Fala Produtor - Mensagem

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC 09/01/2016 07:30

    O que aborrece, nas noticias sobre o governo, é perceber que estamos discutindo os mesmo problemas de 20 anos atrás, ouvindo o mesmo discurso esquerdista, com as mesmas mentiras, as mesmas falsidades, ... Ouvimos a ministra da agricultura discursar, para fazer mais um anúncio, garantido, de que não faltará dinheiro aos produtores, que estão sempre na iminência de resolver os problemas, que só pioram. Escrevo, e escrevo de novo, sobre o dólar e compreenssivelmente, todos os produtores só pensam na demanda, na oferta, se os preços irão subir ou não. E é de tão fácil resposta essa pergunta, pois se o real continuar se desvalorizando, é certo que os preços continuarão a subir, mas isso não reflete o real preço das mercadorias, é uma distorção causada pelo sistema financeiro. Achei que alguém poderia se interessar pelo problema do dólar no Brasil, pois em 3 anos a desvalorização do real foi de 100% em relação ao dólar. Não há um único estudo, feito pelos organismos públicos, Kátia Abreu não tem condições nem de pensar num assunto tão importante como esse... Bem, deixando essa inutilidade de lado. Vamos fazer o tal exercicio, peço um pouco de atenção e paciência, e para os que puderem e tiverem tempo, que o façam e tirem suas próprias conclusões. Antes quero dizer que pode-se usar uma base, como os custos de produção utilizados pelo Cepea por exemplo, e como base de comparação também, utilizando os custos do próprio Cepea de 3 anos atrás. Lembrando que cada produtor pode fazer a conta de acordo com sua realidade. Vocês verão que é bastante simples, quase tudo que funciona é simples. Basta pegar o valor do real e aplicar 100% de valorização, ou de outra forma, diminuir seu valor pela metade e então transformar o valor recebido hoje em reais, para dólares. Depois multiplica esse valor calculado em dólar pelo valor do dólar valorizado, metade do que é hoje. Teremos então o valor dos grãos, descontados da desvalorização. Em seguida, faz o mesmo processo com todos os insumos, maquinários, etc... Repito, quem não quiser fazer essa continha, use os dados do Cepea. Depois de feito o cálculo, quando forem comparar os custos e receitas, de dois anos atrás com hoje, descontem das receitas atuais, 20% de inflação, e saibam na realidade o que é melhor, uma moeda valorizada ou uma moeda desvalorizada.

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    • Telmo Heinen Formosa - GO

      Há uma Revolução Cultural em curso no país. Maioria não percebe, aliás a grande maioria nem sabe o que é uma revolução cultural. (É plantio subjetivo de conceitos em tua mente, visando torná-lo um idiota útil para ficar papagaiando palavras convenientes colocadas "por eles" em tua boca). Por exemplo repetir exaustivamente de que houve uma Ditadura Militar no Brasil.... sem nem ter havido NENHUM Ditador! Und so weiter..

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      E é ainda pior que isso Telmo, pois estórias são contadas as pencas em uma "guerra politica", a disputa pelo poder. Outro exemplo, quando alguém fala dos roubos do PT, logo aparecem os "culturalistas" a responder: "Há, mas na época do FHC... Mesmo que uma coisa nada tenha a ver com a outra, mesmo que as situações não sejam nem de longe parecidas, o que importa é fazer o adversário politico ainda pior do que qualquer abominação praticada por eles. No lado cultural então nem se fala, feminismo, gaysismo, ideologia de genero, racismo, multiculturalismo, enfim, tudo o que não presta a esquerda usa em sua guerra cultural, para "transformar" a sociedade segundo a vontade deles próprios, e a vontade deles é uma vontade de poder.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Telmo, vou passar um texto para você, arranje um tempo e leia, foi retirado do blog Contra Impugnantes e o autor é Sidney Silveira: Sublime comunhão de trapaceiros, vestíbulo do Anticristo

      Sidney Silveira

      A civilização pós-cristã contemporânea sepultou a idéia de virtude, seja no plano individual, seja no coletivo. Após as violentas assertivas de Nietzsche, Freud e Marx ? e, posteriormente, de seus epígonos filosóficos e ventríloquos universitários ao longo do século XX ?, o bom caráter acabou por tornar-se uma espécie de impossibilidade sociológica, cultural. Os parâmetros estabelecidos à luz da obra desses mestres da prestidigitação teorética, e também da de alguns dos seus antepassados, como Hobbes e Maquiavel, passaram a ser sobretudo três: o insaciável império da vontade, o governo tirânico e libidinoso do inconsciente e a luta entre grupos vetorizados pelo critério material. De maneira decisiva e em nível até então inimaginável, a arte perdeu o vínculo com o belo e a política com o bem, dois transcendentais do ser.

      Tornamo-nos sociedades de tarados impacientes, pessoas que exigem sem demora o cumprimento estrito de absolutamente todos os seus caprichos, pondo a culpa de qualquer infortúnio pessoal ou desejo insatisfeito nas injustiças sócio-políticas, nas desavenças de classe e no "preconceito", palavrinha mágica hoje capaz de auferir benesses estatais vultosíssimas em favor de quem a souber manipular ? sempre a título do pagamento de dívidas atávicas que podem remontar ao paraíso adâmico. A máxima sartreana erigiu-se em norma pétrea: o inferno são os outros, mas numa conformação em que a tolerância à adversidade é zero. Em síntese, não apenas desacreditamos da virtude, mas lhe pusemos gigantescos obstáculos políticos, impedindo que aflore no tecido social, com as cada vez mais honrosas e miraculosas exceções.

