Fala Produtor - Mensagem

  • Telmo Heinen Formosa - GO 19/02/2016 09:33

    A Lei Kandir é uma aberração. Isenção tem que ser para produtos industrializados e não para matérias primas. Fácil de entender, você tem que ter um mecanismo de obstaculizar a exportação de matérias primas para forçar a sua industrialização dentro do seu país e com isto gerar trabalho e renda para o seu povo e não o povo dos outros.

    Quando a mão de obra for escassa como nos EUA aí sim exporta grãos sem industrializar. Não dá para exportar rações prontas devido ao baixo período de validade. Mas dá para forçar a venda de carnes em vez de simplesmente ir vendendo grãos a torto e a direito... TV

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    • R L Guerrero Maringá - PR

      O nível de investimento e de tecnologia aplicados no soja e em outras culturas, bem como o desenvolvimento social generalizado que promovem onde chegam, é equivalente ou superior ao de muitas industrias.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Telmo, no Brasil funciona ao contrário do que seria certo, pois o governo manobra para tornar os produtos primários mais baratos aos estrangeiros do que aos brasileiros. A indústria alimentícia também não foi feita para atender aos consumidores, mas para ser mais uma fonte de renda para o governo. Milhares de leis, trabalhistas, tributárias, ambientais, fiscais, mais a carga tributária escorchante impede que pequenas empresas prosperem, ou melhor, impedem que funcionem para facilitar, isso para "facilitar a fiscalização" e tornar mais fácil o recolhimento de impostos. O mercado no Brasil nunca foi livre, pelo contrário, o governo dos pobres rouba-lhes quase a metade da comida para alimentar vaidades.

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    • Liones Severo Porto Alegre - RS

      A soja, como todos os produtos, pertence a um processo indissociável. O valor do grão está na decomposição em seus principais subprodutos farelo e óleo de soja, cujo preço é formado pelo somatório dos preços desses subprodutos. O Brasil não tem capacidade para industrializar toda produção de soja, porque é inviável economicamente e, principalmente por questões capacidade de processamento e de logística. O preço da soja em grão invariavelmente supera o somatório dos preços dos subprodutos. O farelo de soja tem alta combustão e não permite armazenagem de longo prazo, por isso nem tem capacidade de armazenagem. O fator de estiva do farelo de soja é muito maior do que a soja em grão, isto é, em um armazém ou navio cabe muito menos farelo do que soja. Para o óleo de soja, não haveria tankagem, logística e nem portos, capaz de suportar a provável produção. Os compradores dispenderiam muito mais nos frete de farelo + óleo, do que da soja em grãos, reduzindo o preço para os produtores. O único país do mundo que tem capacidade industrial para processar o excesso de soja produzido globalmente é a China. No caso da carne, volta-se a incapacidade econômica, de logística, portos e containers refrigerados e da frota de navios de containers que é reduzida. Se fosse possível descarregar nossa produção em carnes, tiraria preço e competitividade dos produtores. Um país produz alimentos para seu povo, se tem excesso de produção, são os outros países que escolhem o querem comprar. Tecnicamente é uma utopia.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      PARABÉNS !! Sr, Liones. Aproveito a mensagem para "soltar" um comentário light: Até me dá inveja, em saber que outros sabem um infinito do que sei. Sabe Sr. Liones essa "inveja" não é aquela inveja maldosa, é uma "inveja" de boas intenções. Mais uma vez PARABÉNS !!!

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    • Liones Severo Porto Alegre - RS

      Sr. Rensi, a dimensão de seu entendimento se iguala a todo o conhecimento. Ademais, a reciproca é verdadeira. obrigado com agredecimentos.

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    • Telmo Heinen Formosa - GO

      Caro Liones Severo, suas ponderações estão todas corretas a partir do seu Ponto de Vista.

      Eu não aceito porém contestar teoria com efeitos de problemas. Nossa incapacidade de processamento é uma consequencia de alguma causa. Mesma coisa é a nossa falta de logística. O que não concordo é com a falta de liberdade do mercado decidir. Fazer uma "Lei" é coisa de esquerdista. O que não pode é ter uma Lei que inibe os esforços e a barganha para forçar a exportação de produtos industrializados, no caso carnes. Nas entrelinhas deixei dito que é inviavel exportar rações prontas bem como farelos embora nao tenha explicitado este último. O óleo serviria todo para biodiesel que poderia ser exportado. O barril de petróleo daqui a um tempo voltará para os 100 dólares.

      RESUMO do resumo: Somos pródigos no Brasil "economischtaschx" e maioria dos "jornalischtaschx" de ficar discutindo de manhã até de noite o mérito, os efeitos e as consequencias dos nossos problemas e quase NUNCA as causas. Além disso temos esta justiça romana [positivista] adotada na Constituição de 1988 onde o Rito Processual é mais importante do que o Mérito da Questão (Adequada somente ao Parlamentarismo Monárquico] enquanto praticamos aqui o presidencialismo anárquico.

