Café: Bolsas de futuros não refletem a realidade de consumo em alta e países produtores enfrentando problemas

Publicado em 19/08/2016 17:17
A Cooxupé - Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé prevê queda de seis milhões de sacas na produção de café de Minas Gerais em 2017. A avaliação de dirigentes da maior cooperativa de café do mundo é que a bianualidade da cultura, com safras grandes e menores alternadas, será mais expressiva no próximo ano, principalmente por causa dos efeitos climáticos nas lavouras. Entre os impactos estão o volume grande de chuva até o início de junho, as geadas que atingiram as regiões do Cerrado Mineiro e do Sul de Minas, e ainda a estiagem que já dura mais de dois meses. 

"As geadas atingiram 5% das lavouras de café do Cerrado e 3% do Sul de Minas que serão improdutivas na próxima safra", disse o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino da Costa (informações da agência Estado veiculadas ontem no final da tarde). 

O Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo está sem estoque de passagem depois de dois anos de seca severa sobre os cafezais do sudeste brasileiro, Minas Gerais responde hoje por mais de 55% da produção brasileira de café e aproximadamente 70% de nossa produção de arábica. A previsão de quebra na produção mineira foi feita pela Cooxupé, sediada em Minas Gerais, maior cooperativa de café do mundo e maior exportadora de café do Brasil. As cotações do café na ICE Futures US em Nova Iorque subiram 15 pontos hoje, deixando claro que o mercado físico pouco influencia nas cotações do mercado futuro, dominado por interesses de curto prazo. 

O consumo brasileiro e o mundial estão em alta e os maiores países produtores de café enfrentam problemas climáticos ano após ano. Em plena entrada de safra, o governo brasileiro está precisando leiloar café para abastecer o consumo interno. As bolsas de futuro não refletem esses problemas ao contrário do que acontecia no passado. Suas cotações estão descoladas da realidade do mercado físico. Nestas férias de verão no hemisfério norte, os poucos novos negócios no mercado físico mundial com café arábica de boa qualidade só são fechados com preços acima dos da ICE, que teoricamente cota cafés despolpados colombianos preparados e entregues em um porto americano. 

Os cafés que estamos embarcando agora foram vendidos para os compradores no exterior quando o dólar valia ao redor de quatro reais e o mercado trabalhava com a expectativa de uma grande safra brasileira, com muito café de boa qualidade. A realidade hoje é bem diferente e as cotações na ICE não reflete essa mudança de cenário. 

Esta semana, o mercado físico brasileiro permaneceu calmo, com pouco interesse vendedor nas bases oferecidas pelos compradores. 

A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 6.308.577 em 31 de julho de 2016. Uma alta de 97.965 sacas em relação às 6.210.612 sacas existentes em 30 de junho de 2016. 

Até dia 19, os embarques de agosto estavam em 934.087 sacas de café arábica, 22.819 sacas de café conilon, mais 83.671 sacas de café solúvel, totalizando 1.040.577 sacas embarcadas, contra 1.040.331 sacas no mesmo dia de julho. Até o mesmo dia 19, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em agosto totalizavam 1.887.024 sacas, contra 1.419.118 sacas no mesmo dia do mês anterior. 

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 12, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 19, subiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 125 pontos ou US$ 1,65 (R$ 5,30) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 12 a R$ 592,05 por saca, e hoje dia 19, a R$ 601,45 por saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em dezembro a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 15 pontos. 

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Fonte:
Escritório Carvalhes

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