      Criamos uma cultura patógena, ou seja, fomentadora de enfermidades psíquicas em larga escala, como costuma afirmar o filósofo tomista Martín Echavarría, prolífico autor contemporâneo de importantes estudos na área da psicologia. Por sua vez, o espírito liberal engendrou no Ocidente um cenário no qual a norma é aprovar leis multiplicadoras dos confrontos entre grupos e indivíduos, na prática um fomento legislativo à inimizade, à divisão das sociedades em minorias cada vez mais numerosas que se odeiam com monolítica reciprocidade.

      Como não poderia deixar de ser à vista do acima exposto, o homem contemporâneo é tribal, precisa afirmar-se nalgum agressivo grupo identitário excludente de todos os demais, com o luxuoso apoio do Estado. A um só tempo, ele é espiritualmente emasculado, moralmente tíbio e fisicamente violento. Sobretudo o homem da geração neta do "é proibido proibir", expressão parida, formulada, concebida na nunca assaz incensada anarquia do Maio de 68. A propósito deste evento de falsas intenções libertárias, dizia Raymond Aron que o seu propósito era, acima de tudo, criar uma máquina de guerra para destruir as universidades como centros de ensino e atacar a ordem social inteira. Um radicalismo itinerante que hoje reencarna no Brasil, na pele dos grupos de "manifestantes" financiados indiretamente pelo governo federal para galvanizar toda a política e evitar o nascimento de qualquer verdadeira oposição.

      Ora, retirado do sofrimento humano o seu sentido transcendente, que o cristianismo tão benevolamente trouxera ao mundo, não restam senão desespero e agonia, cupidez e desordem, maldade e desonra. Extirpada do horizonte social a noção de culpa, assim como as virtudes teologais ? fé, esperança e caridade ?, substituídas pela revolucionária tríade fraternidade-igualdade-liberdade, as pessoas tendem a criar mecanismos de autocomiseração e desculpar-se previamente a si próprias, arrolando estapafúrdias justificativas para os mais hediondos atos, sempre tendo à mão algum intelectual, jurista ou parlamentar para lhes dar suporte.

      Em verdade, a marcha da insanidade é, na acepção do termo, política: o Estado transformou-se no difusor maior da maldade, na medida em que ele próprio se pretende normatizador do certo e do errado moral, bem ao modo hegeliano. Ele é babá de caprichos e taras potencialmente multiplicáveis ao infinito, garantidor do fundamental direito de jogar todos contra todos e indomável inimigo dos resquícios de cristianismo ? principalmente do cristianismo católico tradicional, aquele que defende dogmas bimilenares e a exclusividade salvífica da Igreja.

      Na Nova Ordem Mundial, só um arremedo de religião ecumênica poderá ter lugar, e a própria Igreja pós-Vaticano II ajudou a erigir o presente estado de coisas, com gravíssimas omissões políticas e um neomagistério dialogado feito de encomenda para não ferir susceptibilidades. Mas se ? como diz Santo Tomás de Aquino no clássico De Malo ? um pecado é tanto mais grave quanto maior é o bem a que se opõe, quão enorme culpa têm essas autoridades eclesiásticas prevaricadoras do seu múnus espiritual! Descumpridoras da norma segundo a qual, como dizia Leão XIII, o Estado sem a Igreja é um corpo sem alma. Ou, noutras palavras: a matéria sem um espírito que a vivifique é decomponível de per si.

      Se a política é hoje esta sublime comunhão de trapaceiros cujo objetivo é manter-se no poder a qualquer custo, tenhamos em vista que a natureza não dá saltos e que para chegarmos a este padrão de degradação foi preciso transformar a política em algo com princípio e fim em si mesma. Desvinculá-la de quaisquer pilares espirituais.

      Coisa inédita desde a Antiguidade mais remota.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Rodrigo, este artigo sobre Zygmunt Bauman, penso ser útil ao assunto debatido: http://brasil.elpais.com/brasil/2015/12/30/cultura/1451504427_675885.html

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    • Luiz Antonio Lorenzoni Campo Novo do Parecis - MT

      Rodrigo, a conta não é tão simples assim. Há de se considerar, que nos últimos anos, as commodities perderam valor em dólar e que, a princípio a desvalorização da moeda, traz aumento de receita. Os dados do CEPEA, (embora no MT usemos os dados do IMEA - há pequenas variações de metodologias entre os custos) mostram variações nos custos operacionais menores que as variações das receitas e isso reflete na renda (o milho que vamos plantar, mostra isso claramente).

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Luiz Antonio, o cálculo da próxima safra, que nem foi plantada ainda, não pode ser realizado senão por estimativas, a não ser que o milho seja irrigado e a safra já vendida por um preço determinado, senão não dá. O que estou falando é para comparar a última safra com as duas anteriores. Sem fazer a conversão do câmbio, para reais ou para dólares, não se pode calcular, nem saber se o lucro liquido foi de 5 ou 20%.

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