Mercado dificulta inclusive a escrita de relatórios semanais, por Rodrigo Costa

Publicado em 27/11/2017 09:01

A curta semana nos Estados Unidos, em função do feriado do Thanksgiving na quinta-feira, e uma sessão dos mercados financeiros reduzida na sexta-feira, não impediram que os índices de ações mantivessem a subida para fazerem novas máximas inclusive no mercado americano.

A ata da última reunião do FED animou os investidores pelo tom duvidoso do comitê quanto a manutenção do atual nível de inflação e o rumo que possa eventualmente tomar caso os juros aumentem em dezembro.

O efeito mais forte foi sentido pelo índice do dólar que escorregou para os níveis de fim de setembro, devolvendo força às commodities, cujo índice CRB deixou um gap encerrando a semana forte.

O café em Nova Iorque fechou basicamente inalterado comparando-se ao dia 17 de novembro, mas testou os US$ 124.85 centavos por libra na segunda-feira e os US$ 130.65 centavos na sexta-feira.

Já o robusta, em Londres, afundou mais um pouco e para não atrair mais vendas de fundo precisa se manter acima de US$ 1,710 por tonelada nesta última semana de novembro.

Novos relatórios sobre números de produção foram divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o USDA (sigla em inglês), incrementando em 100 mil sacas a safra 17/18 da Colômbia, para 14,7 milhões de sacas e mantendo inalterada a da Indonésia, em 10.9 milhões de sacas. Para a Índia o órgão federal estimou a safra em 5.6 milhões de sacas, ante as 5.45 milhões apuradas em junho.

A entidade americana mencionou o plano da Federação Colombiana de Café em aumentar o replantio no país para atingir uma produção de 18 milhões de sacas em alguns anos.

No Brasil o clima favorável tem causado uma quietude entre alguns agentes que antes das chuvas estavam mais assustados com o potencial de recuperação da lavoura. Ironicamente no mercado internacional fala-se que quando não se ouve os produtores falando dos cafezais é porque está tudo bem, dado que quando está ruim o coro é forte.

A demanda pelos cafés-naturais, entretanto demonstra uma necessidade de cobertura para a primeira metade de 2018, se alinhando com as expectativas e a ansiedade que se tinham entre comerciantes. A disponibilidade menor de cafés bons no spot Europeu comparado com o mercado americano, traz uma procura mais tímida do último, enquanto o Euro firme ajuda os torradores do velho continente.

Diferencias baratos é que não se acha, e só um terminal mais firme pode proporcionar algum alento ao basis, já que as moedas do Brasil e Colômbia voltaram a se valorizar novamente.

A posição vendida dos fundos do arábica negociado na ICE está relativamente em níveis recordes após a queda acentuada do número de contratos em aberto. O relatório do CFTC que será divulgado nesta segunda-feira, em razão do enforcamento do feriado civilizadamente dado aos servidores públicos, deve mostra os fundos com uma posição bruto-vendida em torno de 84 mil contratos e a líquida próxima de 49 mil lotes, confortável enquanto o mercado fica abaixo de US$ 133.75 centavos, mas potencialmente suficiente para elevar a volatilidade e os preços a eventualmente US$ 140.00 centavos, em uma cobertura mais acentuada.

Para tanto é preciso algum motivo positivo para Nova Iorque subir, que fundamentalmente só pode se esperar se for um fortalecimento do Real ou de novas compras em commodities. O contrato “C” também pode ser ajudado via uma antecipação dos 10 mil contratos que os fundos de índice terão que comprar no rebalanceamento de suas carteiras no começo de 2018.

Fora isso é difícil imaginar algo mais interessante para escrever nestes dias.

Uma ótima semana e bons negócios a todos,

Rodrigo Costa*

*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

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Fonte:
Archer Consulting

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