Café: Cenário de incertezas leva volatilidade às cotações e dificulta previsão dos analistas

Publicado em 16/10/2015 17:50
A longa crise política e econômica brasileira; a instabilidade climática no Brasil e no mundo em decorrência do atual El Niño, que segundo os institutos de meteorologia deverá se estender até 2016; a percepção de que o governo americano não aumentará os juros até a primeira metade do ano de 2016; a forte inflação nos custos de produção de café no Brasil; o sólido aumento no consumo mundial de café, tudo contribui com o cenário de incertezas que leva as cotações do café na ICE Futures US em Nova Iorque a trabalharem semana após semana com forte volatilidade. São tantas as variáveis que fica impossível enxergar o rumo do mercado nos próximos meses. Na semana passada, os contratos com vencimento em dezembro próximo na ICE acumularam alta de 730 pontos. Esta semana perderam 575 pontos. É um campo fértil para os especuladores. 

No mercado físico Brasileiro, como estamos em plena safra, os negócios vão sendo fechados à medida que os cafeicultores precisam de dinheiro para seus compromissos de curto prazo. Com o mercado de conillon firme e mantendo bons níveis de preço, os arábicas de menor qualidade e os de safra anteriores estão com mais procura e seus preços reagiram um pouco. Cafeicultores mais capitalizados vendem com muita calma aguardando uma melhor definição do cenário.

Os operadores internacionais estão focados nas previsões climáticas para a região sudeste do Brasil. A Somar Meteorologia prevê céu claro e elevadas temperaturas nas regiões de cana e café para os próximos dez dias. Em matéria publicada esta semana, o “The Wall Street Journal” informou que os serviços meteorológicos dos Estados Unidos e da Austrália alertaram, nas últimas semanas, que o efeito do El Niño pode ser o mais severo em quase 20 anos e que no fim da semana passada, a Agência Meteorológica do Japão afirmou que as temperaturas da superfície do oceano Pacífico estão "notavelmente acima do normal", alertando que elas podem até mesmo atingir o seu maior nível desde 1950. Segundo esta matéria, o efeito total do fenômeno climático nos preços das commodities deve levar ainda vários meses para ser conhecido. O El Niño só deve atingir seu auge depois do fim do ano e persistir em 2016.

A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 6.117.108 em 30 de Setembro de 2015. Uma baixa de 6.055 sacas em relação as 6.123.163 sacas existentes em 31 de agosto de 2015.

Até o dia 15 os embarques de outubro estavam em 908.586 sacas de café arábica, 90.097 sacas de café conillon, mais 74.460 sacas de café solúvel, totalizando 1.073.143 sacas embarcadas, contra 1.144.483 sacas no mesmo dia de setembro. Até o dia 15, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 1.653.354 sacas, contra 1.473.787 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 9, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 16, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo, 575 pontos ou US$ 7,61 (R$ 29,22) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 9 a R$ 652,98 por saca, e dia 16, a R$ 639,26 por saca.

Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em outubro a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 785 pontos.

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Fonte:
Escritório Carvalhaes

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