Fala Produtor - Mensagem

  • Waldir Sversutti Maringá - PR 29/02/2008 00:00

    Acabando o atual efeito pororóca, virá o efeito caranguejo. Após 2.010, mantida éssa politica cambial, voltará o efeito choradeira ! Lembrem-se de José e o Faraó ! Previnam-se, desde já.

    Apesar do primeiro déficit comercial desde maio de 2.003 anunciado esta semana, finalmente indicando que o superávite comercial começa a cair, ainda assim, a cotação do dólar se mantém em quéda. Estou atônito. A farra com os juros altos foi tanta que, o acúmulo de reservas ... ( seriam reservas ??? ) em níveis tão altos, fará que uma possivel recuperação das cotações da moéda americana em nosso cambio flutuante, demore muito tempo, mais tempo do que eu previa, infelizmente.

    Se demorar mais que 14 meses para se recuperar, que é o tempo de sustentação das atuais cotações das commodities na Bolsa de Chicago, aí sim, os produtores perderão novamente oportunidade histórica de se capitalizarem, pois terá inicio mais um período de três anos de baixas nas commodities, mais um período de intensas choradeiras e nova onda de inadimplências a partir de 2.010.

    E as dívidas vão ficando, ficando .. para as tão ansiadas prorrogações.

    Se forem novamente aprovadas, será preciso alternar o valor das prestações a serem pagas, dimensionando pagamentos maiores para aqueles anos de repetição do El Ninõ e por isso, época de altas (safra de 2008 e 2009), (2013 e 2014) e, prestações bem mais baixas nos anos de intervalos, que são 3, pois nesses anos haverá a necessidade de rotações de culturas, o que certamente provocará uma renda insuficiente, ainda mais se mantido esse dólar manipulado nesses níveis ridículos.

    É só imaginar a soja voltando aos US$ 10 a 12,oo dólares nas regiões produtores a partir da colheita de 2.010 e ver se o produtor de soja se mantém em pé com a soja a R$ 18,oo ou 20,00 a saca. Se o barril de petróleo se mantiver nesses níveis de US$ 100,00 dólares, talvez o bio-diesel sustente o preço da soja em niveis um pouco acima dessa previsão.

    De nada valerá previnir os produtores para éssas épocas ou ciclos de altas se não lhes forem garantidos financiamentos dos plantios, com vencimentos adequados nos contratos para setembro, pois se continuarem com os vencimentos atuais forçando as vendas das colheitas no segundo trimestre do ano, os produtores continuarão vendendo a baixos preços, ficando novamente sem renda.

    Se isso não for feito, os prejuizos se repetirão novamente nas safras de 2013/14 e 2018/19, porque além de não acreditarem nos diversos comentários meus neste site a partir de janeiro de 2007, também não acredito que se lembrarão disso naqueles anos.

    E ainda, terão que serem expurgados das dívidas securitizadas e alongadas através do Plano Pesa, todos os índices ilegais aplicados nas suas correções na segunda quinzena de março e todo o mês de abril de 1.990. Até mesmo o excesso da poupança louca dos tempos iniciais de FHC quando, para fazer política monetária asfixiante, adotou uma TR descasada da inflação real, e onerou, não só a casa própria fazendo a infelicidade dos mutuáriaos, como também as dívidas rurais.

    Quem aderiu ao Plano Pesa foi obrigado a aceitar a correção pela poupança, a partir de 1.994, mas a Lei 8.880 do Plano Real previa a correção dos débitos rurais pré existentes, pela mesma variação que corrigisse os preços mínimos, dispositivo vetado pelo então presidente Itamar num verdadeiro ato de passa-moleque com a bancada ruralista. O , Congresso Nacional deu o trôco, derrubando o veto e fazendo aquela Lei valer desde a data de sua promulgação.

    Aí portanto, tem mais uma montanha de dinheiro ilegal jogado nas dívidas dos produtores. Produtores bonzinhos que aceitam serem roubados nas contas, no dólar, nos contratos antecipados através da ausência de financiamento bancário e da desinformação das épocas de oscilações de preços ocorridas sistemáticamente, de 5 em 5 anos, nos últimos 35 anos.

    Waldir Sversutti

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