os cálculos indicam não há risco de desabastecimento no Brasil, porém, caso não entre mais combustível, os preços podem ficar ainda mais altos.

 

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Por:
Jhonatas Simião e Igor Batista
Fonte:
Notícias Agrícolas

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