Fala Produtor - Mensagem

  • Telmo Heinen Formosa - GO 06/02/2008 23:00

    Prezado Senador Aloisio Mercadante,

    Em primeiro lugar, faço críticas aos números que o sr. apresenta, comparando-os com campos de futebol. É alguma nova medida agrária do país?

    Além disto, um campo de futebol BOM tem cerca de 1,0 hectare. Portanto a sua conta está errada além de tudo.

    Por quê as pessoas do norte do país não tem direito à desmatar o que a Lei permite ?

    E, por outro lado, por que o senhor não luta para a manutenção e a recomposição das APP (Áreas de Preservação Permanente) aí em seu Estado, São Paulo? (Nem citei os 20% de área de Reserva Legal ainda...)

    Por quê meter o bedelho em Estados que não o seu ?

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    Senador Mercadante, Por que o Senhor não faz isto em São Paulo ?

    (segue artigo divulgado na Gazeta Mercantil):

    Foram 3,235 mil quilômetros quadrados de absurdo. Chega!

    Tudo que é sólido desmancha no ar, dizia Marx. Mas na Amazônia há exagero. Entre agosto e dezembro de 2007, no mínimo 3.235 quilômetros quadrados de florestas foram lançados, literalmente, no ar. É muito, mesmo para a gigantesca Amazônia. São 540.000 campos de futebol. A taxa de desmatamento do período foi, de acordo com os dados ainda sujeitos à confirmação do sistema de detecção do INPE, que afere entre 40% e 60% do desmatamento real, de cerca de 110.000 campos de futebol por mês, quase 3.700 campos por dia. Não há justificativa para esse descontrole. Embora a estiagem em algumas regiões possa ter contribuído para o descalabro, é difícil acreditar que tal destruição tenha ocorrido sem a participação dos grandes agropecuaristas, responsáveis por 70% do desmatamento amazônico.

    Independentemente das nebulosas responsabilidades, as conseqüências negativas são certas. Além de contribuírem para o efeito-estufa, as queimadas na Amazônia reduzem a biodiversidade, maior riqueza da região e afetam a ciclagem da água. Estima-se que ao redor de 50% do volume das precipitações na Amazônia sejam reciclados pela floresta, gerando umidade que é distribuída pelo território brasileiro. Essa função é de vital importância para o centro-sul do País, onde estão localizadas as grandes hidrelétricas e a AGRICULTURA de alto desempenho. Cálculos preliminares estimam que aproximadamente 70% das precipitações de verão do estado de São Paulo provenham de umidade gerada na Amazônia. Portanto, apagões nas responsabilidades para com o ecossistema amazônico podem redundar em apagões energéticos e agrícolas.

    Além destas conseqüências ambientais óbvias, há também os efeitos negativos à imagem externa do Brasil justamente no momento em que o País coloca-se na vanguarda dos combustíveis renováveis, com o ETANOL e o biodiesel. O Brasil tem matriz energética relativamente limpa, baseada em hidrelétricas, e desenvolve esforços bem-sucedidos no campo estratégico das energias renováveis, que despertam interesse no mundo. Deste modo, o País reúne condições para se tornar liderança mundial no campo ambiental. Consciente do potencial, apresentei projeto que cria fundo mundial de combate ao efeito-estufa. Baseado na cobrança de até 1% das receitas de importação, especialmente de produtos ambientalmente "sujos", tal fundo poderia arrecadar US$ 100 bilhões/ano, que financiariam o combate ao aquecimento global.

    (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6)(Aloizio Mercadante - Economista e senador da República pelo PT-SP.)

    (Meus protestos ao Jornal Gazeta Mercantil: não tem Ouvidoria, não tem Fale Conosco e o telefone ninguém atende. Minha Classificação da Gazeta Mercantil: Mídia abobalhante de brasileiros. Ass. Telmo Heinen).

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