Fala Produtor - Mensagem

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC 18/02/2019 07:48

    Leio sempre comentários de produtores de café sobre a dificil situação em quem se encontram..., a Conab inicia seu último relatório assim: "A safra 2019 prevê, em quase todas as regiões produtoras de café do país, a influência (sobretudo no café arábica) da bienalidade negativa, estimando assim uma produção menor do que aquela obtida em 2018, devendo alcançar entre 50,48 milhões e 54,48 milhões de sacas beneficiadas. A área destinada à essa produção também deve apresentar redução em relação à temporada passada, podendo reduzir 1,2% e atingir 1.842,2 mil hectares. Arábica: produção estimada entre 36,12 milhões e 38,16 milhões de sacas, representando redução em comparação ao volume produzido na safra passada entre 23,9% e 19,6%, respectivamente... Conilon: produção estimada entre 14,36 milhões e 16,33 milhões de sacas, representando aumento em comparação ao volume produzido na safra passada entre 1,3% e 15,2%, respectivamente"... Sobre os custos de produção o Cepea é melhor, assim como também no leite, atividade que, segundo a entidade, teve um aumento médio (média de todos os estados produtores) no custo de produção de mais de 8% em 2018... Não coloco aqui na caixa de comentários porque ela não aceita tabelas, mas digo que é impossivel deixar de ser manipulado sem entender de fato o que acontece no país... Entender as diferenças regionais e as diferentes realidades é fundamental para modificar tudo o que está errado. É preciso antes de mais nada, conhecimento.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Rodrigo, tive a felicidade de trabalhar com café, aqui no Norte do Paraná, no município de Santo Antonio da Platina. A área era de 100 ha, instalado após a geada de 1975. Parte era com a variedade Mundo Novo e parte de Catuais, amarelo e vermelho. Nesses 100 ha mantive a produção de 3.500 e 3.600 sacos de café beneficiado. Ou seja, enquanto na época a média brasileira era de 8 sc/ha. eu conseguia essa média. ... Com um detalhe, os tempos eram épocas de Sarney e Collor. Imagine tabular custo. Tudo era dolarizado e, a partir daí, colocávamos nossas cabeças para pensar. Lembro-me que o custo, em sacas de café beneficiado/ha, era de 16 scs. Incluído ai o beneficio, sacaria e o transporte até a Cooperativa, pois tínhamos máquina de beneficiar na fazenda e, um "RK", que recupera a palha melosa no beneficio, vendido posteriormente às industrias de café solúvel. Nos anos em que o volume de café boia era grande, aqueles que estavam com a polpa melosa a venda da palha melosa cobria as despesas do beneficiamento. ... ... Mas, vamos ao busílis, os produtores quando o preço do café está ruim, muitos recepam o cafezal, serram o caule aos 10 cm do solo, para que rebrote e, forme uma nova "árvore" ... e esse tempo para começar a produzir novamente é de 3 anos. Nunca a recepa é na área total, sempre é nas áreas onde as plantas apresentam "saia alta" e, outros defeitos no painel de produção, que são os ramos laterais. ... ... ... O café como outras lavouras que exigiam uma alta demanda por mão-de-obra, está passando e, tem que passar, por essa mudança de mecanizar as operações, inclusive a de colheita. ... ... Ou seja, áreas onde a mecanização não for possível, os produtores vão ter que produzir cafés especiais, cujo valor de mercado é bem superior à commodity café.

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