Fala Produtor - Mensagem

  • manoel carlos ferreira Salto - SP 15/06/2013 00:00

    Caro Osvaldo, Parabéns pela crônica. Ao ler seu texto lembrei-me de muitos fatos semelhantes, ocorridos nos meus tempos de criança, em Santo Antônio da Platina - Pr. Essa era a regra, cão ladrão, matador de galinhas, morte certa, salvo, se algum compadre bondoso surgisse e levasse o cão para "os cafundó do Judas" com garantia que ele não mais retornasse à casa - senão: morte!

    Como Engenheiro Agrônomo UFPR 1973 CURITIBA (temos algo em comum além de cão Tarzan), hoje pecuarista, vivi há oito anos situação muito parecida como a de seu cão Lobo, neste caso o meu chama-se Tarzan, um cruzamento tricross de Rotiwailler com Pastor Belga e Doberman - veja só que cruzamento cruel. Tarzan, pelagem negra, porte enorme, pintas amarelas acima da sombrancelha, aos dois anos desandou a matar galinhas nos arredores da sede da fazenda, não havendo tela nem cerca que o segurasse. Assessorando-me com um tio, caçador das antigas, ex dono de matilhas de cães caçadores - a sentença: mate-o ou mande-o prá muito longe, sentenciando: " Este está perdido". Voltei pra casa decidido, tentaria em curtíssimo prazo doá-lo para bem longe, ou lhe daria um tiro. Na noite dessa decisão, deitado ouvia seu latido forte, corajoso e decidido, avisando que ali havia uma fera e que ninguém se aproximasse. Fiquei a imaginar: tirante o defeito de matar galinhas, tinha tudo que eu desejava: Cão dócil, obediente, corajoso, vivia solto no quintal enorme da sede da fazenda, convivência fácil com visitantes, bravo com estranhos do portão pra fora. Perdi na mesma hora a coragem de doá-lo e ainda mais, matá-lo.

    Na manhã seguinte, dois funcionários trabalhavam próximo à sede, quando vi-os arrumando uma cerca elétrica do pasto de bezerros: Bingo! Cerca elétrica é o nome da solução, pois até tatu alguns amigos afastam de suas hortas com o choque! Em duas horas de trabalho já tínhamos um fio de arame em toda a volta da sede, na altura aproximada da forma que um cão passa por debaixo de alambrados. Liguem o choque, soltem o Tarzan até então amarrado, sentenciei. Foram dois ou três minutos e o primeiro e único grito. Em segundos o Tarzan volta da cerca, onde estava acostumado a escavar e então, por debaixo de minhas pernas pedia socorro, sem entender o que se passara. Foi a melhor coisa que poderia ter feito, a cerca elétrica com dois fios, aparelho desses apropriados, com choques rápidos e entrecortados, sem contra indicação, inclusive para meus dois netos, Enrico e Pedro, que podem desfrutar do Tarzan livremente. Saio com o cão sempre e tangencio galinheiros nossos ou de vizinhos, ele demonstra muita vontade de atacar, mas desiste ao menor sinal do dono. Resolvi o problema, o Tarzan fica em um hectare da sede solto, cuidando da casa, nunca mais tive que pagar por galinhas aos vizinhos, nem passar vergonha pelo cão. Só uma coisa, gato na sede é gato morto. Em oito anos, todo gato que invade o espaço do Tarzan é liquidado e enterrado. Estamos tentando melhorar esse aspecto, mas ainda sem progresso - já contamos treze gatos, mas aí já é querer demais, não é? Que o digam Tom e Jerry.

    Cordialmente.

    Manoel Carlos Ferreira

    Fazenda Raízes

    Joaquim Távora - Paraná

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