João Batista, gostaria de expressar minha indignação... "Reflexões pertinentes -- O século XXI nos trouxe a esperança de tempos de fartura. Abundância de tecnologias, de novos processos produtivos, de competitividade e globalização. A tão propalada aldeia global não contempla a todos com igualdade de direitos. Alguns poucos controlam mega-empreendimentos e grandes multinacionais, direcionando a economia mundial para um modelo centralizador.
Embora reconheçamos que o desenvolvimento mundial leva em consideração os fatores supracitados, vale lembrar que o respeito às diversidades de lugares deve ser uma prática constante. As identidades imprimem potencialidades que diferenciam os lugares e os qualifica para participar do desenvolvimento regional. Dessa forma, teremos um desenvolvimento que prioriza a viabilidade econômica, o respeito ao meio ambiente local e, principalmente o homem como sujeito produtivo e essencial nesse contexto.
Na agricultura temos visto um desmonte de estruturas produtivas baseadas nas potencialidades locais, onde produtores estão sofrendo sistematicamente com intempéries climáticas e falta de políticas públicas que abranjam desde preços e garantia de comercialização, à sustentabilidade da produção agrícola.
Fico estupefata ao ver governos ao longo dos tempos, propalando ao mundo que há preocupação com a produção agrícola nacional, que há superávit primário, que o agronegócio mantém a balança comercial favorável etc. Difícil é entender que equação é essa, se vemos todos os dias as dificuldades porque passam nossos produtores de alimentos , ou melhor dizendo, de VIDA.
O trigo que se transforma em alimento sagrado “PÃO” desde os primórdios das civilizações, já não possui incentivo para produção há muitos anos.
Agora assisto boquiaberta o desmonte da produção de arroz de nosso Estado, alimento essencial à segurança alimentar de qualquer Nação. O Rio Grande do Sul, e em especial a região central e sul, respondem por mais da metade da produção brasileira de arroz, que se solidificou a partir dos finais do século XIX e hoje em pleno século XXI sofre vergonhosamente sua desestruturação, por falta de políticas públicas e um olhar nacionalista de nossos dirigentes, tão mais preocupados com visibilidade internacional e lucros à curto prazo.
Como cidadã, sinto-me usurpada no direito de consumir produtos nacionais (já importamos arroz, trigo, feijão etc.) de países vizinhos. Como produtora rural, vejo nosso sustento se esvaindo de nossas mãos, com preços aviltantes que desqualificam nosso trabalho e destroem nossa dignidade.
Por fim, cabe lembrar que se na época da decadência do Império Romano do Ocidente (século V d. C.) os governantes ofereciam “PÂO e circo” às massas revoltadas para acalmá-las, temo que na queda do Império atual não haverá “pão e circo”, mas apenas CIRCO.
Obrigada pelo teu apoio àqueles que não cansam de insistir em produzir vida.
João Batista, gostaria de expressar minha indignação... "Reflexões pertinentes -- O século XXI nos trouxe a esperança de tempos de fartura. Abundância de tecnologias, de novos processos produtivos, de competitividade e globalização. A tão propalada aldeia global não contempla a todos com igualdade de direitos. Alguns poucos controlam mega-empreendimentos e grandes multinacionais, direcionando a economia mundial para um modelo centralizador.
Embora reconheçamos que o desenvolvimento mundial leva em consideração os fatores supracitados, vale lembrar que o respeito às diversidades de lugares deve ser uma prática constante. As identidades imprimem potencialidades que diferenciam os lugares e os qualifica para participar do desenvolvimento regional. Dessa forma, teremos um desenvolvimento que prioriza a viabilidade econômica, o respeito ao meio ambiente local e, principalmente o homem como sujeito produtivo e essencial nesse contexto.
Na agricultura temos visto um desmonte de estruturas produtivas baseadas nas potencialidades locais, onde produtores estão sofrendo sistematicamente com intempéries climáticas e falta de políticas públicas que abranjam desde preços e garantia de comercialização, à sustentabilidade da produção agrícola.
Fico estupefata ao ver governos ao longo dos tempos, propalando ao mundo que há preocupação com a produção agrícola nacional, que há superávit primário, que o agronegócio mantém a balança comercial favorável etc. Difícil é entender que equação é essa, se vemos todos os dias as dificuldades porque passam nossos produtores de alimentos , ou melhor dizendo, de VIDA.
O trigo que se transforma em alimento sagrado “PÃO” desde os primórdios das civilizações, já não possui incentivo para produção há muitos anos.
Agora assisto boquiaberta o desmonte da produção de arroz de nosso Estado, alimento essencial à segurança alimentar de qualquer Nação. O Rio Grande do Sul, e em especial a região central e sul, respondem por mais da metade da produção brasileira de arroz, que se solidificou a partir dos finais do século XIX e hoje em pleno século XXI sofre vergonhosamente sua desestruturação, por falta de políticas públicas e um olhar nacionalista de nossos dirigentes, tão mais preocupados com visibilidade internacional e lucros à curto prazo.
Como cidadã, sinto-me usurpada no direito de consumir produtos nacionais (já importamos arroz, trigo, feijão etc.) de países vizinhos. Como produtora rural, vejo nosso sustento se esvaindo de nossas mãos, com preços aviltantes que desqualificam nosso trabalho e destroem nossa dignidade.
Por fim, cabe lembrar que se na época da decadência do Império Romano do Ocidente (século V d. C.) os governantes ofereciam “PÂO e circo” às massas revoltadas para acalmá-las, temo que na queda do Império atual não haverá “pão e circo”, mas apenas CIRCO.
Obrigada pelo teu apoio àqueles que não cansam de insistir em produzir vida.
Sílvia Fogliatto Giuliani