      Pode crer que o capitalismo de Estado praticado na China não daria certo aqui porque 96% do nosso povo acima de 12 anos de idade são exímios corruptores e muitos deles contratam os rábulas que melhor sabem "interpretar" o que está escrito entre uma virgula e a outra nos nossos códigos.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Telmo, a bem pouco tempo atrás, um ano ou mais, a Abiove pediu isenção de icms para poder aumentar o processamento da soja, os governos não abriram mão, querem esse dinheiro. Existem portanto condições técnicas e de infraestrutura para processar muito mais soja do que hoje. Outro aspecto a ser mencionado é o fato de a Argentina estar com a intenção de reduzir os impostos de importação da soja do Brasil para aumentar o processamento, eles estão pensando em aumentar o processamento importando soja do Brasil. Como são burros esses argentinos, eles não sabem que é economicamente inviável. Ironias a parte, tirando o setor de papel e celulose, o único setor que alcançou exito nas pretensões do governo federal em aumentar exportações via desvalorizações cambiais, ou pelo aumento da "competitividade" foi o setor de grãos, as carnes e todo o resto patinam vergonhosamente, e mesmo assim, aumento de volume, não de receita. Isso significa claramente que a China importou mais grãos do Brasil devido ao barateamento promovido pelo governo federal, não por uma demanda maior daquele país, é uma coisa muito simples de entender isso. Se por iniciativa do governo brasileiro os preços aos estrangeiros caem, logicamente eles podem consumir mais, e no sentido oposto, o aumento provocado no Brasil fez com que o consumo diminuisse. E fim de papo. O resto é mercantilismo dos que querem defender o próprio setor e não pensam no país, o que aliás é a base dos politicos, o poder deles é mantido com o apoio dos mercantilistas. Experimente falar com qualquer grande produtor ai da sua cidade e pergunte-lhe o que ele acha da inflação, todos vão ser favoráveis, pois pegam empréstimos subisidados a 6% ao ano para pagar em 5, 6, 10 anos, ou seja, os juros são negativos para eles nessa condição. Eles defendem os politicos por que estão unidos num propósito comum, que não é o bem do país, mas o de usar os recursos do país nos seus interesses particulares.

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    • Liones Severo Porto Alegre - RS

      As multinacionais americanas são proprietárias da industrias de soja dos EUA, da maioria das industrias brasileiras e argentinas, e ainda, de um grande número de industrias na China. As indústrias americanas estão localizadas em hidrovias que facilitam o escoamento com rapidez para os corredores de exportação. As industrias argentinas tem excepcional vantagem de estarem localizadas nos muitos portos do Rio Paraná, o farelo de soja sai do processamento direto para o navio. As industrias brasileiras, em sua maioria estão localizadas distantes dos portos. Não se trata dos argentinos serem mais inteligentes, porque a inteligência do negócio em todos esses países produtivos pertence aos mesmos donos, ou seja, as multinacionais ABCD, que são os mesmos que dominam as exportações de soja em grãos, também nos mesmos 3 países.

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    • R L Guerrero Maringá - PR

      Caro Liones,

      Seus comentários tem sido uma aula de logística, e provam outra vez que na prática a teoria é outra.

      Lamento que infelizmente muitos políticos se guiem por idéias simplistas como algumas propostas aqui, ignorando a complexidade inerente a todos os aspectos da realidade.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      O que eu gosto aqui é que está cheio de entendidos. Felizmente muito brasileiros insistem em ignorar esta realidade, como os donos da Brejeiro por exemplo, que exportam farelo de soja desde 1994, foram os primeiros a industrializar e produzir farinha de soja na América Latina, alem de produzir também proteina de soja. Coitados, não sabem sobre a logistica da argentina, quem são os donos, e que é inviável economicamente. No entanto produzem sem o subsidio dado aos exportadores, produzem recolhendo icms sobre a soja e exportam.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Estou aqui em Santa Catarina a alguns anos, o estado liberou os portos para a iniciativa privada, devem ter uns oito ou mais. Aqui em Navegantes o porto público mais antigo com o dobro de mão de obra, carrega menos da metade do que o privado. Também tem em Imbituba, e vários outros, o fato é que no entorno desses portos foram contruidas inúmeras indústrias, se quisessem contruiriam em cima dos navios, isso não é nem nunca foi problema. Em Imbituba podem atracar navios de grande porte. Aqui de Santa Catarina sai frango prá Arábia, pro Egito, prá tudo quanto é lugar e os exportadores lavam a égua. Não exportam mais devido aos altissimos custos de energia, custos fiscais, de icms, de frete, e inúmeros outros impostos feitos para favorecer as multinacionais exportadoras de grãos. O Brasil não é um grande exportador de produtos industrializados, não por que não tenha condições ou gente capacitada, mas somente pela politica que é feita justamente para impedir isso. Em vez de livre comércio, mercantilismo estatal.

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