Relação Custo/Benefício do seguro faturamento para o produtor rural
O novo seguro é mais um produto do Banco do Brasil que segundo seus dirigentes esperam ter “AUTORIDADE”, para convencer a EQUIPE ECONOMICA do Governo e levar o Projeto PILOTO da cultura da soja para as demais culturas cultivadas a nível nacional.
Porque em rápida analise dos custos benefícios, se não houver CATÁSTROFE CLIMÁTICA generalizada em todo o País,o “PROJETO PILOTODO SEGURO FATURAMENTO” com certeza viabilizara às seguradoras aliadas ao Banco do Brasil a assegurar condições viáveis para estender o “SEGURO FATURAMENTO a outras culturas”.
Bem, ....mas afinal vamos ao assunto dos CUSTOS/BENEFICIOS do SEGURO FATURAMENTO aos PRODUTORES RURAIS que é o assunto em pauta e realmente nos interessa, uma vez que faço parte doAGRO, ...sou AGRO FAMÍLIAR entre tantos e tantos mini, pequenos, médios e grandes produtores que habitam este País e sonham com melhores politicas governamentais.
Para uma simples analise cito exemplo tomando por base a região de ITAMBÉ – ESTADO DO PARANÁ, que segundo informação a produtividade média a ser considerada pelo Banco para contratação do seguro faturamento deve ficar em torno de 50 sacas por hectare ou 121 por ALQUEIRE, média de produção abaixo do que muitos de nós produzimos, mas enfim vamos a analise.
PARTINDO DAS 50 SACAS POR HECTARE A UM PREÇO DE R$ 45,00 por saca de SOJA, teremos uma RENDA ESTIMADA EM R$ 2.250,00 por hectare.
R$ 2.250,00 vezes 4% da apólice, teremos um custo de R$ 90,00 por HECTARE. – valor de 2 sacas de soja por hectare, que na verdade para o produtor, somado o custo de produção destas mesmas 2 sacas ele deve/precisa vender cerca de 4,5 sacas de soja produzida para custear a apólice de um hectare. Estas mesmas 4.5 sacas produzidas equivalem a mais de 10 % da produção garantida que é de 70% da contratada, equivalente a apenas35 sacas por hectare.
O SEGURO FATURAMENTO deve garantir em média 70% do valor assegurado, ou seja: em caso de PERDA TOTAL DE PRODUÇÃO POR FATOR CLIMA o produtor recebera uma indenização equivalente a 35 sacas por hectare, o que na verdade ELEVA o custo real do SEGURO FATURAMENTO em cerca de trinta por cento do benéfico final, uma vez que ele paga a apólice sobre o faturamento de 50 sacas/ hectare.
O produtor Paga sobre o valor da renda prevista....R$ 2.250,00 de faturamento estimado e recebe R$ 1.575,00 de indenização, se diminuirmos o custo da apólice de R$ 90,00 por hectare, o Produtor rural NA VERDADE, terá assegurado uma RENDA BRUTA no VALOR de R$ 1.485,00 por hectare.
Para esta Produção de 50 sacas por hectare estimado para a região NOROESTE DO PARANÁ teremos um CUSTO DE PRODUÇÃO – custeio dos INSUMOS E OPERAÇIONALIZAÇÃO de cerca de R$ 1100,00 por hectare (financiado ou não), que subtraído da RENDA BRUTA “indenizada” o Produtor vai ser beneficiado no FINAL DO PROCESSO com um “FATURAMENTO DE R$ 385,00 por Hectare”....até ai tudo bem por que estávamos tratando de um EXEMPLO de uma CATASTROFE que tenha provocado PERDA TOTAL DA PRODUÇÃO ou seja do faturamento previsto inicialmente.
Agora se compararmos com PERDAS PARCIAIS tanto de PRODUÇÃO como DE RENDA PELA QUEDA DE PREÇO a relação dos CUSTOS/BENEFICIOS para o Produtor rural são ainda PIORES....Porque???
Porque para o Produtor tero direito a RECORER ao “BENEFICIO”, ele deve ter perdas de Produção superiores a 20 %, e em caso de queda de Preço de Comercialização provocando pela simples PERDA DA RENDA, o Preço em relação ao assegurado deve cair acima de 25 % para que o produtor tenha direito a recorre ao beneficio da cobertura contratada na apólice.
Enfim, neste exemplo assegurado os 50 sacos por hectare a um preço de R$ 45,00 por saca de soja, o produtor que sofrer perda de até 10 sacas por hectare não terá indenização alguma, e se tiver queda de preço no valor de R$ 11,25 por saca também NÃO TERÁ NEM DIREITO A RECORER ao seguro renda....
Desta forma o produtor somente poderá recorrer a indenização a partir do momento que os índices de perdas forem superiores aos valores de 20% da produção prevista inicialmente e de 25% de predas de preço do produto.
Desta forma amigos produtores, mais uma vez a IDEIA É BOA,MAS OS CUSTOS SÃO EXCESSIVAMENTE ALTOS EM RELAÇÃO AOS BENEFICIOS ASSEGURADOS/GARANTIDOS e ao final INDENIZADOS.
O bem da verdade é que para garantirmos preço, nós produtores já temos a BM&F basta operarmos no MERCADO FUTURO.
Quanto a questão do seguro da produção e faturamento a estes custos de apólice excessivamente altos, o que devemos fazer é cada um de nós, criarmos nosso próprio FUNDO de SEGURO, capitalizando em poupança o valor equivalente aos valores relativos aos custos de uma apólice a cada cultura que implantamos, ou seja depositando cerca de 4,5 sacas de soja por hectare plantado em reserva de capital, somente assim teremos a garantia real da nossa própria sobrevivência em caso de CATÁSTROFE. Catástrofe, NÃO ACONTECEM TODO ANO, e as perdas parciais podem ser superadas sem termos que mendigarmos a SEGURADORAS E AGÊNTES,que ao colocarem uma operação a nossa disposição visam antes garantir os custos de operacionalização de seus produtos, com seus lucros já embutidos, e nós ficamos sempre a mercê, por não termos um Governo que nos ofereça GARANTIAS REAIS de podermos continuar produzindo as riquezas do AGRONEGÓCIO BRASILEIRO.
Por Valdir Edemar Fries, Produtor Rural em Itambé Paraná.
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