Fala Produtor - Mensagem

  • Angelo Miquelão Filho Apucarana - PR 28/09/2017 11:09

    Ultimamente o mercado do soja vem nos causando azia! Não há referencias seguras, as analises não são mais tão confiáveis e os erros destas vem nos causando transtornos financeiros. A melhor estratégia é segurar as pontas, não se deixar levar nem pelo pessimismo e menos ainda pelo otimismo exacerbado! Ademais ninguém sabe o real cenário daqui por diante, tem o clima, tem a produtividade que pode ser boa ou ruim, e tem muitas variáveis das quais não temos nenhum controle. Ao produtor resta fazer muitas contas, repensar seu modelo de produção e condução das lavouras, tanto a de verão como também a de inverno. A palavra chave é produzir com baixo custo, e para isso, talvez tenhamos que riscar da nossa agenda duas palavras; "trigo e milho safrinha", ambos não converteram lucro algum este ano, deram sim um bom prejuízo a quem se arriscou! Agora muitos irão levar os prejuízos do inverno para o verão, e é ai que a conta não fecha mesmo. Soja não da prejuízo, é muito difícil entrar no vermelho desde que haja bom senso administrativo, mas o inverno é fria! Vai aparecer aqui alguém criticando, opondo-se a este meu raciocínio, tudo bem, é direito de cada coruja defender seu toco. Mas para minha felicidade, este ano não vou levar conta de trigo e milho para a minha safra de soja, cansei de apanhar, tomei vergonha, e quem quiser trigo que vá buscar em outra roça! Tenho um amigo que plantou 90 alqueires de milho, colheu 242 sacas por cada alqueire, e ele me disse que sobrou sessenta e nove mil reais de prejuízo... E o trigo? Trinta e dois reais a saca, aliado a uma produção que está variando de 60 a 110 sacas por alqueire, quanto será que sobra, o que sobra senão prejuízos? Não adianta discutir preços, não adianta malhar em ferro frio, não adianta ganhar na foice e perder no machado! Temos que priorizar o que nos sustenta, seja trigo, milho, soja ou café, é assim que deve ser, friamente calculado, sem paixões, até porque paixão não combina com dinheiro. Claro, falar é mais fácil a que fazer, mas temos que dar um passo adiante se quisermos continuar andando para frente...

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