Fala Produtor - Mensagem

  • Luis Fernando Marasca Fucks Giruá - RS 25/07/2013 00:00

    A Monsanto tem usado vários artifícios para "minar" a ação dos sindicatos do Rio Grande do Sul. Tais artifícios vão desde o apelo romântico à necessidade dos royalties (cobrados devidamente ou indevidamente) para a geração de novas tecnologias, passando pela malfadada "carta de princípios" (ou o maior tiro no pé que a CNA já deu ao jogar essa "bola nas costas" dos produtores), até chegar hoje, nesse vergonhoso e sobretudo, imoral acordo da FAMATO...

    Em primeiro lugar, vergonhoso porque são aqueles, representantes dos produtores, que estão servindo de trampolim para respaldar ou legitimar uma armação da Monsanto.

    É imoral porque induz o produtor ao erro de abdicar de seus direitos sobre os royalties cobrados indevidamente no passado, iludindo-o que terá vantagens com uma tecnologia que de nova, não tem nada.

    Até o presente momento, a Monsanto não provou qual é a verdadeira inovação da Intacta Pro RR2. O gen RR2 em nada difere do RR1 que confere tolerância ao glifosato, cuja patente já está vencida desde 2003.

    O aumento de produtividade alegado é devido ao melhoramento genético por seleção de fenótipos, o que já é realizado pelos melhoristas mundo à fora ha décadas, se constituindo na forma como as variedades mais produtivas surgem.

    A aparente novidade, no Brasil, se resumiria ao controle de lagartas pela transgenia, coisa que já é largamente conhecida e utilizada nos EUA e cuja patente, se não expirada, tem pouco tempo de vida.

    A segmentação da variedade em três qualidades adicionais (mais produção, RR2 e resistência a lagarta) se tornará um problema nas moegas, pois a Monsanto insiste na ilegalidade dessa cobrança e pensa taxas de 2% sobre o RR1=RR2, cuja patente é vencida; 2% sobre o melhoramento genético, o que também é ilegal pois paga-se royaltie sobre a semente certificada e nunca sobre a produção, cujas normas de multiplicação são regidas pela Lei de Cultivares, a qual em seu artigo 10 permite ao produtor "fazer" a sua semente; 2,5 a 3% sobre a resistência a lagarta.

    Um outro problema gravíssimo, é o confisco de soja na moega, ou seja, os testes para detecção dos gens, a exemplo do RR1, não discriminam percentuais na mistura. Qualquer vestígio de contaminação (palhas, poeiras e grãos) junto `a amostra a ser analisada acusarão transgenia, sendo toda a carga considerada como Intacta-pro. Isso sempre aconteceu com o gen RR1...

    Resta a pergunta: quem está disposto a se incomodar na próxima safra, sofrendo descontos de até 7%, sem ter usado a semente da Monsanto??!!.

    0